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05.02.2021
Tempo de leitura: 6 minutos

5 plataformas de streaming que oferecem representatividade no audiovisual

Para além da Netflix, o mercado de streaming traz outras opções que representam não só narrativas de diferentes lugares de fala, mas também uma demanda da sociedade atual por diversidade e democratização de acesso

Imagem mostra grupo de pessoas. Algumas estão sentadas no sofá e outras estão em pé, atrás delas. A imagem faz parte da divulgação da série Casa da Vó.

O que começou como um serviço de locadora online resultou em uma tecnologia revolucionária que alterou a forma de consumir e acessar entretenimento no mundo. Os serviços de streaming pipocaram após o sucesso da Netflix em 2007, e desde então se destacam por oferecer um modelo flexível, personalizado e de acesso imediato. Mas como toda a revolução acontece aos poucos, esse mercado ainda tem muito a avançar no que diz respeito à diversidade.

Embora existam muitas opções de catálogos que atendam aos mais variados interesses do público — produções de grandes estúdios, filmes antigos, lançamentos, animes, documentários, infantil, entre outros — a representatividade nas telas também faz parte das exigências dos consumidores dessa geração.

Em janeiro de 2020, a Netflix divulgou os dados de uma pesquisa realizada com 1000 jovens brasileiros, com faixa etária entre 16 e 25 anos. 7 em cada dez entrevistados responderam que se verem representados na tela é de fundamental importância. Isso quer dizer que 79% dos jovens escolhem filmes ou séries a partir da diversidade nos perfis e nas temáticas, tanto no enredo quanto na produção e elenco escalado.

Outro dado relevante gira em torno da representatividade LGBTQI+. Uma pesquisa, realizada pela empresa Parrot Analytics, analisou programas com estreias em 2020 na América Latina e mostrou que três quartos da demanda inclui o debate sobre orientação sexual e identificação de gênero. Se os diretores também fazem parte da comunidade LGBTQI+, a demanda cresce cerca de 14%.

Pensando não só em atender os interesses da juventude do século XXI, mas também em ocupar o espaço do audiovisual para trazer novas perspectivas, alguns serviços de streaming foram criados justamente com a premissa de valorizar a pluralidade de narrativas. Conheça 5 plataformas que vão facilitar a sua procura por representatividade!

1. Todesplay
Sebastião Bernardes de Souza Prata, mais conhecido como Grande Otelo, foi um dos maiores atores e humoristas brasileiros, que participou de filmes e programas na televisão por mais de 60 anos, estrelando sucessos como Macunaíma (1969). No dia 18 de outubro de 2020, ele completaria 105 anos. Foi quando a Associação de Profissionais do Audiovisual Negro, a Apan, decidiu inaugurar a plataforma de streaming Todesplay.

O serviço se destaca por oferecer diversidade, com um catálogo formado por produções nacionais e estrangeiras que vão desde curtas até séries produzidas e protagonizadas por pretos e pardos. Outro destaque da plataforma é que a arrecadação das assinaturas mensais (R$ 6,90) é distribuída entre as produções audiovisuais exclusivas e a manutenção da Todesplay.

2. Wolo TV
Para além de cumprir uma agenda de diversidade, a plataforma Wolo TV, lançada em dezembro de 2020, pretende ressignificar as produções audiovisuais nacionais e tornar os conteúdos de fato acessíveis para todos. A ideia é produzir conteúdos originais, que já estrearam com a série “Casa da Vó”, uma comédia protagonizada pela cantora e atriz Margareth Menezes e outras personalidades como Rincon Sapiência, Wilson Rabelo e Jacy Lima.

A ideia do fundador da Wolo, o ator e diretor Licínio Januário, é concentrar os talentos e trabalhos de profissionais e artistas negros, exaltando seu máximo potencial. A preocupação não é apenas com a estética, mas também com a diversidade regional e de linguagem abordadas nas produções, para que de fato representem a pluralidade de expressão que é o Brasil. O preço da assinatura mensal da plataforma é de R$8,99.

3. LGBTflix
O coletivo Vote LGBT se organiza desde 2014 para responder aos desafios da representatividade da comunidade LGBTQI+ nos mais diversos espaços, sobretudo na política. Em 2020, diante de um cenário de isolamento social que impôs a convivência em lares muitas vezes violentos, a preocupação foi criar um espaço de conexão através do audiovisual.

Assim nasceu o LGBTFlix, uma plataforma de streaming totalmente gratuita que reúne curtas-metragens dirigidos e protagonizados por artistas LGBTQI+, ou que trazem a comunidade como tema central. Os títulos são todos nacionais, podem ser filtrados por cada uma das letras da sigla (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, +) ou por assunto: família, raça, gênero, religião e sexo.

O LGBTFlix pode ser acessado sem nenhum custo e está aberto à contribuições de diretores que queiram disponibilizar seus filmes na plataforma.

4. Afroflix
Partindo da mesma perspectiva colaborativa, o Afroflix é uma opção gratuita para quem quer ter acesso a filmes, curtas, documentários, webséries, vlogs e até mesmo videoclipes produzidos, roteirizados ou protagonizados por pessoas pretas e pardas. Criada pela cineasta baiana Yasmin Thayná, a plataforma se dedica a ser um espaço aberto para que outros artistas possam disponibilizar suas produções.

A participação do público também é incentivada. Quem assiste ao Afroflix está mais do que convidado a fazer recomendações e até mesmo indicar conteúdos alinhados com o propósito da plataforma. Os mais de 100 materiais disponíveis são exclusivamente nacionais e podem ser acessados sem custo nenhum.

5. Libreflix
Criado em 2017, o Libreflix parte do princípio de que o acesso à cultura digital deve estar disponível para todos, de forma gratuita. Imagem mostra o logo da plataforma LibreflixMúsica, filmes, curtas, clássicos, documentários, o catálogo da plataforma é diversificado e usa apenas títulos com livre exibição. É também uma ótima oportunidade para cineastas e produtores independentes disponibilizarem seus trabalhos.

Com uma dinâmica parecida com a do Afroflix e do LGBTQflix, a plataforma aposta em um modelo colaborativo para incentivar a produção de audiovisual nacional e de artistas que estão no início de carreira.  O objetivo é democratizar a arte, a educação e a informação.


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