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10.12.2015
Tempo de leitura: 4 minutos

Alunos da EMEF Campos Salles lançam livros e fazem da escrita uma ferramenta de inovação

A Fundação Telefônica Vivo participou do lançamento da coleção assinada por 120 crianças do projeto Primeiro Livro, na escola de Heliópolis, Zona Sul de SP.

“Se o aluno não aprende desde a escola a criar, ele saberá apenas imitar durante toda sua vida”, dizia o escritor russo Leon Tolstói (1828-1920). O trabalho de Tolstói com o pensamento da escola liberal, que defende a imaginação e a criatividade, é uma das inspirações do educador Luis Junqueira. Ele levou o modelo adiante e acaba de celebrar, ao lado de 120 crianças escritoras, o lançamento das publicações do projeto Primeiro Livro, lançado na EMEF Campos Salles. A escola, localizada no bairro de Heliópolis (Zona Sul de São Paulo) é sinônimo de liberdade: nela, os estudantes são os protagonistas.

A proposta idealizada por Junqueira é a de estimular alunos a se tornar autores. O piloto do Primeiro Livro, que começou em uma escola particular em Alphaville, fez com que o educador empreendesse a aventura de bater de porta em porta das escolas públicas paulistas. Foram muitos nãos, mas Junqueira não se vergou às respostas negativas. “Eu não acredito em pessimismo, acredito no que vivenciamos nessa escola, nesse universo, em que você dá autonomia para o ser humano e assim, a educação acontece.”

A EMEF Campos Salles, que tem Braz Nogueira como ex-diretor e uma equipe inspiradora ao redor, disse um redondo sim e abraçou a ideia, mesmo sem dispor de recursos para tanto. Luís Junqueira garantiu que o projeto iria acontecer, e para isso, fez uma campanha de financiamento coletivo no Catarse. A diretora da escola, Rosemeire Schimidt, fala sobre o processo de integração: “Ele veio com sua própria equipe, totalmente autônomo. Se inseriu na rotina escolar e, junto com os professores, deu início à produção”.

Educação como prática da liberdade

Para Junqueira, a autonomia é fundamental no projeto. Quando chegou a Campos Salles, em 2014, fez uma proposição simples aos professores. “Perguntamos se estavam dispostos a doar seu tempo e sua disciplina para fazer as crianças escreverem. Eles tinham de garantir liberdade de expressão e autonomia dos estudantes, pilares do Primeiro Livro”.

As oficinas eram ministradas toda terça-feira. Para Luís e sua equipe de educadores, cabia a tarefa de ler os textos e diagnosticar habilidades e dificuldades dos alunos, criando aulas personalizadas. “Víamos quem tinha dificuldade em ortografia, quais eram as crises de criatividade, quem era bom de literatura… A aula acontecia à medida que os alunos escreviam”.

E como escrevem! Escrevem contos nos quais princesas têm de combater vampiros e leopardos para conseguir pérolas mágicas (As Seis Pérolas Perdidas, da escritora Ana Beatriz Matias), ou um duelo sangrento entre ícones de filme de terror (Fred vs. Jason, do escritor Octavio Henrique Martins da Silva, de 11 anos). E ainda, o livro Tribo, que começa com a frase feita por Diogo Brito Nascimento, de 13 anos: “Sinto que agora já não consigo controlar, como uma besta que quer se libertar, o medo que nos protege ou que nos amedronta”.

As escritoras e escritores mirins lançaram suas obras em uma cerimônia na segunda-feira, 7 de dezembro. Quando convidados para discursar, diziam o quão gratificante tinha sido a experiência. Um pequeno escritor de 13 anos incentivou a plateia para que também escrevessem, porque ‘faz muito bem’. Diogo, autor do livro a Tribo, comentou: sempre que tinha algum problema ou estava triste, pensava na oficina da próxima terça-feira, quando poderia escrever.

Parceira desde sempre da EMEF Campos Salles, a Fundação Telefônica Vivo atua na escola em conjunto com o Instituto Natura, por meio do programa Escolas que Inovam, disponibilizando notebooks para as crianças. “O projeto Primeiro Livro complementa muito bem o Escolas que Inovam. Trazer a escola e o aluno para a cultura digital, para a tecnologia, numa ambiente que por si só já é inovador, é muito gratificante”, discursou Renata Mandelbaum, coordenadora do projeto dentro da Fundação, na abertura do evento.

Folhear as páginas dos livros é um ato que deve ser feito com cuidado: ali, se manuseia diretamente o produto de sonhos e almejos das crianças. A literatura foi um canal de expressão – e a criatividade permitiu uma bonita noite de autógrafos escritos por mãos tão pequenas e talentosas. “A questão da escrita nas escolas não é trabalhada de forma leve, e as crianças acabam acreditando que não são capazes. O projeto Primeiro Livro mostra o contrário, e potencializa sonhos e esperanças”, conclui Rosemeire.


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