O conceito de Mobilização de Recursos é uma evolução da expressão Captação de Recursos que por sua vez sucede Arrecadação de Fundos ou mais longe ainda Coleta de Donativos. Esta seqüência se confunde em certa medida com a história recente da filantropia no Brasil.
Salvo raras exceções, até meados dos anos 80 as doações feitas por pessoas físicas tinham um caráter de caridade, feitas na forma de donativos, contribuições ou adjutórios. Os anos 90 se iniciam sob a influência de uma nova Constituição Federal que propõe uma redefinição de papéis na sociedade. A rápida assimilação da cultura do conceito de filantropia moderna já bastante difundido nos EUA e a aproximação com as grandes fundações e agencias de cooperação internacionais promovem uma mudança neste cenário, que coincide com o surgimento de uma nova classificação para todas as sociedades sem fins lucrativos: o chamado “Terceiro Setor”. A sociedade civil organizada passa a ter um papel cada vez mais significativo na vida do país e no ano 2000 já se calculava mais de 250 mil associações sem fins lucrativos atuando nos mais diversos setores sociais.
Na mesma época o setor empresarial nacional, ampliando seu olhar do mercado para a sociedade, começa participar deste movimento e surge o conceito de Empresa Cidadã, que mais adiante evolui para Responsabilidade Social. Constituem-se entidades que congregam o mundo corporativo tais como Fundação ABRINQ, GIFE e Instituto ETHOS. O conceito de doação começa então a se transformar de um ato de caridade e assistencialista para um investimento social.
A questão da manutenção financeira das organizações sociais e a concorrência por doações de fundações e empresas começa a requerer ações mais planejadas. Pesquisa de âmbito nacional realizada no ano 1999 pelo Instituto Fonte junto a um universo de 526 organizações sociais revelou que em 94% das respostas, a captação de recursos era tida como tema principal na gestão institucional das entidades. A necessidade de capacitação e maior profissionalismo nesta área fez com que surgissem desde então uma série de cursos, seminários, oficinas e congressos. Inúmeras publicações foram lançadas e até a criação de uma associação dos profissionais de captação de recursos, a ABCR.
Pode-se perceber também que a mudança da terminologia acompanha a transformação do conceito:
- Coleta de Donativos – Coleta = peditório para obras de caridade e piedade
- Arrecadação de Fundos – Arrecadar = conseguir, alcançar, obter o que deseja
- Captação de Recursos – Captar = atrair, granjear, conquistar
- Mobilização de Recursos – Mobilizar = movimentar, colocar em circulação
Analisando o significado encontrado no dicionário Aurélio, percebe-se algo em comum entre os verbos coletar, arrecadar e captar: que é uma ação de sentido único enquanto que no verbo mobilizar pode-se imaginar a participação de vários atores e de fato é isso que se pretende ao trazer o conceito de mobilização de recursos.
Recursos: como conseguí-los?
A dificuldade em acessar os recursos está intimamente ligada à visão que temos desta atividade. Se pensarmos nela como uma atividade estanque e nos colocarmos numa posição frágil em relação aos doadores ou financiadores, ficaremos sempre a mercê da sua boa vontade ou de gestos altruístas de alguns e a relação será sempre de dependência.
Os recursos existem, é preciso que se entenda que da mesma forma que uma organização social precisa de recursos para suas ações, as fundações, doadores ou empresas para realizarem suas ações sociais precisam igualmente de um parceiro com capacidade de ação, que conheça a realidade local e suas necessidades. Nesta linha de pensamento, uma organização que acredita que a sua missão é importante, que tenha capacidade interna e precisa recursos para executá-la, precisa se esforçar para construir uma base de apoiadores e permitir a eles a oportunidade de investir aquilo que dispõe, quer sejam recursos financeiros, bens, serviços voluntários ou tecnologia. Estará assim se estabelecendo uma relação saudável de cooperação e desenvolvimento entre doador e entidade. Ao compreender esta dinâmica a organização estará mais encorajada e será o primeiro passo para obter êxito nos seus esforços de mobilização de recursos.
Recursos para quê?
A existência de todos os recursos não garante que a organização será bem sucedida na realização dos seus objetivos. Os recursos cumprirão a sua função na medida em que houver vida e movimento, quando os serviços primários acontecerem, quando existir uma comunicação adequada e uma relação sadia entre as pessoas, a partir de um direcionamento claro na busca de objetivos que levem à realização da sua missão na sociedade.
Ao reconhecer a validade desta abordagem, não se pode mais colocar “nos ombros” da equipe de mobilização de recursos a responsabilidade pela sustentabilidade das organizações, pois existe uma total interdependência entre estes campos. A ineficácia de um deles enfraquecerá o conjunto e o corpo diretivo da organização tem a grande tarefa de zelar pela qualidade e harmonia deste níveis, promovendo o engajamento, inspirando e conferindo-lhes autonomia.
Desta forma, a expressão mobilizar recursos dá um sentido mais amplo à atividade, como, por exemplo, a otimização dos recursos existentes, a busca de parcerias complementares ou de fontes de recursos alternativas para realização dos planos.
Como uma organização social consegue recursos?
Existem três caminhos básicos que são utilizados pela maioria das organizações para conseguir recursos:
- Gerando receitas através de algum tipo de prestação de serviços ou eventos;
- Recebendo doações, quer seja de dinheiro, bens ou serviços;
- Atraindo talentos para dentro da organização.
Todavia para se entender este processo é importante conhecer as diversas formas de mobilização de recursos, suas qualidades, o que é exigido para ter acesso e que benefícios diretos ou indiretos elas podem trazer para a organização. No quadro abaixo é possível ter uma visão panorâmica deste conjunto de opções.
Formas | Qualidade | Exigência | Benefícios extras |
Doação | Por princípio oferece maior liberdade na utilização | Pressupõe interesse e envolvimento do doador com a causa, até mesmo emocional | Autonomia e cumplicidade, pois doações são o reflexo do direto do apoio de uma comunidade |
Financiamento | Podem ser mais volumosos, garantindo por um período mais longo | A organização precisa demonstrar capacidade de executar e viabilizar projetos | Ampliação das relações institucionais |
Patrocínio | Envolve troca de interesses, como reforço de imagem e benefícios fiscais | A organização deve estar disposta a oferecer alguma vantagem, como, por exemplo, visibilidade | Possibilita novos relacionamentos no mundo empresarial |
Parcerias estratégicas | O ambiente é mais aberto e cooperativo | Possuir um bom círculo de relacionamentos | São recursos que não oneram o caixa |
Prêmios | Conferem ao ganhador o reconhecimento público por uma ação executada | Possuir um padrão de excelência para participar em concursos | A organização terá assegurada uma divulgação gratuita |
Repasse direto | Recurso vinculado a taxas ou impostos compulsórios | A organização deve estar enquadrada como, por exemplo, organizações de classe ou sistema “S” | Ocorre uma entrada automática de recursos |
Geração de renda | Os eventos e a venda de produtos, serviços e tecnologia envolvem os colaboradores voluntários que podem oferecer suas habilidades | Algum capital inicial e uma boa capacidade gerencial | Se forem bem planejados podem oferecer um bom retorno financeiro |
Rendas patrimoniais | São receitas não operacionais, tais como aluguéis, dividendos e juros de aplicações | A organização deve possuir ativos e/ou excedentes financeiros | É uma receita extra muito utilizada para compor fundos de reserva |
Convênios e verbas públicas | Pagamento pela prestação de um serviço contratado | Ter a capacidade de substituir o governo em suas ações | Receita mensal garantida |
Royalties e promoções comerciais | Investimento zero e demandam pouco esforço, pois as ações são desenvolvidas por terceiros | Ter uma marca reconhecida publicamente | Divulgação do trabalho e contatos no mercado |
Este quadro poderia ser ampliado com outras tantas modalidades, estas porém são as mais conhecidas. Pela sua importância e aplicabilidade as doações merecem uma atenção especial. Ao conhecer em profundidade todos os aspectos que envolvem uma doação pode-se ter os subsídios necessários para qualquer forma de mobilização de recursos, pois algumas premissas são básicas e comuns.
1. Doações
A doação é a mais antiga forma de mobilização de recursos, ela é descrita nas civilizações egípcia, grega, romana e existem inúmeras citações na Bíblia. Até hoje as doações continuam a fazer parte dos planos de mobilização de recursos de qualquer organização da sociedade civil. Para entender o processo de doação é preciso refletir sobre os fenômenos que estão por trás do gesto de doar e o que ela representa para cada lado, doador e beneficiário.
1.1 O que é uma doação?
Uma doação antes de mais nada é um gesto livre, uma oportunidade que todo ser humano tem de fazer o bem e ajudar o próximo, quer seja na forma de um auxílio por caridade, oferecendo seu trabalho, sua energia, seus talentos de forma voluntária, ou mesmo como um investimento social. Algumas pessoas doam o que tem, outras doam o que são.
1.2 Quem são os beneficiários de uma doação?
Ao fazer uma doação, quer seja de bens materiais ou do seu trabalho, mesmo em pequenas quantias, quem efetuou a doação também estará se beneficiando, direta ou indiretamente, a curto ou longo prazo. Além de benefícios materiais e reconhecimento público, pesquisas científicas revelam que o exercício da filantropia, da doação e do altruísmo tem reflexos positivos na saúde física e mental das pessoas que o fazem. Portanto, numa doação os benefícios costumam ser mútuos, tanto para quem doa, quanto para quem recebe uma doação.
1.3 Por que as pessoas doam?
Pode-se afirmar que o volume e a qualidade dos recursos que uma organização recebe refletem a confiança dos doadores e apoiadores na liderança, na administração e em seus objetivos. Existem porém muitas razões para as pessoas doarem, conhecê-las e saber diferenciá-las pode ser muito útil no momento de planejar uma abordagem. As pessoas doam por que:
- Acreditam na missão da organização, compartilham dos mesmos valores e princípios;
- Têm um bom conceito e conhecem os resultados das ações realizadas pela organização;
- Identificam-se com a causa defendida pela organização, quer seja por questões racionais, emocionais ou por afinidade ideológica;
- Admiram as lideranças da organização, reconhecem a eficácia do seu trabalho e têm confiança no estilo de gestão da organização;
- Consideram a proposta da organização para solucionar o problema uma idéia boa e inovadora;
- Estão ou estiveram envolvidos emocionalmente com uma situação semelhante;
- Têm um sentimento de gratidão e desejam retribuir uma ajuda recebida;
- Sentem-se na obrigação moral ou religiosa de ajudar;
- Têm satisfação pessoal em ajudar os outros;
- Querem livrar-se da culpa de não poder ajudar ativamente;
- Almejam prestígio e reconhecimento da sociedade;
- Poderão ser lembrados no futuro e ganhar imortalidade;
- Esperam benefícios fiscais em contrapartida à doações.
1.4 Porque as organizações sociais precisam de doações?
Diferente das empresas que tem interesses próprios, lutam para conquistar os consumidores e buscam gerar lucros, as entidades sem fins lucrativos direcionam seus esforços para a melhoria das condições de vida do ser humano e de maneira geral precisam de doações porque:
- Salvo exceções, elas não têm uma fonte de renda permanente e própria;
- Normalmente não acumulam excedentes e os eventuais excedentes são revertidos para atividade fim;
- O resultado do seu trabalho não tem um fim em si mesmas, mas em terceiros;
- Têm dificuldades de reduzir uma dependência financeira que esteja de alguma forma impedindo ou atrapalhando seu desenvolvimento;
- Sua receita tradicional nunca é suficiente e há sempre muito mais a fazer pelas questões sociais;
- Para enfrentar os desafios sociais elas precisam se expandir e se desenvolver;
- As organizações precisam se tornar viáveis e sustentáveis a longo prazo.
1.4 Que tipos de doações existem ?
O universo das doações é bastante amplo, para cada tipo de doação existe uma relação entre a sua qualidade e a aplicação. Existem duas grandes categorias: as doações livres e as restritas. Elas podem ocorrer uma única vez ou terem um caráter constante. As doações podem ser feitas em dinheiro, produtos, bens, tempo ou serviço. As abordagens são específicas e portanto sempre surgem novos desafios e oportunidades de crescimento. O quadro abaixo descreve resumidamente estas diferenças e sugere alguns caminhos.
Tipos de doações | Características | Aplicações possíveis |
Restritas ou Carimbadas | Dirigidas para um projeto ou uma ação específica | Nas rubricas específicas mencionadas nos projetos |
Irrestritas ou não carimbadas | Podem ser utilizadas livremente | Preferencialmente são utilizadas para o fortalecimento institucional ou naquelas atividades para as quais se tem dificuldade de levantar recursos |
Únicas | São feitas por impulso, uma única vez | No tema ou ação escolhido para a campanha |
Constantes | Geram vínculo | Normalmente para cobrir despesas operacionais |
Bens Patrimoniais | São planejadas e têm fatores emocionais | Para formar reservas e lidar com contingências |
Tempo | Voluntarismo | Pode ajudar a suprir pontos fracos da gestão institucional |
Produtos e serviços | Disponibilidade e alternativa à doação em dinheiro |
2. Quem são os doadores?
Os doadores podem ser pessoas físicas, pessoas jurídicas, o governo, as fundações, as agencias de ajuda e organismos internacionais. O relacionamento com cada um deles tem vantagens e desafios diferentes pois os motivos pelos quais eles doam são bem diferentes.
2.1 Pessoas físicas: Indivíduos e famílias
O grau de exigência dos doadores individuais em relação a documentos e projetos não é tão grande, a resposta aos pedidos normalmente é mais rápida e se estiverem convencidos podem se transformar em agentes multiplicadores da causa à qual doaram. O desafio está em conseguir identificá-los e estabelecer uma forma de comunicação e de reconhecimento.
2.2 Pessoas Jurídicas: Empresas e corporações
O que motiva as empresas a efetuar uma doação inicialmente é a questão da imagem, pois os benefícios fiscais no Brasil (com exceção aos da Lei de Incentivo à Cultura) são tão pequenos que em muitos casos nem são levados em consideração. Quando bem desenvolvida, a relação com as empresas pode se transformar numa parceria mais ampla e de longo prazo envolvendo outros recursos.
- Governo: Fundos Públicos e Programas Governamentais
O grande desafio para se conseguir recursos junto ao governo está em vencer a burocracia e depois sobreviver a ela. Também a descontinuidade das ações governamentais e os atrasos dos repasses são fatores a se enfrentar. Porém, superados estes obstáculos o recurso estará garantido e trará consigo um reconhecimento oficial que pode ser de grande utilidade na legitimação do trabalho realizado pela organização.
- Fundações Nacionais e Internacionais
A vantagem do relacionamento com as fundações é que elas estão dentro do mesmo setor, isto é “falam a mesma língua” e desta forma a organização não precisa empreender um grande esforço para convencê-los de que seu projeto é relevante. O desafio está em adequar-se a regras e procedimentos, dedicar um bom tempo para elaborar e redigir projetos que irão enfrentar uma forte competição. É preciso estar ciente que as fundações tem linhas de atuação definidas e a utilização do recurso normalmente é restrita às rubricas estabelecidas no projeto.
- Agências de ajuda e cooperação e organismos internacionais
As diretrizes utilizadas pelas agências para efetuarem suas doações estão vinculadas à macro objetivos e os interesses políticos internacionais tem forte influência sobre os destinos destas verbas gigantescas. Por serem organismos sofisticados e altamente profissionalizados, em certa medida se assemelham às fundações no que tange a linhas de financiamento e analise de projetos. Mas é certo que podem ser doações volumosas e que podem fazer grande diferença no desenvolvimento da organização.
Resumindo
Olhando para este panorama a organização pode chegar a conclusão que a atividade de mobilização de recursos é muito sofisticada e que ela não está em condições de desenvolver e executar um plano, mas na prática não é bem assim. Mesmo não estando capacitadas elas conseguem recursos. O número de organizações sociais não pára de crescer e o seu raio de ação é cada vez maior – isto não seria possível sem recursos. Um projeto para ser realizado pode demandar grandes somas de dinheiro, mas também pode ser realizado mobilizando recursos disponíveis na comunidade na forma de produtos, serviços, parcerias e permutas.
A importância da atividade de mobilização de recursos na gestão das organizações sociais vai muito além de arrecadar dinheiro, ela está a serviço da formação de uma comunidade de apoio e diz respeito diretamente ao desenvolvimento da instituição através do fortalecimento das relações entre os indivíduos que a compõe.
Sugestões para leitura:
- Pesquisa ” A ação social das empresas”, IPEA maio 2001
- Captação de Diferentes Recursos, Cruz, C.M. e Estraviz, M. 2000
- Manual de Fundos Públicos, ABONG 2002
- Apoio Financeiro: Como conseguir, Noriega, M.E. e Murray, M 1997
- Captação de Recursos “…por que as pessoas contribuem”, Pereira, C. 2001
- Desenvolvimento de Iniciativas Sociais, Schaefer, C. e Voors, T. 1996
- Captação de recursos – da teoria à pratica, GETS / United Way of Canada 2002
- 3 º Setor Desenvolvimento Social Sustentado, GIFE 1997
- The WorldWide Fundraiser?s Handbook, Norton, M.1996
- Administração de Org. Sem Fins Lucrativos, Drucker, P.F. 1994
- Dinheiro para sua causa, Kelley, D.Q.1995
- Sostenibilidad de la Sociedad Civil, CIVICUS 1998
Links de interesse:
www.abcr.com.br
www.gife.org.br
www.filantropia.org.br
www.cepam.sp.gov.br
www.boardsource.org
(1) O Terceiro Setor é constituído por organizações cujas atividades estão centradas em aspectos sociais, sem fins lucrativos ou de interesse econômico, que geram bens e serviços de caráter público. A terminologia é empregada para diferenciar essas organizações da área pública e privada, designadas “primeiro e segundo” setores (Sina e Souza, 1999, p.41) .
(2) O conceito de Responsabilidade Social, segundo o Instituto Ethos de Responsabilidade Social, diz respeito a forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. Leva em consideração os interesses das diferentes partes e consegue incorporá-los no planejamento de suas atividades. ( www.ethos.org.br )
(3) Fundação Abrinq para os Direitos da Criança ( www.fundabrinq.org.br )
(4) I nvestimento Social Privado segundo o GIFE Grupo de Institutos Fundações e Empresas, é o uso planejado, monitorado e voluntário de recursos privados – provenientes de pessoas físicas ou jurídicas – em projetos de interesse público. ( www.gife.org.br )
(5) ABCR Associação Brasileira de Captadores de Recursos é uma instituição sem fins lucrativos com a missão de promover, desenvolver e regulamentar a atividade de captação de recursos.( www.abcr.com.br )