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Saiba por que a inovação é imprescindível em negócios sociais e conheça organizações que incentivam esta cultura no Brasil

Imagem mostra uma jovem de camisa polo verde sorrindo

Para empreendedorismo social ou qualquer outro negócio, a inovação é o que definirá quem estará no mercado daqui 10 anos, ou maisA afirmação de Fábio Silva, entusiasta de tecnologias e inovações e parceiro da AgriHub, – uma rede de inovação em agricultura e pecuária – reflete a visão de especialistas sobre o papel que a inovação vem ocupando em todos tipos de negócio.

No caso do empreendedorismo social, inovar também é uma forma de alcançar um impacto social significativo, oferecendo produtos e serviços que beneficiem seus consumidores e, ao mesmo tempo, mudem a realidade local em que o negócio está inserido.

Um exemplo de iniciativa nesse sentido é a Carteiro Amigo, localizada na Rocinha, maior favela do Rio de Janeiro. A empresa trabalha entregando cartas em favelas da cidade carioca. Os funcionários dos Correios, por não conhecerem os endereços dessas comunidades ou por medo, deixavam as correspondências em estabelecimentos comerciais e ficava a cargo dos moradores descobrir onde estavam. Agora, com a Carteiro Amigo, as cartas são entregues nos endereços corretos.

Fábio Silva, conta que muitos empreendedores sociais vivem o dilema de ter um “modelo de negócio escalável e replicável, ou uma visão mais local e customizada daquele lugar”. Mas acredita não haver resposta certa ou errada. O importante, segundo ele, é “ter uma visão de negócio, um pragmatismo na jornada, um plano de onde quero chegar, um objetivo traçado com metas”.

“As ações que eu venho liderando em Cuiabá, dentro da minha comunidade de startups e empreendedorismo, incentivam a inovação em grupos excluídos desse universo, permitindo, por exemplo, que quilombolas, índios, PCDs e LGBTIQ+ olhem para esse mercado, se inspirem, se envolvam e desenvolvam projetos para solução de seus problemas locais”, aponta Fábio.

 

Inovação e impacto social caminham juntos

“Inovação é um tema muito ligado ao mundo das startups e da tecnologia. Mas eu acho que há uma grande diferença de quando se trabalha inovação no setor de impacto social. A ideia não é inovar por inovar”, afirma Paulo Rogério Nunes, cofundador da empresa de impacto social Vale do Dendê de Salvador (BA). Ele conta que, às vezes, as startups (ou empresas tradicionais) buscam a inovação para estarem à frente e terem um diferencial de mercado. No caso das iniciativas sociais, elas precisam inovar porque tem um forte compromisso voltado à resolução de um problema.

Para ele, o campo social é uma área que tem muitos desafios e inovar neste contexto é fundamental para ter soluções mais efetivas. “Muita gente que trabalha no campo social tem boa vontade e querem realizar impacto, porém, por não usarem ferramentas de inovação, sejam elas digitais ou não, não alcançam o objetivo desejado”, diz Paulo.

O cofundador da Vale do Dendê acrescenta que os negócios de impacto precisam ter uma estrutura pouco rígida, para se permitir errar e aprender rapidamente. É nesta cultura mais flexível que é feita a inovação.

 

Quem incentiva a inovação no Brasil

Veja, a seguir, exemplos inspiradores que trazem a importância da inovação na cultura dos negócios.

Vale do Dendê (Salvador – BA)

A Vale do Dendê surgiu há quatros anos para fazer uma ponte entre o capital financeiro e startups das periferias, em especial aquelas lideradas por jovens e mulheres negras.

A cidade de Salvador que estava, em 2016, entre as piores do Brasil em termos de inovação, hoje já ocupa a liderança de startups do nordeste. “É uma das principais cidades inovadoras do país e possui um ecossistema vibrante, com diferencial de ter mais diversidade do que a média dos ecossistemas de inovação do Brasil”, comenta, com orgulho, Paulo Rogério.

A empresa apoiou dezenas de iniciativas como o TrazFavela, um aplicativo de delivery para pequenos empreendedores de comunidade, a healthtech AfroSaúde, serviço de telemedicina focado em comunidades e dando visibilidade para profissionais de saúde negros e negras. Há também a Aoca Game Lab que está fazendo uma franquia de games focada no sertão da Bahia.

“Nós temos um portfólio grande de empresas que são regionais. Elas trabalham com as tradições, valorizam o que é local, mas também pensam no mundo. É a ideia da glocalização (junção das palavras global + local). Empresas que saem daqui, que ganham o mundo, mas que têm esse DNA da cultura local”, explica Paulo.

AgriHub (Cuiabá – MT)

AgriHub é uma rede de inovação em agricultura e pecuária que entende os problemas do produtor rural e depois conecta eles com quem pode resolver seus problemas do campo por meio da tecnologia (startups, empresas, universidade e etc).

Coalizão ÉdiTodos (Nacional)

coalizão é uma aliança de organizações que reúne vários atores do ecossistema de empreendedorismo negro no Brasil. Tem como propósito enfrentar o racismo estrutural e as disparidades de gênero para que possam promover um empreendedorismo baseado na oportunidade.

Paulo Rogério, que também participa da coalizão, diz que objetivo é rediscutir o que é empreendedorismo e inovação no Brasil. “É necessário ampliar este conceito e incluir as pessoas das periferias, porque elas sempre inovaram mas nunca tiveram acesso a recursos, nunca tiveram a validação e nem visibilidade”, conclui.

Durante a pandemia a Éditodos  também está apoiando empreendedores que estão sendo impactados pela crise.

Social Good Brasil (Florianópolis – SC)

Social Good Brasil (SGB) é uma organização da sociedade civil que existe desde 2012 e foi criada a partir de uma parceria com a Fundação das Nações Unidas, que lidera o +Social Good no mundo. 

Fazem eventos, formações, palestras, projetos que contribuem com a solução de problemas sociais através do uso de tecnologias, novas mídias e comportamento inovado.

Vale a pena conhecer o novo programa da SGB, o Conexão de Dados, que consiste em uma imersão na cultura analítica para que empreendedores sociais consigam usar dados em seus processos, negócios e soluções. O objetivo é mentorar os empreendedores para que seus negócios de impacto ganhem eficiência.

Impact Hub Manaus (Manaus – AM)

ImpactHub é uma rede global, que surgiu em Londres, se espalhou ao redor do mundo e se posiciona como um hub de empreendedores sociais.

É um espaço de trabalho conectado local e globalmente a um ecossistema de pessoas, que se propõe a transformar o Brasil (e o mundo) através de metodologias de inovação e desenvolvimento de negócios. Implementam, em suas sedes, programas e projetos inovadores para marcas e entidades que querem se envolver com as causas de impacto.

A organização tem sede em São Paulo, Florianópolis, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e mais recentemente em Manaus.

Baanko (Belo Horizonte – MG)

Baanko é uma organização que utiliza os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para fomentar o ecossistema de Negócios de Impacto.

A organização tem três frentes de atuação. A primeira delas é o desenvolvimento de empreendedores de impacto – já tendo rodado dezenas de programas de aceleração para apoiar negócios que promovem transformações socioambientais pelo brasil. Além disso, capta investidores para aportar nesses projetos. A terceira frente de atuação é o serviço de consultoria, que, a partir do ImpactLab, propõe ações de inovação em grandes empresas.

Inovação no empreendedorismo social é a chave para resolver problemas
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