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Localizado em Lorena, interior de São Paulo, o espaço reaproveita eletrônicos em desuso por meio de oficinas gratuitas

A cidade de Lorena, no interior de São Paulo, distante 180 quilômetros da capital, é a casa do Eco Makerspace, um projeto que alia tecnologia, pensamento computacional e responsabilidade ambiental.

Quem nos conta essa história é o professor Dr. Eduardo Ferro dos Santos, da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (EEL/USP), responsável pelo desenvolvimento do projeto.

Há alguns anos, o pesquisador já vinha trabalhando na criação de um espaço em que pudesse receber eletrônicos em desuso, promover ações de sustentabilidade e, de quebra, trazer conhecimento e cultura para a cidade e região. Assim, em 2017, foi nascendo o Eco Makerspace, mas ainda sem um lugar fixo.

Isso mudou em 2019, quando foi estabelecida a cooperação formal entre a EEL/USP e a Prefeitura da cidade.

Você sabia?

Até 2050, o mundo deverá produzir 120 milhões de toneladas de lixo eletrônico se a produção e o consumo continuarem neste ritmo em que estão hoje. Esta é a previsão do relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (Pace) e da Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico, divulgado em 2019. Daí a importância de espaços como o Eco Makerspace, que desde sua abertura já recebeu cerca de uma tonelada de equipamentos da população local.

Um projeto, muitas soluções

O Eco Makerspace é um Ecoponto, ou seja, recebe equipamentos eletroeletrônicos descartados. A partir de então, esse material é reutilizado pelo projeto em atividades educativas, como oficinas, ou é encaminhado para reciclagem.

Essas atividades são o que o professor chama de Espaço de Aprendizagem Criativa, tendo sempre como foco principal a educação socioambiental da comunidade local e a integração com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Veja abaixo as diferentes ações que garantem um destino eficiente aos materiais que chegam ao Eco Makerspace por meio de doações:

  • Recuperação de equipamentos– Algumas vezes é possível recuperá-los apenas com a troca de alguma peça ou parte de outro aparelho. Quando isto ocorre, esses novos equipamentos são doados a escolas públicas ou a outras entidades em que possam servir;
  • Recuperação de partes – Um HD de computador, teclado ou mouse, por exemplo, podem ser recuperados inteiramente e depois doados;
  • Logística reversa– Para estimular a logística reversa, é solicitado aos fabricantes que recolham os equipamentos sem utilidade;
  • Educação – Partes de equipamentos são usadas nas atividades com jovens e adultos. Motores de impressoras, por exemplo, são insumos para as oficinas de robótica;​​
  • Arte– As oficinas de arte ajudam a transformar os materiais em artesanato;
  • Reciclagem – Partes não reutilizáveis são enviados a cooperativas e demais empresas interessadas. Exemplos são os cobres de motores, vidro de monitores, plástico, metais, dentre outros.

 

Como funciona?

As oficinas do projeto são totalmente gratuitas. Além disso, escolas e empresas podem também agendar atividades específicas com a equipe do Makerspace. Pede-se somente aos participantes a doação de ferramentas e ou equipamentos.

Atualmente, as oficinas oferecidas são as seguintes:

  • Eletrônica Básica– Utilizando componentes eletrônicos, teoria e muita prática, a oficina visa capacitar jovens de 12 a 18 anos para prática da eletrônica digital e analógica;
  • Robótica Ambiental – Oficinas com crianças de 6 a 12 anos sobre conceitos básicos de robótica. Ao final, elas levam para casa os robozinhos desenvolvidos na atividade;​​
  • Oficina de Arte – Destinada especialmente a adultos e idosos, a oficina ajuda a criar peças artesanais utilizando resíduos eletrônicos que seriam descartados.

Presente e futuro
“O pensamento computacional é fortemente relacionado à lógica, que nos faz pensar e ver a ciência que está por trás da realidade das coisas. Ele também integra tecnologia e inovação, pois conectando ideias por meio desta lógica, podemos inovar e desenvolver novas tecnologias. Por trás disso, está a liberdade de conhecer as coisas em modelos integradores, empáticos, o que nos mostra o impacto de cada uma de nossas ações. Tudo isso colabora para apresentar aos jovens a possibilidade de um futuro muito mais promissor”.

“O Eco Makerspace é um espaço único que proporciona ao público de todas as idades a possibilidade de desenvolver projetos criativos, inovadores, enquanto educa para o desenvolvimento da sociedade”, diz o professor Eduardo.

A agenda das atividades está disponível no site ecomaker.com.br.

Por conta da pandemia da COVID-19, o espaço está trabalhando de portas fechadas, mas as atividades de separação de materiais, para quando as aulas retornarem, continuam.

Enquanto isso, confira abaixo algumas imagens do espaço:

E não para por aí! Para o futuro, o Eco Makerspace quer ir além do espaço de ecoponto e de formação com oficinas. A ideia é que ele se torne uma rede conectada de pessoas criativas que usam a tecnologia e o pensamento computacional para a sustentabilidade.

“Nosso projeto quer ser mais do que um espaço de aprendizagem. Queremos ser também uma rede de conexão. Decidimos então que formaremos os “Ecomakers”, que são pessoas com o pensamento de inovação e sustentabilidade conectadas sempre”, finaliza o professor.

CONHEÇA O ECO MAKERSPACE, UM LUGAR QUE UNE TECNOLOGIA E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
CONHEÇA O ECO MAKERSPACE, UM LUGAR QUE UNE TECNOLOGIA E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL