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A oferta de itinerários formativos favorece a educação voltada para os interesses dos estudantes e a conexão entre juventudes e futuro do trabalho

#Educação#EnsinoMédio#TecnologiasDigitais

A imagem mostra três jovens de ensino médio. A jovem da direita tem cabelo vermelho, veste blusa de manga comprida verde, camiseta branca e calça jeans e traz a mão levantada na altura do queijo. O jovem do meio usa óculos e tem cabelos pintados de loiro. Está vestindo blusa de moletom cinza, jaqueta jeans e mochila cinza nas costas. A jovem da ponta esquerda tem cabelo preto e com trança, veste camiseta branca, blusa de frio laranja, mochila preta nas costas e está com alguns papeis na mão direita. Os três estão sorrindo.

No segundo ano de implementação, a maioria das escolas de Novo Ensino Médio no Brasil seguem para a etapa mais desafiadora: a oferta do currículo flexível, na qual os estudantes têm autonomia para escolher se aprofundar em áreas de conhecimentos. Com a oferta dos itinerários formativos, o ensino médio amplia o contato do estudante com diferentes aprendizagens e oferece a possibilidade de uma formação técnica e profissional, aproximando juventudes e empregabilidade.

“O Novo Ensino Médio transpõe alguns desafios históricos dessa etapa da educação básica, dentre eles um currículo engessado que não conversa com a realidade dos estudantes nem com o mundo do trabalho. Contudo, é uma reforma complexa. Vai exigir atuação ativa e fiscalização do Ministério da Educação (MEC) para ser bem-sucedida”, avalia Ivan Gontijo, gerente de políticas educacionais do Todos pela Educação.

Por determinação legal (Lei nº 13.415/17), as escolas terão até 2024 para concluir a implementação. Na maioria delas, as mudanças começaram aumentando o tempo do estudante na escola para cinco horas diárias – a meta são sete horas diárias. Houve também a inclusão de disciplinas eletivas, como Projeto de Vida e estudo orientado, que auxiliam o estudante a traçar caminhos para seu futuro. Pelo cronograma oficial do MEC, agora é a vez de priorizar a oferta dos itinerários formativos, desenvolvidos dentro das possibilidades de cada rede de ensino.

Gontijo destaca que é preciso desatar nós pelo caminho. Um deles é garantir a qualidade e a diversidade de itinerários, para que as desigualdades entre os municípios não sejam aprofundadas. Além disso, será preciso fazer a adaptação no Enem de modo que ele acompanhe e avalie diferentes jornadas educacionais. Por outro lado, a aproximação entre juventudes e mundo do trabalho traz boas perspectivas para estudantes e professores.

Juventudes e empregabilidade

A população jovem é essencial para o crescimento econômico de um país. Segundo último levantamento do IBGE, 23% da população brasileira tem entre 15 e 29 anos, dado que evidencia a emergência de conectar as juventudes e empregabilidade. Ao aproximar a formação técnica e profissional do ensino regular, o ensino médio pode ampliar a visão de mundo e, consequentemente, o leque de oportunidades para estudantes.

Além disso, a escolha de itinerários formativos voltados para o mercado de trabalho é um grande atrativo, como revelou uma pesquisa de opinião encomendada pelo Todos da Educação, em parceria com Fundação Telefônica Vivo e os institutos Natura e Sonho Grande.

As entrevistas realizadas com mais de  7 mil estudantes de ensino médio de escolas públicas brasileiras mostraram que 98% deles querem opções de formação que os prepare para o mercado de trabalho. Para 92%, é importante ter autonomia para escolher a área de estudos de acordo com suas preferências. Quase 20% afirma que a qualidade da educação melhora quando a escola prepara para a escolha da profissão e para o ingresso no ensino superior.

 

Empregabilidade e Tecnologia

Na preparação dos jovens para o mundo do trabalho, as áreas tecnológicas também ganham destaque. Articular os eixos de inclusão digital e formação profissional será fundamental para garantir oportunidades de inclusão e renda. Bem como a criação de um ecossistema de empreendedorismo para os jovens. É o que mostrou o estudo de 2022 O mercado de trabalho para as juventudes no Brasil pós-pandemia, elaborado pelo Porvir, sob encomenda do Programa Jovens Construtores.

O documento reforça que a digitalização do mercado de trabalho e da sociedade como um todo evidenciam o aumento da oferta de vagas para profissionais de tecnologia. Segundo levantamento realizado em 2020 pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, o mercado de tecnologia demandará 420 mil profissionais até 2024. E há déficit de cerca de 24 mil profissionais da área de TI (Tecnologia da Informação) no Brasil.

Janela de oportunidade

Algumas redes de ensino aproveitaram as mudanças do ensino médio para ampliar a oferta do ensino profissionalizante, incluindo itinerários formativos que aproximem juventude e empregabilidade. É o caso de Mato Grosso do Sul, que em 2023 alcançou a meta de ofertar qualificação profissional para os 79 municípios que compõem a rede.

“Passamos de 46 escolas em 2021 para 186, o que é praticamente dois terços das escolas de ensino médio. Estamos ampliando muito a educação profissional a partir dessa janela de oportunidade que o Novo Ensino Médio nos deu”, descreve Pedro Augusto Cardoso Evangelista, gestor do Núcleo de Educação Profissional da Secretaria de Educação do estado.

Um dos itinerários formativos ofertados pela rede tem tudo a ver com a conexão entre juventudes e empregabilidade: a formação técnica e profissional em Ciência de Dados, idealizado pela Fundação Telefônica Vivo junto com o Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB), que é o parceiro técnico deste projeto inovador.

“A oferta do curso de Ciência de Dados é importante não só para formar um profissional apto a entrar num mercado de trabalho extremamente abrangente, como também porque lidar com informação e dados é importante para qualquer cidadão hoje em dia”, avalia Evangelista.

O que pensam os jovens sobre empregabilidade

Os colegas Johncy Delion, de 18 anos, e Lucas Viscovini, de 17 anos, fizeram itinerário de formação técnica e profissional em Ciência de Dados. Ambos, como parte do currículo do 3° ano do ensino médio, na Escola Estadual Professor João Magiano Pinto, em Três Lagoas (MS). Assim, a experiência deles é exemplo de como um itinerário que conecta tecnologia, juventudes e empregabilidade e encaixa em diferentes projetos de vida.

“No fim de 2021, enquanto finalizava o 2° ano do Ensino Médio, comecei a procurar por profissões do futuro e gostei muito de programação. Por isso, quando vi que minha escola estava oferecendo o itinerário em Ciência de Dados, logo escolhi. Aprendi muito e agora que concluí o Ensino Médio penso em procurar emprego na área”, disse Delion.

Já Viscovini afirma que os conhecimentos adquiridos na formação vão ajudá-lo a ingressar na faculdade de Engenharia da Computação. “No começo, tive dificuldades para me adaptar ao Novo Ensino Médio, mas hoje eu vejo que essas mudanças me ajudaram a ter mais conhecimento sobre o mercado de trabalho. Acho isso essencial para o jovem não ficar tão perdido quando terminar a escola”, disse.

Um dos professores responsáveis pelo itinerário na escola é Genilson Messias. Ele destaca a abrangência de possibilidades que o modelo oferece aos estudantes. “Essa formação garante que eles desenvolvam competências digitais e que estejam mais preparados para um mundo de constantes transformações digitais. O conteúdo aplicado é direto e prático e agrega conhecimentos sobre tecnologias que atendem diversos campos”, disse, destacando que os concluintes poderão atuar em diversas áreas, como marketing, finanças, contabilidade, e-commerce e até saúde.

Ensino Médio avança para ampliar conexão entre juventudes e empregabilidade
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