O evento reuniu experiências de diversas áreas para fortalecer a rede de contatos entre as mulheres.
Cinquenta iniciativas, cinco ganhadoras, R$ 50 mil em prêmios. A 41ª Edição do Café com Mulheres Empreendedoras, evento realizado pela Rede Mulher Empreendedora, Tech Sampa (política de estímulo à criação de startups da prefeitura de São Paulo) e a Google for Enterpreneurs, celebrou a segunda edição do “Prêmio Mulheres Tech em Sampa”. A proposta é incentivar a inserção da mulher no mundo da tecnologia. Cinco delas concorriam a cinco prêmios de R$ 10 mil e também à mentoria de Ana Fontes, criadora da Rede Mulheres Empreendedora e uma das anfitriãs do evento.
“Não acreditamos em território, acreditamos em afinidade”. Ana usou essa frase para definir a importância de desmitificar lugares-comuns sobre a inserção de mulheres no trabalho, em especial, aqueles não comumente associados a elas, como a área de tecnologia. “A Rede não é exclusiva, é inclusiva. Acreditamos muito no poder da mulher para desenvolver a educação, políticas de melhoria, tecnologia, em suma, nas mulheres que podem mudar o país”, ela explicou.
A premiação, que começou com um café de confraternização, trouxe um painel com as cinco vencedoras de 2014. Foram elas: a Startup in School, Canal Girls in Tech, Mulheres 50 + em Rede, RodAda Hacker e Technnovation Challenge. O último, projeto apoiado pelo Programaê! da Fundação Telefônica Vivo, é um desafio de programação exclusivo para meninas entre 10 e 18 anos.
Camila Achutti, representante do projeto, falou sobre a importância do “Prêmio Mulheres Tech em Sampa” para que as iniciativas alcancem números maiores de adeptas e de abrangência. “Tecnologia hoje não é uma área especifica; ela permeia todos os universos do conhecimento. Quando arrastamos o estereótipo que meninas não gostam de tecnologia, começamos a excluí-las das áreas de comando. Para você ser uma veterinária, uma jornalista, você tem que ter mínimo de literacia digital. Precisamos entender como fazer isso acontecer”, ela discursou.
Para a premiação de 2015, dos dez projetos selecionados, cinco seriam agraciados com o prêmio de R$ 10 mil alavancar o negócio. Os escolhidos foram: Academia Lovelace (curso online de programação para mulheres), PrograMaria (oficinas presenciais para capacitação de mulheres dentro da programação), Pyladies (cursos presenciais em São Paulo, utilizando o sistema Python para ensinar programação), Women Up Games (projeto que estimula a participação das mulheres em campeonatos de videogame) e também MariaLab Hackerspace (oficinas de captação tecnológica para mulheres). O jogo As aventuras de Meg Margadinória no Reino das Formigas recebeu menção honrosa, por sua iniciativa em ensinar matemática para meninas do Ensino Fundamental.
Carine Ross, do MariaLab Hackekspace, explicou como funciona o seu projeto, um dos ganhadores: “Fazemos um recorte transversal, com a preocupação de que não só mulheres brancas, mas também negras, trans e mulheres que se consideram não binárias”. Buscando um espaço fixo, o MariaLab realiza oficinas em espaços parceiros, empoderando tecnologicamente as interessadas sobre conceitos como navegação segura, software livre e programação.
Quando Ana perguntou para a plateia, quase toda feminina, quantas delas trabalhavam com tecnologia, um número tímido levantou a mão. “Sabemos que 95% das startups são de meninos brancos. Queremos mudar isso e colocar as mulheres dentro da tecnologia”. O incentivo de programas como Technovation Challenge, o “Prêmio Mulheres Tech em Sampa” e o trabalho da Rede Mulher Empreendedora funcionam para que, em um futuro muito próximo, mais mãos se levantem, e que mais dedos, com toda a inspiração de Ada Lovelace, empreendam e participem ativamente do mercado.