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11.11.2021
Tempo de leitura: 6 minutos

Quais são as prioridades para a alfabetização pós-pandemia?

Conheça iniciativas de formação continuada e ferramentas para auxiliar educadores a se prepararem para a alfabetização e o engajamento dos estudantes

alfabetização no pós-pandemia

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Era sob essa perspectiva que Paulo Freire, um dos grandes pensadores da educação, entendia o processo de alfabetização. Para ele, ensinar é colocar os estudantes no centro do processo de aprendizagem, levando em consideração a realidade da qual fazem parte.

Tanto as crianças que chegaram agora às séries iniciais quanto os cerca de 11 milhões de brasileiros que nunca aprenderam a ler e a escrever, compartilham um mesmo contexto: a pandemia. Com as escolas e centros educacionais fechados por quase dois anos, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes estão sem acesso à educação.

“Mais do que recuperar o que não foi aprendido, o foco deve estar em mobilizar os estudantes a construírem vínculos com o processo de aprendizagem. A compreensão da língua é uma atividade mental, por isso é importante existir condições de interesse e necessidade que ativem essas habilidades cognitivas”, aponta Silvia Kist, coordenadora de Educação a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A especialista foi uma das participantes da live Alfabetização pós-pandemia: recuperando aprendizagens e sonhos, que faz parte da série Conversas que Aproximam, promovida pela Fundação Telefônica Vivo. Reconhecendo a alfabetização e, sobretudo, o letramento como processos que dependem de interações sociais, o encontro pontuou o engajamento dos estudantes e a formação continuada dos educadores como prioridades para a retomada das aulas presenciais no pós-pandemia.

Leia mais: Alfabetização na pandemia: de que forma é possível garantir esse direito?

Relembrando Paulo Freire

Além de ser considerado um dos maiores pensadores da história da pedagogia, Paulo Freire representa um marco na política de alfabetização brasileira. O método criado pelo educador, focado, sobretudo, na leitura e na escrita de jovens e adultos, trouxe uma nova perspectiva global sobre o papel de uma educação dialógica e voltada para a cidadania.

Relembrar Paulo Freire – que completaria 100 anos em setembro de 2021, se estivesse vivo –  é também uma forma de resgatar uma ideia de futuro baseado na construção coletiva e significativa da aprendizagem.

Formação continuada 

Além de universalizar a alfabetização das crianças brasileiras, o Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu metas com o intuito de aumentar para 50% o percentual de profissionais da Educação Básica com formação continuada. Um dos recursos digitais disponíveis para auxiliar os educadores alfabetizadores nesse sentido é o Portal Trilhas.

A iniciativa promovida pela Fundação Telefônica Vivo e pelo Instituto Natura, com apoio do Instituto Península, oferece formações on-line e gratuitas voltadas para professores e estudantes de Pedagogia. Os conteúdos são alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), certificados pelo MEC (Ministério da Educação) e adaptados ao contexto de Ensino Remoto.

Três cursos estão disponíveis, mas a plataforma reúne uma série de conteúdos que ampliam as possibilidades para os educadores. Mais de 80 indicações literárias, vídeos e tutoriais com especialistas podem ser consultados a qualquer momento, bem como os livros digitais que acompanham as formações.

Há também espaços para diálogo e troca entre os usuários, que podem gravar vídeos para compartilhar experiências e práticas implementadas a partir dos conhecimentos adquiridos no portal. Dessa forma, os educadores podem identificar as dificuldades de aprendizagem dos estudantes e adaptar atividades às diferentes realidades da turma.

Conheça os cursos do Portal Trilhas

Leitura em voz alta pelo professorA oralidade era uma das habilidades essenciais para a alfabetização antes, e continua a ser no pós-pandemia. Ouvir histórias lidas e contadas pelo professor amplia o repertório de palavras e aproxima as crianças do mundo letrado. O curso propõe textos narrativos, informativos e poéticos  e reflexões sobre situações didáticas de leitura.

Escrita por meio do professor →  Este curso convida o educador para assumir o papel de escriba dos textos ditados pelas crianças. Sem a preocupação com a ortografia e  pontuação, os estudantes ganham espaço para se ocupar com a autoria e as características da linguagem escrita.

Escrita compartilhada: pesquisar, comunicar e aprenderCom o objetivo de engajar e tornar as crianças protagonistas do próprio aprendizado, o curso propõe a construção de enciclopédias valorizando o repertório pessoal dos estudantes, ao mesmo tempo em que desenvolve habilidades de colaboração, pesquisa e comunicação em meios impressos e digitais.

Alfabetizando na diversidade

A pandemia chamou atenção para a diversidade de realidades às quais escolas, famílias e estudantes estão submetidos diariamente. Nunca foi tão importante encontrar alternativas personalizadas de ensino. Foi pensando nesse cenário que os cursos da plataforma Escolas Conectadas foram atualizados para amparar práticas pedagógicas a distância.

Três dos 11 títulos adaptados estão relacionados a temas que envolvem a alfabetização e vão ajudar o educador no pós-pandemia. Os educadores inscritos nos cursos podem contar com recursos digitais acessíveis — desenhados para funcionar em celulares — que permitem uma aprendizagem a partir da autoria e apropriação dos sistemas de escrita, além de tutoriais em vídeos e orientações de especialistas.

A plataforma Escolas Conectadas  é uma iniciativa que faz parte do ProFuturo, programa global da Fundação Telefônica e da Fundação “la Caixa”. Através da formação continuada gratuita dos professores, propaga a inovação educativa e as competências do século XXI.

A primeira aplicação funciona através de um avatar que reproduz os textos digitados pelas crianças, independentemente da correção da grafia e da pontuação. Já a segunda faz o caminho inverso: transforma em texto escrito o que é ditado pelos estudantes e educadores.

“As tecnologias digitais aplicadas de maneira acessível permitem que os estudantes brinquem com a linguagem e trabalhem a autoria. Ao mesmo tempo, cria condições para que os educadores façam intervenções e acompanhem a apropriação do sistema de escrita”, comenta Patrícia Schafer, supervisora pedagógica do projeto Escolas Conectadas, que também participou da live sobre alfabetização.

Cursos do Escola Conectadas voltados para alfabetização

Alfabetizando na diversidadePensando em aproximar educadores de estratégias personalizadas para engajar grupos heterogêneos no mundo letrado, a formação tem como objetivo lidar tanto com modalidades de Ensino Presencial quanto Remoto.

Escrita criativa: com a palavra, a autoria →  Não basta apenas saber escrever, mas ver sentido na escrita como forma de expressão. Para estimular o interesse dos estudantes, o curso propõe o trabalho da linguagem por meio de quadrinhos, construções publicitárias, memes e elementos do campo jornalístico-midiático.

Produção textual na Cultura Digital →  A cultura digital faz parte do contexto no qual os estudantes estão inseridos. O curso introduz ferramentas para guiar e potencializar o processo da produção textual levando em consideração o mundo conectado.


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