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13.12.2019
Tempo de leitura: 6 minutos

Brasileira conquista medalha de ouro na maior olimpíada de matemática do mundo

Aluna de escola pública, a carioca Adrieny Monteiro, de 15 anos, é a primeira brasileira a ganhar medalha de ouro em nível avançado em na maior olimpíada mundial de matemática. Conheça a história dela!

Jovens brasileiros posam para foto durante competição internacional de matemática

Não faz muito tempo que a estudante Adrieny Monteiro dos Santos Teixeira se interessa por matemática. Apesar das boas notas que tirava, achava que os números eram um tanto quanto complicados. E, hoje, ela exibe orgulhosa a medalha de ouro inédita que conquistou na maior olimpíada de matemática do mundo.

A premiação aconteceu na World Mathematics Team Championship, realizada em Pequim, na China, entre os dias 21 e 25 de novembro. A adolescente de 15 anos participou ao lado de outros estudantes brasileiros selecionados para a competição. Além do Brasil e da China, também participaram delegações de escolas públicas e particulares de Austrália, Filipinas, Malásia e Bulgária.

A conquista de Adrieny é histórica: foi a primeira menina brasileira a conquistar ouro em nível avançado na olímpiada mundial de matemática. “A prova que realizei era de alto nível, inclusive era um superior ao meu. Estou no 9º ano, mas como já fiz 15 anos, realizei a prova de Ensino Médio”, explica a estudante, que superou muitos desafios para essa conquista.

Segundo ela, a maior dificuldade foi administrar o tempo, que era curto, para resolver as questões. “A prova foi muito rápida, e toda feita em língua inglesa”. Apesar das desvantagens, ela teve tranquilidade para colocar no papel tudo o que desenvolveu durante os estudos.

“A participação das mulheres é bem inferior do que a dos homens em competições de exatas. Seria importante ter mais incentivo para que aumentasse a representatividade feminina. As meninas são tão competentes quanto os homens e são sim capazes de mostrar bons resultados”, declara a estudante.

A escola fez a diferença

Moradora do bairro Vicente Carvalho, zona norte do Rio de Janeiro, Adrieny é estudante do Colégio Estadual Pedro II desde o 6º ano. Antes disso, era aluna de uma escola municipal. Ela ressalta que sempre foi estudiosa, mas durante toda a sua trajetória acadêmica teve a “a honra de ter excelentes professores”.

O estímulo à participação dos alunos em competições de matemática já é tradição no Colégio Pedro II. Assim, foi tomando gosto pela disciplina e se engajando em provas, sempre com o apoio e a orientação de professores.

“Participei de diversas olimpíadas, como a OBEMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), a Olimpíada de Robótica, a Olimpíada de Matemática sem Fronteiras, a Olimpíada de Raciocínio Lógico, dentre outras, e ganhei medalhas de ouro, prata, bronze e menções honrosas”, relata.

Um cenário em transformação

A trajetória brilhante de Adrieny Monteiro é parte de um trabalho de incentivo às Exatas que começa a acontecer no Brasil, como explica o professor Ozimar Pereira, diretor acadêmico da Rede POC – Programa de Olimpíadas do Conhecimento, que viabilizou a participação dela e de outros estudantes brasileiros em muitas competições internacionais.

“Nós estamos trabalhando para mudar a baixa inserção do Brasil em competições internacionais. Se antes não passavam de 12 os brasileiros que participavam no exterior, neste ano conseguimos enviar quase 500 estudantes para quatro competições internacionais”, comemora o gestor.

A escolha dos estudantes é pela Matemática sem Fronteiras, edição brasileira de uma olimpíada criada na França na década de 80. A POC é responsável por distribuir as provas que fazem parte da competição para as escolas brasileiras. As provas são realizadas pelos estudantes e os melhores são escolhidos pela organização para participar de competições fora do país.

“Em números absolutos, o resultado do Brasil ainda é baixo. Nos surpreende que nossos estudantes ingressem nas competições por um processo seletivo mais simples, realizando testes medianos e que não exigem uma preparação rigorosa, diferente do que acontece em países asiáticos, por exemplo, mas, ainda assim, conseguem voltar para casa com medalhas”, exalta Ozimar Pereira.

Segundo conta, os bons resultados dos brasileiros aumentam a cada ano, especialmente entre os estudantes de escolas públicas: “60% dos alunos que participaram das competições internacionais neste ano são de escola pública. Cada vez mais escolas estão valorizando Olimpíadas de Matemática, assim como há cada vez mais professores engajados e famílias apoiando. Esse cenário é muito promissor”.

“Todo esforço vale a pena”

Uma viagem internacional exige recursos e os brasileiros que participam das competições internacionais fazem de tudo para não perder essa oportunidade. Muitas vezes contam com doações de empresas, fazem ‘vaquinhas’, vendem rifas e até quitutes culinários, como bolos e brigadeiros. Adrieny Monteiro e os colegas que viajaram junto com ela fizeram um pouco de tudo isso, além de contarem com uma verba da própria escola.

A estudante saiu do país pela primeira vez e estava ansiosa para conhecer outra cultura. “Foi uma experiência indescritível! A gente visitou diversos pontos turísticos, mas o que eu mais gostei de toda essa experiência foi ter contato com diversos estudantes de outros países e outras culturas e perceber que, como eu, eles gostam muito de matemática”.

De volta ao Brasil depois dessa experiência, a estudante, que pretende ser engenheira, diz que vai seguir firme nos estudos: “o que eu levo de tudo isso é a certeza de que nosso sonho pode virar realidade e que todo esforço vale a pena. Desde muito nova tenho consciência de que só a educação pode mudar meu futuro”.

O conselho que dá para que mais meninas se envolvam, sem medos, com a matemática é inspirado nas palavras da jogadora de vôlei dos Estados Unidos, Rachel Adms. “Levo esta frase dela para minha vida: ‘acredite em você e em tudo o que você é. Saiba que existe dentro de você algo maior do que qualquer obstáculo’” .


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