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Neste 25 de maio, Dia Nacional da Adoção, conheça a história do analista de sistemas que inventou uma espécie de aplicativo de relacionamento para agilizar a formação de uma nova família 

Imagem mostra família de Nilson Queiroz, com esposa e os dois filhos

Assim que Nilson bateu os olhos nos irmãos, os medos sumiram e nasceu um pai.

O Brasil tem mais de oito mil crianças e adolescentes na fila da adoção. Segundo dados do Cadastro Nacional da Adoção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a maior parte tem entre 10 e 17 anos, 58% têm irmãos e um quarto possui algum problema de saúde.

Por outro lado, são mais de 43 mil possíveis adotantes cadastrados, a maioria à espera de um filho de até 3 anos, sendo que menos de 1% aceita crianças mais velhas, a partir de 11 anos. Apenas 36% aceitam adotar irmãos, e 64% só adotariam crianças saudáveis. Essa divergência entre expectativa e realidade é um dos motivos que ajudam a explicar a demora na formação de novas famílias.

Mas será que as coisas não seriam diferentes se um adulto que espera por um bebê para adotar tivesse a chance de conhecer melhor uma criança? É nisso que aposta o analista de sistemas de Porto Alegre (RS), Nilson Queiroz, de 56 anos. Baseado em sua própria experiência, ele é o idealizador de uma espécie de “aplicativo de relacionamento da adoção”, que une possíveis adotantes às crianças que buscam uma família.

Com o nome ainda provisório de Deixe o Amor te Surpreender, o aplicativo segue a mesma lógica das redes sociais de relacionamento. Com dados do Cadastro Nacional de Adoção e do Tribunal de Justiça, o app oferece uma lista extensa de informações sobre as crianças, como fotos, vídeos, histórico familiar e de saúde, desenhos e até cartas escritas por elas.

“Nós queremos que as pessoas tenham a chance de conhecer melhor a criança e possam se apaixonar por ela, independentemente do que preencheram no cadastro da adoção e das características que desejam”, explica Queiroz.

A ideia logo ganhou o apoio do Ministério Público de Porto Alegre e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), pela Agência Experimental de Engenharia de Software, que desenvolveu o sistema gratuitamente. Agora, o aplicativo está nos testes finais e a expectativa é que ele esteja disponível para todo o Brasil em breve.

Deu Match!

O insight de Nilson foi inspirado na história de sua família. Quando ele e a mulher, a arquiteta Karine Queiroz, de 41 anos, decidiram entrar na fila da adoção, preencheram o cadastro em busca de uma criança de até dois anos, com cor da pele semelhante à dos pais e sem irmãos.

Pouco tempo depois, Karine foi ajudar uma amiga a reformar um abrigo de crianças e voltou para a casa anunciando a novidade: “Encontrei nossos filhos. São dois irmãos!”. Nilson recorda até hoje do susto que levou: “Pensei nos gastos que teríamos e em como a nossa falta de experiência iria prejudicar o relacionamento com duas crianças”.

Os medos sumiram assim que o analista conheceu Iuri e Wesley, hoje com 13 e 9 anos. Depois de cuidar dos trâmites burocráticos, a família foi formada em 2012. Além de um pai, nasceu também um ativista da adoção.

Outras ações

Nilson Queiroz também é criador do movimento Pais de Coração, que reúne iniciativas em prol da formação de novas famílias. Além de um livro com histórias reais de como a adoção transformou vidas, o movimento está organizando a 1ª Corrida pela Adoção, de Porto Alegre, marcada para dia 2 de setembro.

O Dia Nacional da Adoção é comemorado todo dia 25 de maio. A data foi instituída em 1996, durante o I Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção.

Aplicativo quer facilitar processo de adoção de crianças e adolescentes
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