Os palhaços Claudio Thebas e Álvaro Lages realizaram uma oficina com esquetes para falar sobre a empatia, como também da falta dela.
Nariz vermelho, terno multicolorido e violão na mão. Os palestrantes da oficina Empatia: Eu pelos seus olhos, a segunda da série de programação via streaming do Circuito R.I.A 2016, são potentes mensageiros da empatia, porque o ofício do palhaço pressupõe contatos afetuosos, capacidade de olhar os outros, e principalmente, facilidade de rir de si próprio e não se levar tão a sério. Os palhaços Claudio Thebas (Olímpio) e Álvaro Lages (Pelanca) montaram esquetes ao vivo, com participação dos internautas, para tratar sobre situações relacionadas à ausência de empatia entre as pessoas.
Ambos os palhaços integram o Forças Amadas, grupo que trabalha na reconstrução de indivíduos que passaram por traumas e tragédias, por meio dos princípios da escuta. Já no início da apresentação, os palhaços deram o tom – ao se apresentarem eles simularam uma pequena competição, em que cada um lutava para ser o mais ovacionado pela plateia presencial. Entre gritos e palmas, eles já demonstravam de maneira humorística e poética como podem ser complicadas as relações interpessoais.
Durante os improvisos, eles convidaram o apresentador Iberê Thenório para servir como ajudante de palco. Juntos, os três elencaram alguns tipos de comuns de falta de empatia, com base nas experiências que pediam aos internautas: pessoas que não escutam ou não dão importância para as vivências do outro; aquelas que, ao ouvir um problema, querem contar um que considerem mais grave, ou as que têm necessidade de culpar outras pelas situações que enfrentam. Brincando, eles as chamaram de pessoas “abomináveis”.
Os palhaços também pediram ao público que enviassem palavras para que pudessem criar canções orbitando ao redor do tema empatia. As sugestões foram diversas, entre amor, conexão, harmonia, generosidade e gentileza, gerando paródias musicais. Para o encerramento, os dois palhaços se engajaram em número de mágica a la Houdini – era para inspirar e mostrar que, ante situações difíceis, é necessário se ajudar, mas mais importante: deixar que o outro consiga trilhar seus próprios caminhos, saindo fortalecido da experiência.
Em um evento com tanto conteúdo e diálogo, Claudio conta como foi desafiador falar sobre empatia sem necessariamente explaná-la, com o auxílio das artes clown e teatral. “A ideia era fazer as pessoas se identificarem com situações e observarem a e aos outros. Não precisa educar, podemos mostrar e o outro colhe o que for importante para ele”. Álvaro complementou apontando que a educação passada por meio do gestual muitas vezes tem mais poder que a fala. “O exemplo é mais importante do que a tentativa de ensinar”.