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31.03.2020
Tempo de leitura: 5 minutos

Agência Popular Solano Trindade atua em rede para fortalecer periferia

Com articulação de artistas, empreendedores e mercado, a agência fortalece o empreendedorismo em rede e cria um fundo de emergência para momentos de crise.

Nascida no Capão Redondo, região do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, a Agência Popular Solano Trindade tem como proposta fortalecer a economia ligada à cultura criativa e incentivar a produção e a difusão da cultura popular, criando formas de organização e sustentabilidade dessas ações. A iniciativa aposta no empreendedorismo em rede para articular arte, cultura e mercado, e ainda, resistir a tempos mais difíceis.
“A gente acredita que estar em rede é poder dialogar com o mercado e fazer com que uma empreendedora, após anos sendo empregada doméstica, possa viver do seu dom”, resume Thiago Vinicius, fundador à frente do empreendimento, que funciona como um coletivo.

A Agência tem capacidade de organizar eventos desde o transporte e catering (fornecimento de alimentos e serviços similares), até a contratação de recepcionistas, palestrantes e shows.  “Nosso intuito é fazer com que esse empreendedor ou empreendedora acesse o mercado, venda o produto e volte para a quebrada”, conta Thiago.

 

Construindo pontes

Criado a partir de um desdobramento do Banco Comunitário União Sampaio, o primeiro banco comunitário da periferia de São Paulo, a Agência Popular Solano Trindade, que traz no nome a homenagem a Solano Trindade, caracteriza-se por ter uma forte vivência com a cultura da região do Capão Redondo. Artistas como Mano Brown e atrações como Sarau do Binho e Cooperifa também são referências.

Contudo, foi a participação na 31ª Bienal de Artes de São Paulo, que tornou a agência uma referência na comunidade e ganhou o apoio de pequenos comerciantes e empreendedores. “Foi a primeira vez que a periferia entrou pela porta da frente, para estar ali como artistas, junto a outros de vários lugares, como Israel, Londres, Amsterdam”, relembra Thiago Vinicius.

Hoje a estrutura da agência ainda se desdobra em um coworking, com sala de reunião, um armazém de comida orgânica e o restaurante Organicamente Rango, chefiado pela mãe de Thiago Vinicius, a dona Nice.

A ancestralidade, inclusive, é exaltada como um dos pilares do empreendedorismo na periferia pelo fundador. “Minha mãe é uma das primeiras mobilizadoras aqui da quebrada e passou pra nós essa história, essa luta. Então a gente tem esse empoderamento familiar dentro da nossa casa, da nossa formação. A gente sempre remete à nossa ancestralidade antes de colocar um projeto na rua”.

 

“Nós somos empreendedores da periferia, que têm todas as dificuldades. Baixa escolaridade, mal fala português, quem dera falar inglês, muitas vezes não sabe mexer em uma planilha. Imagine quem mora no Capão Redondo, leva duas horas para chegar no centro e mais duas pra voltar. Tudo isso são barreiras físicas, muitas visíveis e muitas invisíveis, que nós enfrentamos para poder transformar e fazer as coisas como a gente faz”, ressalta Thiago Vinicius.

Desafios e superação em tempos de crise

Com 31 anos, sendo 16 anos de experiência no empreendedorismo social, Thiago é consciente sobre os desafios da área que no atual cenário, tendem a crescer por conta da pandemia mundial causada pelo coronavírus.

Mas é justamente a capacidade de articulação da iniciativa que está sendo colocada em prática, durante este período em que os eventos estão paralisados, para apoiar os cerca de mil empreendedores que estão na base da Agência Solano Trindade

Junto com um time que inclui outros empreendimentos de impacto, como Preta Hub, Vale do DendêFa.velaFestival Latinidades e Afrobusiness Brasil, eles criaram uma aliança com o objetivo de captar recursos para o fundo de emergência do Éditodos.

“É bem bacana, porque a gente chega junto. É a inteligência de rede, de novo, ao abordar os financiadores. Porque quando eu vou falar com o financiador, vou como coalizão, então meu impacto aumenta. Não vou falar só do meu, vou falar do todo, com alcance na Bahia, em Minas Gerais, no Distrito Federal”, exalta Thiago.

Com os recursos arrecadados a ideia é tornar o Éditodos – que brinca com a palavra edital e já existe desde 2017 – em uma plataforma de doação. A intenção é distribuir um ticket de R$ 1.000 para que os empreendedores já associados possam, comprar alimentos e pagar contas fixas nos próximos meses.

“Na rede da Agência Popular Solano Trindade, 56% dos empreendedores estão no grupo de risco do coronavírus. São pessoas com mais de 60 anos, são mulheres negras e avós”, detalha o empreendedor.

Thiago conta que também criou uma campanha própria para arrecadar recursos e incentiva os empreendedores a não desistirem por conta da pandemia.

“A gente está trabalhando mais do que o normal para continuar a captação de recursos e não vamos desistir. Estaremos aqui para nos desenvolver juntos, porque também está sendo um grande aprendizado. Vamos pra cima!”, conclui.


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