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21.09.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Exercitar empatia para o protagonismo: começa o Circuito R.I.A. 2016

Primeiro painel do evento trouxe debates sobre a necessidade de proporcionar espaços de diálogo e empatia, no qual o jovem possa se sentir protagonista de sua vida

Primeiro painel do evento trouxe debates sobre a necessidade de proporcionar espaços de diálogo e empatia, no qual o jovem possa se sentir protagonista de sua vida

Mais do que palavras, empatia e protagonismo são conceitos potentes, capazes de gerar reflexões sobre a habilidade de se relacionar consigo e também com o entorno. No painel de abertura da quarta edição do Circuito R.I.A. 2016, o diretor-presidente Americo Mattar apresentou como a Fundação Telefônica Vivo escolheu interagir com o outro, principalmente com o público jovem: sabendo ouvir e trabalhando afetivamente com o que eles têm a dizer. “Como a empatia pode mudar o dia-a-dia?”, foi a provocação de Americo ao público presente e também aos que acompanhavam a apresentação por streaming. “Ser protagonista é tomar consciência de nossas decisões e a empatia faz parte desse processo. Quando conhecemos o outro, todo mundo ganha e sai mais rico da experiência”.

Foi durante a segunda edição da pesquisa Juventude Conectada, construída pela Fundação Telefônica Vivo em parceria com jovens de todo Brasil, que a Fundação percebeu que ainda que 61% deles estejam verbalizando suas ideias, principalmente no universo das redes digitais, mais da metade desse público teme tocar em temas polêmicos. A falta de empatia, da capacidade de se relacionar com outro e sua dor faz com que grande parte da juventude não consiga exercer plenamente seu protagonismo.

O painel de abertura do Circuito R.I.A. 2016  foi um debate sobre como conciliar a necessidade de se posicionar como protagonista frente a territórios hostis e sem empatia.  Para mediar a apresentação, foi convidada a apresentadora Rosana Hermann. Com larga experiência em criações em equipe, a mensagem de sua fala centrou-se na força das ideias coletivas, que embora mais difíceis de serem construídas, são mais eficazes que as geradas no individualismo: “Empatia é uma espécie de campo de amor, de inteligência amorosa – cada um com seu espaço de fala e respeito”.

Mas a empatia nem sempre é vista como algo necessário de ser aprendido ou aplicado. Nos próprios espaços de educação, como a escola e a faculdade, isso não está posto. O norte-americano Dale Stephens, primeiro palestrante, sempre sentiu que a falta de empatia, não só pelas pessoas, mas pelo o que se quer seguir como carreira, tinha ligação com uma educação pouco envolvente e com uma realidade assustadora, com mais de 75 milhões de jovens desempregados. Ele criou então o movimento UnCollege,  para que jovens pudessem trilhar um caminho de autoaprendizagem afetiva. “Ensinamos habilidades de relação necessárias para a vida e para o mercado de trabalho, mas que de algum modo são ignoradas nas escolas”, ele completou.

Não ensinadas nas escolas, também difíceis de serem exercidas na vida real e digital. A filósofa Marcia Tiburi quis instigar os espectadores a pensar sobre a força dos conceitos de empatia e de protagonismo, principalmente quando se fala de uma contemporaneidade onde é difícil a construção de uma democracia ética e afetiva.  “Temos que pensar a empatia com as pessoas mais concretas, do cotidiano, com quem se convive e trabalhe, mas também, na era da conexão, as pessoas encontradas no espaço virtual”. Ela acredita que é um bom desafio pensar no quanto a tecnologia pode influenciar essas mediações, à luz do protagonismo jovem.

E como protagonista jovem, negra e periférica, Monique Evelle tem muito a dizer sobre empoderar crianças e adolescentes. Ela é criadora do Desabafo Social, um movimento para ensinar e falar sobre direitos humanos, colocando o jovem como debatedor e produtor de conhecimento. Sua fala foi concentrada em como é possível exercer a empatia no contexto de desigualdade social e falta de oportunidades que muitos dos jovens, principalmente negros e periféricos, encontram no cotidiano. Ouvir a vivência do outro pode ser uma das soluções para evitar polarizações e aumentar a empatia. “Ainda assim, não há tecnologia mais poderosa que o diálogo”, concluiu.

O painel terminou com uma roda de conversa entre os três participantes, que dividiram experiências individuais e de projetos no qual atuam para falar sobre como espaços onde a empatia e a democracia são exercidos são também onde os jovens podem se configurar como protagonistas.


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