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26.12.2018
Tempo de leitura: 7 minutos

Como fortalecer a inovação educativa nas redes públicas de educação

Assessoria Inova Escola, iniciativa da Fundação Telefônica Vivo, foi criada para apoiar e inspirar inovação a partir das necessidades de cada território

Beto Silva fala para professores sentados em grupos durante palestra formativa da Assessoria Plugada, iniciativa da Fundação Telefônica Vivo que atua para fortalecer a inovação educativa em redes públicas.

Dar visibilidade aos projetos de inovação educativa executados em escolas públicas, reconhecer os desafios e os interesses das redes municipais e estaduais de educação e amparar a criação de novas ações foram missões cumpridas pela Assessoria Inova Escola, uma iniciativa da Fundação Telefônica Vivo com execução técnica pedagógica do Centro Integrado de Estudos e Programas em Desenvolvimento Sustentável (CIEDS).

Para reduzir brechas educativas, proporcionar uma educação digital de qualidade e formação docente que gere transformação e inovação nos processos de ensino e de aprendizagem, a Assessoria Inova Escola se conectou a interesses das redes por meio de encontros formativos, de monitoramento e laboratórios de imersão.

“Não acreditamos em modelos, mas em processos. Por isso é importante atuar junto  às equipes técnicas das secretarias. A escuta colaborativa permitiu mapear o que já era feito de inovador, identificar especificidades e criar formas de potencializar e sistematizar as práticas transformadoras desenvolvidas em cada território”, diz Mila Gonçalves, gerente de programas sociais da Fundação Telefônica Vivo.

Inovação educativa

Para a Fundação Telefônica Vivo, inovar em educação é criar e implementar novas ferramentas, metodologias ou modelos que tornem mais efetiva a aprendizagem e mais eficiente a gestão das escolas. Conheça outros dos termos mais comuns da educação.

A Assessoria Inova Escola foi criada no fim de 2017 para atuar e dar suporte de formação em três redes de educação de complexidade e tamanho variados: a pequena rede municipal de Saloá-PE, a rede municipal de Goiânia-GO, de médio porte, e a rede estadual do Rio Grande do Norte, de grande porte.

O trabalho com cada uma das redes foi pensado de forma personalizada, como conta Beto Silva, coordenador do projeto pelo CIEDS: “Nos primeiros encontros, criamos espaços de escuta para conhecermos o trabalho deles e levantar as compreensões sobre o tema da inovação. Ao longo dos encontros, descobrimos que eles queriam também pensar coletivamente inovação a partir das práticas já realizadas”.

A seguir, acompanhe o que foi feito:

Caderno de Boas Práticas

A Rede Municipal de Saloá, no agreste de Pernambuco, tem cerca de 200 educadores e 18 escolas. Apesar de pequena, ela se destaca em relação ao trabalho de formação docente. Assim, as ações pensadas pela Assessoria Inova Escola levaram em conta o desejo do território de legitimar práticas pedagógicas que já são realizadas.

“Nós já tínhamos um leque bem vasto de práticas, como experiências de aulas em outros espaços e projetos de robótica, mas não tínhamos o hábito de catalogar isso tudo. Assim, a assessoria nos propôs a criação de um Caderno de Boas Práticas de Saloá”, disse o secretário municipal de educação, Alvaro Deangelles. O material será distribuído nas escolas e poderá ser adquirido também pela internet para que inspire e fortaleça os educadores.

A criação do caderno foi feita por um grupo de 17 pessoas, composto por coordenadores pedagógicos, gestores, representantes de escolas e da secretaria de educação. O processo envolveu diversas atividades, como laboratório de imersão, momentos de reflexão sobre criatividade, personalização da educação, projetos de vida, pensamento computacional, papel do professor e futurologia.

A assessora responsável pelo território, Faustina Loss, contou que as ações contribuíram para ajudar o grupo a perceber que inovar não exige recursos de ponta e que há várias formas de facilitar o processo de ensino e aprendizagem. “Nós ajudamos o grupo a superar a resistência da escola, mobilizar professores, ampliar capacidade de escuta e comunicação, ter mais iniciativa, melhorar planejamento e organização”.

Liderança ativa

A rede municipal de educação e esporte de Goiânia-GO já tem por tradição promover seminários e palestras para a troca de práticas e vivências de cada escola. Assim, a Assessoria Inova Escola ajudou a rede a formar um grupo com cerca de 20 educadores com foco em aquecer as discussões relacionadas à inovação e provocar professores a ampliar seus olhares.

O grupo participou de toda a formação do Inova Escola. Depois, cada membro passou a atuar como multiplicador, replicando o conteúdo para as escolas que compõem a rede. O assessor responsável pelo território, Clessio Bastos, explicou que o percurso formativo foi marcado pela troca de experiências, oficinas com dicas de ferramentas e metodologias diversas. “Nosso produto final foi um processo formativo que começou com diretores e passou por coordenadores e professores. Pela primeira vez, os eixos formativos do Inova Escola foram ministrados por professores da própria rede”.

Gizele de Oliveira Abranches, uma das coordenadoras da Secretaria Municipal de Educação e Esportes de Goiânia, participou do grupo e de todas as etapas de formação. Ela destaca o apoio da assessoria para a construção de aulas diferenciadas. “Eles conseguiram trazer propostas que incluíam a realidade da nossa rede e os recursos disponíveis. Estimularam a gente a pesquisar outras ferramentas acessíveis, como Google Drive e aplicativos de vídeo. Em cima desses recursos, montamos aulas mais dinâmicas, colaborativas e inovadoras”.

A diretora de administração educacional da SME, Leila Barbosa, avalia como enriquecedora a atuação conjunta da assessoria com o grupo. “Foi extremamente produtivo tendo em vista que estamos numa sociedade dinâmica e temos que estar sempre atentos em como inovar de forma funcional e significativa”.

Articulação público-privada

Com a rede estadual do Rio Grande do Norte, a Assessoria Inova Escola ajudou a concretizar o Programa Meta Escola/Inova Escola, que, como o nome sugere, uniu a metodologia da Fundação Telefônica Vivo ao programa estadual Meta Escola, que agrega os principais processos e procedimentos de gestão escolar, dentre eles, a ação do Conselho Escolar.

“A rede já tinha uma política pública focada na formação de gestores educacionais que pensavam uma gestão compartilhada e inovadora. Mas eles nos pediram para rechear essa política com o percurso formativo que propomos no Inova Escola”, explica Beto Silva.

Assim, a Assessoria Inova Escola aprofundou o tema da inovação e trouxe metodologias ativas e adaptativas da educação. Ofereceu o olhar sobre alunos e questões da juventude e ajudou a pensar sobre como fortalecer pequenos colegiados para que os gestores tomassem ações práticas rumo à gestão democrática.

Cerca de 2.500 educadores e gestores escolares participaram da formação presencial e online do Inova Escola. “Era um grupo muito diversificado, algumas pessoas com bastante propriedade na abordagem tecnológica, de inovação, linguagem semiótica e pensamento computacional e outros sem nenhum domínio da tecnologia”, relata a assessora que atua no território, Ana Amélia Melo.

Ela comemora os resultados: “No final de oito meses de trabalho, três laboratórios e oito encontros de assessoria, conseguimos um grupo que consegue pensar inovação na prática docente, gestão democrática, no território de modo a apoiar escolas e professores. Espero que essa parceria continue para 2019”, diz.

Em setembro, o trabalho foi reconhecido como um exemplo de boas práticas de articulação empresarial e políticas públicas pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas.

O círculo virtuoso da inovação

Quando o assunto é inovação, não existe modelo pronto, mas a atuação da Assessoria Inova Escola nos territórios elencou alguns passos para a rede alavancar processos de inovação:

1. Levantar as boas práticas que possuí, mapeando os professores inovadores e as pessoas que já estão realizando mudanças
2. Ter pessoas referenciais à causa, atentas à inovação e que possam agir como multiplicadores.
3. Para efetivar as ações, elas precisam ganhar status de política pública.


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