Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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22.05.2015
Tempo de leitura: 6 minutos

Bett Brasil Educar 2015 discute a importância da tecnologia na educação: como as novas mídias impactam o aprendizado?

Começou na quarta-feira, 20 de maio, o maior evento de tecnologia educacional da América Latina, o Bett Brasil Educar 2015, que tem como tema norteador A escola de nossos sonhos: horizontes possíveis, desafios imediatos. Ao longo de quatro dias, a feira trará educadores e pesquisadores, que juntos comandarão palestras e seminários de variados assuntos relacionados à área.
A palestra que inaugurou o congresso teve como proposta discutir qual o impacto das redes sociais na educação. Para isso, convidou a professora e pesquisadora em Ciência da Computação na UFSCAR, Luciana Zaina, que endossou a necessidade da parceria entre aluno e professor a favor da aprendizagem e da disseminação do conhecimento. “O embate entre o ensino via redes sociais traz um tipo de ensino mais motivador. Hoje em dia, os alunos já nascem sendo web 2.0 e nós, professores, temos que saber como nos adequar a essa nova realidade. O aluno não pode ser considerado apenas como um receptor da mensagem, ele é parte integrante, ativo e responsável do que recebe e produz.”
Essa mesa contou também com a participação da professora da PUC Goiás e pesquisadora do Kadjót, Neuvani Ana do Nascimento, e o doutor e professor associado do Departamento de Informática Aplicada (DIA/CCET), Sean Wolfgand Matsui Siqueira, que acrescentaram ideias de como podemos utilizar as mídias sociais efetivamente para compartilhar o conhecimento no ambiente educacional.
Repensar o modelo de ensino à distância também foi assunto do seminário. Em painel, que contou com a presença do Diretor de EaD de Minas Gerais, Dr. Wagner Corradi e o Diretor de inovação e Metodologia de Ensino da UFMG, Dr. Eucidio Pimenta, ambos propuseram um debate sobre Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e as Abordagens Centradas no Aluno e maneiras para lidar com os impactos da colaboração nos ambientes virtuais de aprendizagem no rendimento escolar.
Afinal, como incorporar novas metodologias de ensino às práticas de disciplinas variadas? Para Eucidio, muitos professores e educadores são reticentes com os equipamentos tecnológicos, enquanto os alunos acreditam que é preciso que as escolas se modernizem. “Será que o foco é realmente no aluno e o que ele deseja, ou estamos focando demais na tecnologia? Porque, na teoria, ela vem com uma contribuição para centralizar no sujeito, mas ela acaba separando. E como diz Marx, a tecnologia veio para ajudar e não complicar”.
No mesmo seminário, tivemos a participação do Dr. Lucio Teles, professor associado na Universidade de Brasília, que deu um workshop aos que estavam presentes e explicou como a aprendizagem colaborativa pode melhorar o rendimento escolar. “É preciso estimular o aluno à autoaprendizagem. A mudança de cultura e reestruturação da escola, inclusive dos professores. Assim como os professores aprendem, é necessário que ele também mude, sem esquecer claro, do diálogo”. Em 2007, Lucio iniciou o projeto de pesquisa CAPES, sobre a aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos – EJA, onde é investigada a produção colaborativa de arte digital integrada ao processo de aprendizagem curricular. “A forma colaborativa de ensino é a maneira que pode se dar mais rendimento acadêmico, mas outras instituições ainda estão um pouco atrás nesse modelo.”
Com intuito de avaliar os caminhos e trazer uma nova visão à educação, o Bett Educar 2015, recebeu para o painel Educação Integral: Reconhecimento e Compreensão do Educando em Sua Complexidade e Individualidade, o professor e educador José Pacheco. Conhecido como o responsável por implementar o método de educação integral em Portugal e Brasil, sua palestra teve como mediador Marcelo Sando, filósofo e escritor.
José iniciou a conversa, como preferiu chamar, com histórias sobre como e porquê criou o método integral. A ideia sempre foi quebrar o sistema, implementado no século 19 e desenvolver os alunos de forma completa, em sua totalidade. A educação integral não determina o tempo em sala de aula, além de reorganizar os espaços e conteúdos.
“O pensamento da sociedade em relação à educação integral ainda é retrógrada. No patamar educacional, o ensino ainda é conservador na sua metodologia. E é preciso colaborar para isso, afinal isso traz bons resultados. A Escola Ponte é exemplo disso. Eu entendo que é um choque, mas a Instituição precisa renovar seus modelos.”
Marcelo abriu o painel pedindo que os participantes enviassem perguntas a eles, muitos educadores trouxeram diversas dúvidas sobre o tipo de ensino integral e suas funcionalidades e, para isso, José Pacheco respondeu: “o ensino coletivo traz proximidade com os alunos e isso engloba sua realidade, como as práticas da sua comunidade.”

Alguns professores indagaram qual seria o papel deles nesse novo método, “Professor não é objeto, é sujeito. Professor precisa viver, antes de dar aula… É preciso saber fundamentar aquilo que se faz, precisamos cuidar das pessoas, ter dignidade pessoal. Reagir a esse modelo existente. Hoje, os professores não são os culpados, claro que não são, mas infelizmente eles são coniventes.”
Fechando o painel com muita emoção, José Pacheco deu diversos exemplos de turmas que a Escola Âncora, implantada por ele aqui no Brasil, contribui para mudanças de cenários e expectativas das realidades de seus alunos e disse: “É necessário que a gente reconstrua a comunidade a nossa volta juntos. Temos que dar autonomia aos alunos e fazer com que os professores não se engessem ainda mais. Como fazemos isso? Nós partimos daquilo que somos para deixarmos de sermos objetos. Eu mudei a minha realidade fazendo perguntas a mim mesmo e, com minhas dúvidas, ajudei eu mesmo a respondê-las. E assim responder a de mais e mais pessoas. O meu maior projeto é o desejo do querer aprender e mudar.”
Na manhã desta quinta, 21, a gerente de Educação e Aprendizagem da Fundação Telefônica Vivo, Mila Gonçalves, participou do debate Como a Tecnologia Pode Contribuir Para Renovar a Educação: Por Que Precisamos Adaptar Nossas Práticas a Um Cenário Educacional em Constante Mudança? na companhia de do professor associado da Escola do Futuro-USP, Wolgram Marialva, do coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Unesp, Klaus Schlünzen Junior, do diretor do LABi, Rafael Parente, e sob mediação da diretora executiva do Instituto Inspirare, Anna Penido.
O relato de como foi o segundo dia do evento, você confere no nosso blog, em breve! O Bett Brasil Educar 2015, patrocinado pela Fundação Telefônica Vivo, segue até a noite de sábado, 23, em São Paulo. Por aqui, você acompanha a programação completa.


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