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18.11.2019
Tempo de leitura: 6 minutos

42 São Paulo traz modelo disruptivo para a educação brasileira

Com apoio da Fundação Telefônica Vivo, o espaço abriu processo seletivo para formar interessados em aprender programação de graça, com horários flexíveis e com currículo gamificado

Você já imaginou aprender sem aulas expositivas e sem custo?Pois essa novidade chegou ao Brasil em 2019! Estamos falando da 42 São Paulo, unidade paulista da École 42, iniciativa francesa que aposta em um modelo disruptivo e inclusivo de educação para ensinar programação. Os estudantes são incentivados a se desenvolver por três princípios: aprendizado autônomo, trabalho em equipe e ritmo estruturado.

Inaugurada em julho no bairro da Vila Madalena, é a primeira unidade da América Latina viabilizada em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, que apoia esse modelo inovador no Brasil.

“Para nós, é uma grande alegria estarmos envolvido nesse projeto. Os propósitos e a visão inovadora da 42 São Paulo estão muito alinhados com o trabalho da Fundação. Este apoio reafirma nosso compromisso com a inovação educativa e com o desenvolvimento do país, oferecendo algo gratuito e para todos”, afirma o diretor-presidente da Fundação, Americo Mattar, que vê o modelo de ensino-aprendizagem da escola como uma oportunidade de crescimento para a educação brasileira.

Valores para o século XXI

Criada em 2013 por Xavier Niel, um empreendedor francês, a 42 tornou-se uma referência internacional para estudantes e empresas.

Acreditando nessa capacitação voltada para a resolução de problemas, o empreendedor, filantropo e bilionário Xavier Niel decidiu investir. Assim nasceu a primeira École 42, em 2013. Hoje com metodologia estabelecida e mais de 14 unidades espalhadas pelo mundo.

Mais do que formar profissionais talentosos para o mercado, o objetivo é promover a diversidade. São aceitos estudantes independentemente de idade, gênero ou origem, com ou sem diploma, ou conhecimentos prévios em programação. Para além da formação técnica, é realizado um trabalho para reforçar valores e habilidades necessárias para o século XXI, como a empatia e o trabalho colaborativo.

Modelo inovador na prática

No Brasil, o modelo inovador segue os mesmos critérios. Totalmente equipada e com ambientes acolhedores, a 42 São Paulo se preocupa em manter os estudantes motivados. A começar pela equipe de acompanhamento, que está sempre disponível presencialmente para tirar dúvidas ao longo da formação.

Mesmo sem professores, os estudantes contam com material de apoio enviado por toda a Rede 42 para realizar seus projetos de forma autônoma. O maior incentivo é trocar com os pares, pedir ajuda e construir junto para que os saberes individuais se somem ao aprendizado coletivo. Os desafios, chamados de rushes, não são explicados.Os próprios participantes correm atrás de soluções para resolvê-los.

“Quem aprendeu de outra forma, chega na 42 e se frustra por não saber as respostas, por fracassar, por tirar zero o tempo todo. Mas está tudo bem! Isso faz parte do processo de obter conhecimento, respostas e também de se relacionar com as pessoas”, explica Luiz Henrique Mantovani, sócio e líder de finanças e operações da 42 São Paulo. “Aqui, os estudantes saem da zona de conforto do modelo tradicional, ensinando e aprendendo ao mesmo tempo. Isso tem muito a ver com o desenvolvimento de relações e atividades no mercado de trabalho”.

Sem hora para chegar ou para sair, o espaço fica aberto 24 horas por dia. Dessa maneira, o estudante pode escolher a carga horária que quer manter, administrando seu próprio tempo. A Fundação Telefônica Vivo ainda oferece suporte aos estudantes, o que inclui cobrir gastos de transporte, moradia e alimentação de quem não tem condição e solicita bolsas de estudos.

Sala de cochilo, terraço, mesas conjuntas, pufes e laboratórios fazem parte do cenário e ajudam os participantes a criarem relações entre eles, além de trabalhar aspectos importantes da vida em comunidade como organização, autocuidado, regras de convivência e respeito.

Imagem mostra estudantes mexendo em computadores durante processo seletivo no espaço da 42 São Paulo

Mergulho em referências e pertencimento

Mas se todos podem entrar e não há professores, nem notas, como foram avaliados os 12 mil inscritos para participar da experiência na 42 São Paulo? Seguindo a mesma linha em todas as redes e acompanhados pela matriz francesa, os métodos de avaliação levam em conta não só o desempenho individual de cada aluno, mas também a interação dele com os demais.

A primeira etapa envolve dois jogos simples de raciocínio lógico, feitos diretos na plataforma da 42 São Paulo. Nessa peneira, a unidade paulistana aprovou 2 mil pessoas. Os pré-selecionados foram convidados a conhecer o espaço e foram orientadas quanto ao funcionamento da segunda fase, no check-in, explicando com detalhes a chamada Piscina, momento em que os 352 que decidiram seguir nessa etapa foram divididos em duas turmas, passam 28 dias imersos em projetos na unidade da 42 São Paulo.

O período das Piscinas terminará no dia 13 de dezembro. No começo de 2020 serão divulgados os nomes dos selecionados, dentre os 352 participantes, para o curso de formação completa, que pode levar até cinco anos na 42 São Paulo.

Mesmo sendo parte do processo de seleção, a Piscina é também um período de aprendizado e transformação de perspectivas. É um momento de autoconhecimento e de adequação às regras de convivência – quando desrespeitadas, elas acumulam tigs, uma espécie de multa que faz com que o estudante fique sem acesso ao computador por meia hora – e desconstrução do modelo tradicional de educação.

Para o desenvolvedor de jogos 3D, Eduardo Favero, de 33 anos, que participou da primeira turma da Piscina, a adaptação foi dupla: aprender programação do zero e lidar com um modelo diferente de ensino-aprendizagem.

“Para mim foi transformador! As primeiras semanas foram muito difíceis, mas logo percebi que o aprendizado nasce forte da troca entre os pares. Alguém que sabe menos sobre um assunto, sabe mais sobre outro. Dentro desse universo específico da programação, estamos todos aprendendo juntos”, resume o estudante.

Já Nathalie Khouri, professora, vê na diversidade de pessoas na 42 São Paulo um ponto forte da experiência. “As pessoas têm de estar mais abertas a ouvir o outro. Aqui, o que a gente mais aprende é a ter empatia, aprender a enxergar os problemas sob ângulos diferentes e, dessa forma, perceber que nossa visão não é absoluta. Acredito que quando conseguirmos sair desse pedestal, o mundo vai mudar de uma forma exponencial!”.

Infográfico mostra os números da 42 São Paulo

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