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28.09.2020
Tempo de leitura: 7 minutos

Aula Digital é case em guia que promove o desenvolvimento sustentável na Amazônia

Publicação idealizada pela iniciativa Amazônia Possível elege 10 princípios para nortear companhias que desejam operar de forma sustentável na região.

A foto mostra uma formadora do Projeto Aula Digital, que usa uma camiseta com o nome do programa, mostrando uma planta que está em suas mãos para um grupo de alunos. Um deles, segura um tablet com a câmera apontada na direção dela.

“Nenhuma ação isolada resolve problemas complexos”. Foi com essa mentalidade que surgiu a iniciativa Amazônia Possível, um convite ao setor empresarial na construção de compromissos para o desenvolvimento sustentável da maior floresta tropical do mundo. A iniciativa foi lançada em 2019, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque.

Este ano o projeto lançou o Guia 10 princípios empresariais para uma Amazônia Sustentável. O documento pretende ser um norteador para empresas que desejam operar de forma mais sustentável na região e serve de embasamento para um planejamento estratégico.

Durante o Climate Week NYC 2020, a equipe da Amazônia Possível realizou um bate-papo virtual, no dia 22 de setembro, para lançar internacionalmente o Guia. A Fundação Telefônica Vivo figurou na publicação com o case Aula Digital, um programa de educação que faz parte da iniciativa global ProFuturo e Fundação “la Caixa”, combinando a formação pedagógica de educadores com conteúdos e recursos tecnológicos que permitem a personalização da aprendizagem em sala de aula.

Americo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo, participou do encontro ao lado de especialistas e representantes de corporações brasileiras que, assim como a Vivo, alinham conservação à sua produção empresarial.

Ainda estiveram presentes, Fabio Cirilo, gerente de sustentabilidade da Votorantim Cimentos, Denise Hills, diretora global de sustentabilidade da Natura, e Regina Magalhães, gerente de sustentabilidade e inovação da Schneider Electric. O evento foi moderado por André Guimarães, diretor executivo do IPAM – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

O desmatamento acelerado da floresta

“Há cinco ou seis anos nós estávamos em um nível mínimo de desmatamento da Amazônia, mas agora há uma reversão neste cenário. Houve, nos últimos dois anos, um aumento substancial no desmatamento”, pontua André Guimarães, ao iniciar a conversa com os participantes.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a taxa de desmatamento na Amazônia está ritmo acelerado e aumentou 34% no último ano, em comparação ao mesmo período de 2019. “A minha preocupação é que isso vire uma tendência. Uma coisa é o pico, outra coisa é estacionar em um patamar mais alto”, ressalta, André.

A Amazônia é ainda peça central nas mudanças climáticas globais. André trabalha e coordena projetos na região e afirma que apesar de haverem visões diversas sobre o futuro da floresta tropical, há uma unanimidade entre os especialistas ao afirmar que não existe possibilidade da humanidade chegar nas metas do Acordo de Paris,  diminuindo a emissão de gases de efeito estufa, sem a integridade da Amazônia mantida.

“Parar o desmatamento, não é apenas uma questão ambiental, de um grupo de cientistas, é uma questão estratégica para o Brasil e para o planeta”, diz. “Qual o modelo de desenvolvimento queremos colocar nesta região que pressupõe a floresta em pé?”, questiona.

Educação e sustentabilidade

Durante o bate-papo, Americo Mattar destacou o projeto Aula Digital em Manaus, que foi a primeira cidade do país a receber o projeto que visa melhorar a qualidade da educação nos entornos vulneráveis da cidade, aplicando a inovação nas escolas por meio da tecnologia e de novas metodologias de ensino e aprendizagem.

Em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e o parceiro local Fundação Vitória Amazônica, o projeto foi disponibilizado para cerca de 260 escolas, incluindo as escolas ribeirinhas e indígenas da região. As ações envolvem a formação e o apoio contínuo à educadores, o acesso a conteúdos pedagógicos digitais (que não necessitam de acesso à internet) e a distribuição de dispositivos como notebooks, tablets, projetores e telas de projeção nas escolas atendidas.

“Essas crianças já nasceram em um mundo digital e tendo a possibilidade de se desenvolver, isso não irá limitar o espectro de trabalho delas no futuro”, aponta Americo.

O diretor-presidente da Fundação acredita que esta educação impulsiona a preservação da floresta, pois, a partir do projeto, o aluno pode se tornar um adulto mais crítico. “Fortalecendo a educação das crianças, você abre uma outra dimensão para que elas possam utilizar a floresta com um extrativismo sustentável”, afirma.

Mais boas práticas

Outras empresas e fundações empresariais, que pensam em modelos de desenvolvimento sustentável na região amazônica, também tiveram participação no encontro. A Votorantim Cimentos é uma delas. Em sua fábrica na cidade de Primavera, no interior do Estado, a empresa substituiu o coque, combustível derivado do petróleo, pelo caroço do açaí.

Além do impacto ambiental, esta mudança trouxe uma série de benefícios sociais e econômicos. As comunidades, que antes descartavam o caroço, passam a ser remuneradas por eles.

A Natura também é um exemplo de empresa que assumiu o compromisso de desenvolver alternativas econômicas sustentáveis e inclusivas para a Amazônia. Denise Hills apresentou a Ekos, a linha de cosméticos da marca, que há 10 anos passou a utilizar ativos da sociobiodiversidade brasileira em seus produtos. “A Amazônia é um tesouro da biodiversidade”, comenta Denise.

A diretora de sustentabilidade compartilha que para cada ativo descoberto, há, em média 40 outros produtos que podem ser desenvolvidos, como alimentos, biotecnologia e fármacos. Ela acredita que é na floresta que estão as potências para resolver os problemas mundiais.

Já Regina Magalhães da Schneider Electric apresentou o projeto Xingu. Por conta desta iniciativa, 27 comunidades e polos indígenas receberam sistemas solares com tecnologia da multinacional. O projeto abasteceu escolas, postos de saúde e associações indígenas. “Nós consideramos que o acesso a energia é um direito humano básico”,  afirma.

Ainda por conta do projeto Xingu Solar, líderes comunitários foram capacitados em eletricidade básica e energia fotovoltaica, garantindo a manutenção do legado do projeto. “A tecnologia só é viável se a gente promove um processo de transformação cultural e de educação para que as pessoas possam entendê-la”, conta Regina.

Parcerias e alianças estratégicas

Apesar de atuarem em áreas distintas, todos os convidados do encontro virtual concordam que para existir um desenvolvimento sustentável na Amazônia é necessária a criação de alianças estratégicas.

Americo Mattar pontua a necessidade de usar os saberes locais. “Não adianta pensar a educação de uma escola ribeirinha, a partir de um olhar urbano. Eu tenho que pensar as soluções em conjunto com o professor, pensando nas dificuldades que este contexto representa, e nas oportunidades que este contexto traz também”.

“Negócios da natureza são muito mais conhecidos e manejados na floresta pelos povos que lá estão”. Esta é nossa maior fonte de tecnologia”, complementa Denise.

Americo ressalta ainda que a parceria público-privado é imprescindível. “Não há nenhuma fundação ou instituto empresarial que tenha a capacidade que o Estado tem de escalar políticas públicas”, afirma.

Apesar das dificuldades, Americo acredita que este é um período oportuno para o desenvolvimento sustentável.

“Nós temos fundos de investimentos internacionais fazendo pressão para preservação da Amazônia e dispostos a colocar dinheiro nisso. Há uma oportunidade latente de trabalho coletivo: governo, fundações empresariais, empresas e povos da floresta” finaliza.


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