O naturalista britânico autor da obra “A origem das espécies” dedicou sua vida à ciência e contribuiu para o entendimento da evolução. Saiba mais sobre o legado de Darwin!
No dia 12 de fevereiro é celebrado o aniversário de Charles Darwin. Nascido na cidade de Shrewsbury, Inglaterra, em 1809, o pesquisador foi o grande responsável por convencer a comunidade científica sobre a teoria de evolução das espécies.
De origem abastada, tradicional e religiosa, Darwin se interessou desde cedo pela natureza e seus fenômenos: colecionava rochas, animais e amostras botânicas. Além disso, costumava realizar experimentos com o seu irmão Erasmus no laboratório de química montado pelos dois.
Logo depois, iniciou o curso de Medicina na Universidade de Edimburgo. Apesar de não ter terminado a formação, foi durante esse período que aprendeu sobre taxidermia – a arte de montar ou reproduzir animais para exibição ou estudo – e as ideias básicas sobre evolução das espécies.
Ao passo que suas pesquisas norteiam estudiosos dos campos da antropologia e da biologia até hoje.
“Sem dúvida, a explicação da evolução por meio da seleção natural é a grande contribuição do Darwin. Ele não apenas escreveu essa teoria, como também chamou grandes especialistas de cada área da Biologia para buscar formas de demonstrar que a evolução ocorria por seleção natural. Isto é, a teoria da evolução das espécies tem grande embasamento científico” revela Wellington Rodrigues de Matos, mestre em Ciências Biológicas e professor de Botânica no curso de Ciências Biológicas da Universidade do Grande Rio.
Charles Darwin: o homem que revolucionou a Biologia
Enviado pelo pai à Christ’s College, em Cambridge para se tornar clérigo da igreja anglicana, conheceu John Stevens Henslow, um naturalista dedicado à botânica. A partir de então, Darwin começou a se dedicar aos estudos das ciências naturais.
Nesse meio tempo, Henslow também aconselhou Charles Darwin a embarcar no navio HMS (Her Majesty Ship) Beagle para conhecer as florestas tropicais.
A viagem de cinco anos marcou o entendimento do pesquisador sobre a evolução das espécies. Além de ter sido fundamental para o desenvolvimento de suas teorias. Como resultado, a empreitada deu origem a diversos trabalhos sobre fauna e flora, bem como contribuições sobre a geologia dos lugares visitados.
“Certamente ele revolucionou o pensamento científico mudando a perspectiva sobre as ciências naturais. De tal forma que existe a biologia antes de Darwin e depois de Darwin. Até hoje, quando um pesquisador vai trabalhar, usa como base as teorias dele”, comenta Wellington.
A Teoria da Evolução
Apesar da primeira versão de A origem das espécies ter sido escrita em 1842, a obra só foi publicada em 1859. Sobretudo porque questões religiosas motivaram o adiamento. Segundo Wellington, a Teoria da Evolução do Darwin mudou a sociedade anglicana na época.
“A partir de um tema tão controverso, ele propôs uma forma inovadora de explicar a evolução e mudou a maneira como os pesquisadores da época viam o surgimento das espécies”, afirma o professor.
Entendendo sobre a evolução das espécies
Em sua proposição na obra “A Origem das Espécies”, o meio seleciona o organismo mais apto a sobreviver em determinado ambiente da seguinte forma:
- Quando membros de uma espécie se tornam geograficamente separados, adaptam-se fazendo com que tais indivíduos, separados, venham a desenvolver fenótipos diferenciados.
- A longo prazo, essas características poderão ter se desenvolvido de tal modo que eles serão considerados como de espécies distintas.
- Esse organismo se reproduz e passa suas características aos seus descendentes. Desse modo, as variações que permitem a sobrevivência são as que permanecem ao longo das gerações.
Em outras palavras, a evolução se deve ao mecanismo de seleção natural.
Uma população de ratos se mudou para uma nova ára onde as pedras são muito escuras. Devido à variação genética natural, alguns ratos são pretos, mas outros são amarelos.
Os ratos amarelos são mais facilmente vistos pelos predadores do que os ratos pretos. Sendo assim, os ratos amarelos são comidos com mais frequência do que os pretos. Apenas ratos sobreviventes atingem a idade reprodutiva e geram descendentes.
Como os ratos pretos tinham mais chances de gerar descendentes que os ratos amarelos, a próxima geração tem uma fração maior de ratos pretos do que a geração anterior.
Contribuições de Darwin
Sob o mesmo ponto de vista, o professor afirma que a contribuição do Darwin para as nossas vidas está relacionada diretamente com questões científicas e culturais.
“As exposições e todas as divulgações sobre Darwin no Brasil são muito importantes. Primeiramente por ele ter utilizado o Brasil como amostra para sua teoria. Tivemos uma passagem dele pelo país durante sua viagem de circum-navegação do globo. Bem como para aproximar as pessoas das suas ideias, que ainda são desconhecidas por grande parte da população”, conclui.
Após passagem pelo Museu Nacional de História Natural da França, a exposição interativa “Darwin, O Original” desembarca em solo brasileiro. Entre 5 de março e 11 de dezembro de 2022, será possível conferir as descobertas evolutivas do pesquisador e naturalista britânico no Sesc Interlagos, em São Paulo.
A exposição contará com uma sala chamada “Darwin e o Brasil”, onde o público terá acesso a outras eras geológicas brasileiras através de fósseis, rochas e arqueologia indígena, numa experiência inédita.
Charles Darwin para educadores
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