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Feita de forma voluntária, a coleta de sangue por hemocentros passa por um período de baixa de estoque, agravado pela pandemia de coronavírus. Conheça como funcionam os protocolos de doação e os postos de coleta próximos a você!

#Voluntariado#VoluntariadoDigital

A imagem mostra um braço estendido durante o procedimento de doação de sangue, com uma agulha coberta por uma gaze inserida na pele.

A doação de sangue no Brasil é um ato voluntário e que pode ajudar, no mínimo, até outras três pessoas a cada bolsa coletada. Em 2020, o Ministério da Saúde estima uma diminuição de 15% a 20% no total de doações de sangue, em comparação a 2019. Esse cenário se desenha por conta da pandemia de coronavírus, que acabou afastando as pessoas dos hemocentros. No entanto, a luta para manter os estoques abastecidos é antiga e constante. Passa por promover uma cultura de doação contínua em quem se voluntaria e em desconstruir mitos e medos da população.

Com atuação na Grande São Paulo, a Fundação Pró-Sangue está entre os cinco maiores bancos de sangue da América Latina e é centro de referência da Organização Pan-Americana de Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Mensalmente, coleta e processa aproximadamente 10 mil bolsas de sangue destinadas para o atendimento de mais de 100 instituições públicas de saúde da rede estadual, entre elas o Hospital das Clínicas, o Instituto do Coração, o Instituto do Câncer de São Paulo e o Hospital Dante Pazzanese.

Segundo a instituição, a época próxima ao Carnaval já costuma ser de baixa nos estoques dos hemocentros, tendência de grandes feriados como Natal e Ano Novo. Mas, para se ter uma ideia da situação atual, os estoques giram em torno de 40%, o que reforça a urgência da busca por voluntários. A instituição também viu seu estoque cair por conta da pandemia.

Entre março e abril de 2020, sua média mensal despencou a 9,5 mil e 6,9 mil bolsas, respectivamente. Atualmente o ritmo de doação ainda não voltou ao normal, mas o consumo dos bancos já aumentou, pois foram retomadas cirurgias eletivas nos hospitais – ou seja, aquelas de menor gravidade – que haviam sido suspensas no primeiro semestre do ano passado.

“Hoje a gente tem o consumo normal de sangue, mas a doação não voltou a crescer. A gente está com um estresse crônico, não agudo. Estamos, há um ano, pedindo (por mais voluntários), pois o estoque continua baixo em relação à nossa necessidade”, aponta a doutora Helena Sabino Fernandes, que atua na Pró-Sangue.

 

Os protocolos em relação à Covid-19 

No Brasil, estima-se que os voluntários na coleta de sangue correspondam a apenas 1,9% da população, o que significa que não há uma cultura de doação de sangue estabelecida. Com a pandemia de coronavírus, as recomendações para quem puder ficar em casa e evitar transportes públicos acabam contribuindo para manter a procura pelos hemocentros abaixo do esperado. Além disso, há um medo justificado do contágio.

Os postos de coleta se adaptaram seguindo de protocolos já básicos – como uso de máscaras e a disponibilidade de álcool gel desde a entrada até os diversos pontos de triagem, até a intensificação de outras medidas, como o agendamento de coletas.

“A pandemia nos obrigou a tomar algumas medidas. Os postos foram redimensionados para atender com segurança a um número de cadeiras abaixo da lotação, levando em conta também o número de funcionários. Além disso, com o agendando, a pessoa não fica muito tempo em modo de espera e é possível fazer a higienização adequada entre um doador e outro”, complementa a doutora Helena.

A especialista também tranquiliza interessados em se tornarem voluntários quanto ao fato de não haver contágio de coronavírus pelo sangue. O que existe é uma restrição temporária quanto a pessoas que foram infectadas pela Covid-19.

“O resfriado simples já é um impedimento temporário, de 7 a 15 dias. Em relação à Covid-19 são 30 dias quando for algo sem complicação, com o paciente tendo feito o tratamento em casa. Não porque se passe através do sangue, mas para se manter afastado e não ter possibilidade de disseminar nada”, explica a médica.

Há ainda um tempo de espera para quem já foi imunizado pelas vacinas, que começam a ficar disponíveis. É preciso aguardar 48 horas antes de doar sangue ao tomar a CoronaVac, e 7 dias, no caso da Oxford/AstraZeneca. Há essa diferença na espera pelas tecnologias diferentes empregadas na fabricação de cada um dos imunizantes.

 

Quem está doando sangue durante a pandemia 

Segundo a doutora Helena Sabino Fernandes, as campanhas chamando doadores são intensificadas na época de feriados prolongados e é importante conhecer a experiência de quem é voluntário recorrente e não parou de doar mesmo no contexto que vivemos. A jornalista Rhaisa Trombini sempre teve a consciência de que os níveis de estoque de sangue nos bancos nunca foi o ideal e, desde meados de 2018 passou doar sangue regularmente.

Na doação mais recente, ela atendeu a um chamado do Banco de Sangue de São Paulo, em julho do ano passado, e ficou tranquila ao descobrir que não há risco de contágio do coronavírus pelo sangue. “Não foi muito diferente do que eu já havia presenciado antes. Eles estavam fazendo agendamento de horário com distanciamento de cadeiras e todos os cuidados com uso de máscara e álcool em gel na triagem”, relata Rhaisa.

A publicitária Renata Macedo já perdeu a conta de quantas vezes se submeteu à doação de sangue, mas faz o procedimento ao menos uma vez por ano e também compareceu a postos de coleta durante a pandemia.

“Fui doar principalmente por ver que o estoque de sangue havia caído muito na pandemia por ter menos pessoas doando. O novo procedimento incluiu apenas novas perguntas na entrevista prévia sobre histórico de contaminação ou sintomas de Covid-19”, finaliza.

Não caia em notícia falsa!

A luta pela doação de sangue é antiga e existem muitos boatos que acabam difundidos e atrapalham essa batalha. Com ajuda da médica Helena Sabino Fernandes, demonstramos alguns mitos e notícias falsas para você fugir da falta de informação!

O sangue não fica grosso
Nas primeiras 24 horas após a coleta da bolsa de sangue, o organismo vai repor a parte líquida do sangue. O rim dá um alerta para que a medula aumente sua produção, de modo que, em três semanas, costuma estar tudo regularizado novamente no organismo.

Doar sangue não engorda, nem emagrece
O sangue não engrossa nem afina. Tampouco o procedimento engorda ou emagrece as pessoas. O sangue doado, de 410 ml a 460 ml, corresponde a, aproximadamente, 9% da quantidade da volemia (líquido nas veias). Essa quantidade não leva a pessoa à fraqueza. Pode ocorrer uma reação, muitas vezes ligada à ansiedade, em 4% das pessoas por conta de uma rápida queda de pressão.

É crescente o número de mulheres doando sangue
Cai o mito de que quando a mulher menstrua, o sangue não está bom para doar! Existe uma restrição para mulheres que passaram por cirurgia cesariana ou que estejam amamentando de aguardar 12 meses para voltar a doar.

É um procedimento seguro
Além de exigidos pré-requisitos básicos, são feitos diversos tipos de testes para garantir a qualidade do sangue coletado. A triagem inclui medir temperatura, peso, testes como detecção de anemia e a realização de questionários sobre histórico médico e comportamentais do doador.

Como funciona a doação de sangue A doação dura de 10 minutos a 15 minutos. Depois do procedimento de coleta, o sangue deve ser fracionado e congelado em um período de seis horas para manter todos os fatores de coagulação e proteínas ativos. Entre os requisitos básicos para a doação de sangue estão: Estar em boas condições de saúde. Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (para menores de 18 anos, verificar no site os documentos necessários e formulários de autorização). Pesar no mínimo 50kg. Estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas) e alimentado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação). Apresentar documento original com foto recente (que permita a identificação do candidato), emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social ou Carteira de Habilitação).

Onde é possível doar sangue?

A Pró-Sangue tem seis postos de coleta na Grande São Paulo, basta fazer o agendamento pelo site prosangue.sp.gov.br. Para mais informações, ligue no Alô Pró-Sangue 4573-7800.

Posto Clínicas
Endereço: Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 155 – 1º andar – São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: De segunda a sexta, das 8 às 18h00; sábados, feriados e emendas, das 8 às 17h00

Posto Mandaqui
Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 4.227 – São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8 às 16h30

Posto Dante Pazzanese
Endereço: Av. Dante Pazzanese, 500 – São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: segunda, terça, quinta e sexta-feira, das 8 às 13h00

Posto Regional de Osasco
Endereço: R. Ari Barroso, 355 – Osasco (SP)
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8 às 16h30; sábados, das 8 às 16h00

Posto Barueri
Endereço: R. Angela Mirella, 354 – Barueri (SP)
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8 às 16h00

Posto Stella Maris
Endereço: R. Maria Cândida Pereira, 568 – Guarulhos (SP)
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8 às 16h00

Nas demais regiões do Brasil
A plataforma Partiu Doar Sangue lista postos de coleta em todas as regiões do Brasil. Para conhecer, basta acessar o site partiudoarsangue.com.br.

A importância da doação de sangue em meio à pandemia
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