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24.11.2015
Tempo de leitura: 5 minutos

Conheça jovens empreendedores que conduzem seus negócios para além do retorno financeiro

Saiba os detalhes de iniciativas construídas por mulheres e rapazes que, com menos de 35 anos, criaram seu próprio empreendimento de impacto social.

Um banco concede capital para pequenos empreendedores sem renda. Um ateliê usa tecidos africanos para fortalecer as raízes das mulheres negras da periferia. Uma plataforma online traça planos personalizados de estudo para alunos, ajudando a melhorar seu rendimento escolar. Essas iniciativas inovadoras não vieram das mentes de corporações gigantes ou profissionais consolidados. Pelo contrário: são ideias de mulheres e homens que, antes dos 35 anos de idade, investiram seu tempo e criatividade em ideias que hoje estão florescendo.

“Existe um cenário de empreendedorismo e uma mídia grande em volta dele, fazendo com que o jovem naturalmente acompanhe essa tendência. Para fazer uma comparação, se nos anos 1990 era legal ter uma banda de rock, hoje é legal você ter uma startup”, conta João Melhado, gerente de pesquisa e mobilização da Endeavor. “Outro fator relevante para o jovem é que os empregos tradicionais não mais o complementam, e é por isso que ele está tentando cada vez mais abrir e gerir seu próprio negócio.”

Segundo dados da pesquisa Empreendedores Nas Universidades Brasileiras, feita pela Endeavor em parceria com o Sebrae, 57,9% dos jovens planeja abrir sua própria empresa, enquanto 60% deles querem fazê-lo em pelo menos três anos. O Brasil tem um campo fértil para o empreendedorismo, como diz João, mas muitas vezes quem pretende empreender esbarra nas questões de infraestrutura e apoio. São as políticas públicas que, após ter cultivado a cultura de empreendedorismo, devem oferecer oportunidade para que o jovem debata e possa inovar esse cenário.

Nesse desejo de não querer ter chefe, de empreender e decidir seus horários de trabalho e descanso, existe um mito em torno de que empreender é uma tarefa mais simples, demandando menos dedicação. “A glamourização do empreendedorismo é um equívoco. A mídia esconde o dia a dia árduo desse processo. É muito comum você ler uma matéria fazendo parecer que um cara saiu do zero e já tem uma empresa. Ele com certeza passou por muitos apuros e desafios que não estão registrados”, conta João.

Confira, a seguir, uma seleção de cinco jovens inspiradores e empreendedores. Eles não somente têm ideias no campo do capital, como também estão alinhados com a economia criativa e com anseios sociais de impactar o seu entorno. Essa lista utilizou como base alguns dos jovens escolhidos pela edição brasileira do MIT Technology Review, revista especializada em tecnologias emergentes e impactos nos negócios. Você pode ler na íntegra aqui.

Eduardo Bontempo – GEEKIE
O processo de aprendizagem é individual e tem a ver com o ritmo, o repertório e a afinidade de cada um. Entendendo que o sistema educacional tradicional não consegue abarcar essas particularidades, Eduardo Bontempo desenvolveu, aos 27 anos, a plataforma de ensino adaptativo Geekie. Nela, o aluno faz um teste online onde são diagnosticadas suas aptidões e deficiências em disciplinas do Ensino Fundamental ou Médio. No desenho dos resultados, ele pode optar por acionar um plano de estudo feito sob medida para melhorar seu desempenho. Já são mais de 2,4 milhões de alunos atendidos, e a plataforma é utilizada por mais de 17 mil escolas brasileiras, tanto privadas quanto públicas.

Ana Paula Mendonça – Dona da Xongani
A vestimenta é mais do que uma escolha estética. A roupa pode ser uma ferramenta para o empoderamento, refletindo escolhas de resistência e de cultura. A jovem empreendedora e designer Ana Paula Mendonça, entendendo a força e a simbologia que os tecidos africanos contêm, abriu o Ateliê Xongani, em parceria com sua mãe, Cristina Mendonça, Localizado no bairro Artur Alvim, coração da Zona Leste paulistana, o ateliê trabalha com tecidos importados de países africanos a um preço acessível.

Guilherme Lichand – MGOV Brasil
A eficácia das políticas públicas, bem como sua melhora, depende muito da interação entre a população e os órgãos governamentais. Essa comunicação nem sempre é simples. Enxergando a telefonia móvel como ferramenta para facilitar o diálogo nas duas esferas, o jovem Guilherme Lichand criou a MGOV BR. A plataforma utiliza os recursos mais simples do celular, como SMS e mensagens de voz, para criar uma ponte entre o que a população precisa e como o governo pode antever essas necessidades – conversas especialmente importantes no caso da agricultura e de programas de assistência social, por exemplo.

Alessandra França – Banco Pérola
O capital é geralmente a grande dificuldade para que pequenos negócios comecem. E iniciativas dentro das zonas periféricas ainda têm mais dificuldade em conseguir empréstimo por causa das burocracias bancárias. Enxergando esse déficit de atuação, Alessandra França criou, aos 27 anos, o Banco Pérola. A ONG fornece um capital para microempreendedores, em especial para o público jovem, dos 18 aos 35 anos, para que possam iniciar o seu negócio. São mais de 600 projetos alavancados, movimentando um capital de empréstimo de mais 4 milhões de reais.

Lorrana Scarpione – Bliive
O que é criado e criativamente produzido tem um valor que não pode ser mensurado simplesmente em capital financeiro. Partindo desse valor de saberes que Lorrana Scarpione criou a Bliive, uma rede de troca de conhecimentos. Funciona assim: se você sabe tocar guitarra, pode trocar esse conhecimento por uma ajuda na mudança do seu apartamento, ou aprender a fazer bolos. A parcerias não atingem somente pessoas individuais, mas também ONGs e outras instituições. A plataforma já conta com mais de 15 mil usuários, tanto do Brasil como do exterior.


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