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23.09.2015
Tempo de leitura: 4 minutos

A cidade repensando a educação

A Virada da Educação 2015 mobilizou o centro da cidade de São Paulo em atividades que propunham uma reflexão sobre processos educativos.

No sábado, 19 de setembro, data em que se celebra o aniversário de Paulo Freire, a educação se descentralizou e fervilhou. Em um canto do pátio escolar, adolescentes lutavam capoeira enquanto outros improvisavam um rap. Do lado de fora do muro, ouvintes atentos sentados nas escadas da Praça Roosevelt assistiam a uma aula pública sobre os ensinamentos do educador aniversariante. As crianças tinham as mãos sujas e pegajosas da Oficina de Meleca.  A Virada da Educação 2015 aconteceu para repensar os territórios e como a escola se relaciona com eles.

O evento é um ponto de encontro de ações descentralizadas de ressignificação da educação, mobilizadas e articuladas pelo Movimento Entusiasmo, parceiros e voluntários. Oficinas, trilhas e debates pipocaram por vários lugares de São Paulo e foi no colégio EE Caetano de Campos que Antônio Sagrado Lovato, um dos articuladores, contou sobre como o nome do evento é simbólico: “O termo Virada tem muito a ver com “virar” a educação, pensá-la de um jeito diferente”.

Repensar métodos pedagógicos é repensar a autonomia e hierarquia dentro dos espaços educativos. Antônio reforça que, essencialmente, o evento é construído por quem mais se beneficia dela: são as crianças e os jovens que articulam e propõem a programação do evento, com base no que querem ver e aprender: “Abrimos a chamada para que oficineiros inscrevessem suas atividades. Aí você vê de tudo, desde feira de adoção de animais, oficinas de cupcake e meleca, e rodas de contação de história. Coisas que estudantes pedem e trazem, nós acolhemos com o maior carinho”,  explica.

Beatriz Barros Rocha, estudante que apresentava a peça Meu Mundo Preto e Branco com seu grupo de teatro jovem para uma plateia também da sua faixa etária, disse que educação e a arte, no seu caso o teatro, estão muito conectados: “Educação está na escola, na casa e na rua. Ela existe em todo lugar, e também existe a falta dela, e por isso é uma base importantíssima para nossa sociedade, que tem que ser discutida”.

O fazer e o colocar a mão na massa estiveram presentes em toda a programação da Virada. O lúdico aproxima e facilita o diálogo, além de atrair públicos de diferentes nichos; não só pessoas que já repensam a educação, mas também aquelas que têm vontade de se aproximar do tema e o fazem mais facilmente brincando e imaginando. Não é nada estranho então que uma roda de jovens e adultos percorresse a Praça Roosevelt com um cancioneiro e com um ambientalista, e que eles explicassem sobre as diferentes espécies de árvore, finalizando o passeio plantando um Ipê-amarelo.

Antônio, que é também diretor do documentário referência em autonomia da educação Quando Penso que Já Sei, diz que é incrível que a experiência não ocorra mais só em São Paulo e que, por ser descentralizada, atinja níveis de organização e execução diferentes em cada lugar. Se em Salvador ela se torna um locus para um debate de educação facilitado pelo evento, em São Paulo ela tem aquele ar de brincante, a leveza de entender o aprender para muito além de qualquer muro, e a pluralidade que caracteriza a cidade e cativa.


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