Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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12.05.2015
Tempo de leitura: 4 minutos

Em debate sobre transformação, Circuito RIA reúne experiências sobre colaboração digital na era do compartilhamento

O segundo painel do dia no Circuito Ria reuniu três palestrantes que puderam expor boas ideias sobre o poder de mudança social a partir das novas tecnologias, seja desde a nova forma de relacionamento dentro da sociedade como em casos de resgate de pessoas em situação de risco, por exemplo.

Em Mundo Digital: Colaboro, Logo Transformo, a psicóloga Viviane Mosé traçou a história da sociedade a partir das relações de organização interpessoal, passando por Egito, Grécia, até chegar nos dias atuais, em reflexão que está detalhada em seu livro O Homem Que Sabe. A partir daí, a tese da escritora é que hoje vivemos uma mudança de eixo e, todos os dias, alguma coisa cai. “Fizemos política destruindo coisas que eram necessárias em termos de valores e, hoje, já lidamos com o desafio de construir algo em nova direção. Agora, temos de pensar qual é o rastro da destruição da inovação. Já temos uma tecnologia extremamente democrática, plural, aberta, mas por trás temos pessoas que pelo século XX não souberam articular suas ações.”

E continua trabalhando as ideias sobre a nossa contemporaneidade. “Levamos pessoas às ruas por movimento viral e, de repente, todo mundo virou político. Isso não é conteúdo, é uso da rede sem conteúdo. A tecnologia articulada com conteúdo é a grande ferramenta de mudança do mundo, não tenho a mínima dúvida disso. Estamos reaprendendo a ser humano, não sabemos lidar com conteúdo, lemos mal, compartilhamos conteúdo com irresponsabilidade, sem conferir com rigor. Estamos falando de mundo, de bombas pra explodir na nossa vida.”

Já o filósofo e engenheiro de sistemas Rogério da Costa começou descrevendo a experiência de passar três meses com a filha em Cuba, mostrando-a uma outra forma de se relacionar com as demandas tecnológicas e com os bens que ela julgava mais do que fundamentais, como o aparelho celular. Depois, lembrou do conceito que alterou o padrão em que o mundo trata o acúmulo de riqueza.
“Hoje temos o capital social, que é a rede de contatos que você possuiu. Porque na rede de contatos você vai extrair recursos e daí que surgiu o networking: você cria redes para aumentar seu capital. Nós devemos ter o controle e a força sobre esse nosso material. E o trabalho passou a depender cada vez mais da criatividade das pessoas”, afirmou.

Completou a mesa, mediada pelo jornalista e escritor Xico Sá, o jornalista Eduardo Lyra, fundador do Instituto Gerando Falcões e na lista de 2015 da revista Forbes como uma das 30 personalidades jovens que mais se destacaram no país, que contou a experiência que já inspirou 300 mil jovens de periferia através da arte.
“Quando faziam a conta social da minha história, um preto, pobre, favelado e filho de bandido, eu já seria o próximo chefe da boca. A ONU diz que, nesse caso, a expectativa de vida é de 25 anos, e eu faço 28 neste ano. E eu conto toda minha história para as pessoas saberem que essa história de engajar, de dar espaço para pobre, negro, para o cara que ouve Racionais, que anda de skate, que não lê só poesia do Drummond, mas do Sérgio Vaz, lá do Capão Redondo… que essas pessoas também podem.”

Por fim, a partir da abordagem do público, a conversa foi para o lado do afeto, do amor na transformação social, ideia compartilhada pelos convidados.
“O amor só era tema de curso de noiva e eu concordo que tudo isso é afeto. Afetar e ser afetado quando se compartilha conteúdo de verdade. Temos várias articulações feitas aqui, mas o que ela trouxe aqui, o que fez vocês articularem essas forças, foi o afeto”, disse Viviane Mosé.

Neste clima, de que as transformações sociais dependem do afeto entre as pessoas, os convidados foram saudados pela plateia presente. Xico Sá ainda lembrou uma frase de Chico Science: “Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar.”

O terceiro painel do evento começa em instantes com a presença dos cineastas Mara Mourão e Luiz Bolognesi, Roger Pires – do Coletivo Nigéria – e a jornalista e documentarista Susanna Lira. A mediação fica por conta da também palestrante Vânia Ferrari.

E você acompanha a transmissão, por streaming, aqui: www.riafestival.com.br/circuito


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