Saltar para o menu de navegação
Saltar para o rodapé
Saltar para os conteúdos
Saltar para o menu de acessibilidade

Criança não trabalha

Uma realidade que precisa ser mudada

INTRODUÇÃO:

Uma das faces mais perversas do capitalismo é a exploração do trabalho infantil que constituindo-se uma forma muito antiga de agressão e violência às crianças que, ao invés de vivenciarem a infância, são empurradas em direção ao mercado de trabalho em condições de extrema exploração, ocasionando dano físico e redução e interrupção de suas possibilidades de desenvolvimento. Ao preferir o trabalho das crianças, os donos do capital têm assegurado o processo de acumulação, pois o salário pago às mesmas é inferior aos demais trabalhadores. No Brasil, as últimas décadas têm sido marcadas pelo sucessivo aumento de crianças e jovens no mercado de trabalho apesar de o mesmo ter assumido compromissos legais através da Constituição e de leis específicas como, por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente -(ECA), que garante os direitos fundamentais em relação à criança. Todavia, apesar desse compromisso assumido legalmente há um descompasso com a realidade vivenciada por crianças e adolescentes vítimas da exploração do trabalho infantil nas mais diversas regiões brasileiras. É comum se ver crianças trabalhando como informais nas ruas comercializando qualquer produto a qualquer hora do dia.

 

JUSTIFICATIVA:

Parti do princípio de que prevenir e erradicar o trabalho infantil é um compromisso com a cidadania e com o futuro das crianças e adolescentes. Tal desafio deve ser visto como uma tarefa envolvendo escola, família e comunidade.

 

Outros jeitos de ser criança

OBJETIVOS:

Propiciar discussões e atividades lúdicas que reforcem junto aos alunos a importância da educação e do brincar contraproposta ao trabalho infantil; valorizar o protagonismo dos adolescentes, estimulando sua participação no projeto sobre Trabalho Infantil na escola; ampliar sua visão sobre a experiência “de trabalho” na vida cotidiana de crianças em outras culturas.

Sensibilizar a comunidade sobre os temas do trabalho infantil e dos direitos fundamentais da criança e adolescentes constituindo-se como referência de boa prática de prevenção e combate ao trabalho infantil.

informar os alunos sobre a existência de lei que dispõe sobre a proteção integral das crianças e adolescentes brasileiras, o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente; divulgar aos alunos os direitos a que todas as pessoas de 0 a 18 anos fazem jus, de acordo com essa lei; promover reflexão sobre a relação entre o que está disposto na lei e a realidade de muitas crianças e jovens no Brasil.

Observando os adultos trabalhadores da escola

Convide os alunos a circular um pouco pela escola, observando os adultos e as atividades que estão realizando. Leve-os à cozinha, ao pátio, à diretoria, à secretaria.

Em classe, peça que contem o que viram: qual a atividade, quem estava realizando, para quê. Peça que descrevam ou imitem os movimentos realizados pelas pessoas. Explique-lhes que as atividades observadas são chamadas de trabalho. Escolha uma delas (a preparação da merenda,

por exemplo) e pergunte: qual era o cardápio, que produtos estavam sendo utilizados. E de onde vieram esses produtos. É importante perceberem que no trabalho, de modo geral, há transformação. O milho foi transformado em fubá que virou uma gostosa polenta para o almoço…

Terminando essa exploração, sugira à classe pensar na seguinte questão: a escola poderia funcionar com todos os adultos estudando e as crianças trabalhando, nas tarefas que observaram? Por quê? Provavelmente, os alunos irão perceber que as tarefas não são adequadas para serem feitas por crianças: usar fogão, manusear grandes panelas pesadas, varrer um pátio imenso…

Observando fotografias de crianças trabalhando

Afixe na parede o cartaz (Uma realidade que precisa mudar), com fotografias de crianças trabalhando. Peça que observem com atenção as fotos e as descrevam livremente. Depois, pergunte qual palavra indica o que todas as crianças nas fotos estão fazendo (trabalho). Desafie-os a expressar a grande diferença em relação ao que observaram na escola. Com certeza, irão perceber que crianças como elas estão quebrando pedras, colhendo cana e fazendo outras atividades, que deveriam ser feitas por adultos.

Pergunte-lhes se acham que isso está certo e por quê. Anote as respostas no quadro e/ou registre suas respostas numa folha de papel pardo e deixe-a fixada numa parede da sala.

Finalmente, como tarefa de casa, solicite que conversem com um adulto com quem convivem e perguntem sobre seu trabalho: o que faz, como faz, por que faz, se gostam, com que idade começaram a trabalhar e por quê. Peça para registrarem as respostas no caderno, para conversar sobre o assunto.

Convide os alunos a falar sobre coisas de que uma criança precisa para viver com dignidade,crescer e se preparar para a vida adulta, montando uma lista no quadro. Ajude-os a pensar fazendo perguntas que ressaltem o plano das necessidades. Por exemplo, as crianças podem responder: “tomar sorvete”. Nesse caso, as perguntas devem ajudá-los a perceber que uma necessidade vital é a alimentação. Depois de pronta a lista, explique que essas necessidades mais importantes constituem os direitos fundamentais assegurados às crianças e adolescentes numa lei chamada ECA (direito à vida, à alimentação, à saúde, à educação, à moradia e outros).

Leia com a classe os direitos da criança e do adolescente, explicando o significado de cada um. Converse sobre a efetivação desses direitos no bairro ou na cidade: são garantidos a todas as crianças? Por quê? Peça que levantem hipóteses sobre a não-observância desses direitos. Explique a quem cabe assegurá-los, segundo o Estatuto: a família, a comunidade, a sociedade em geral e o poder público.

Organize-os em grupos e dê a cada grupo uma folha de papel pardo, algumas revistas usadas, tesoura e cola. Peça que escolham um dos direitos e selecionem nas revistas fotografias ou manchetes que mostrem situações onde esse direito está sendo observado e outras imagens mostrando o mesmo direito sendo desrespeitado. Cada grupo fica responsável por uma situação. Terminando, peça para apresentarem seus cartazes. Nesse momento, converse sobre o que pode ser feito quando um direito está sendo violado. Combinar com eles um lugar para afixar os cartazes.

Organizando um álbum de brincadeiras

 

Como tarefa de casa, peça às crianças para conversar com os pais ou um adulto com quem convivam sobre os tipos de brincadeiras de que mais gostavam quando eram crianças. Devem descrever como e em que lugar se brincava. Diga aos alunos para registrar essa conversa, para uma atividade em outra aula.

Recolha os dados dos alunos obtidos na pesquisa sobre brincadeiras, proposta na aula anterior. Peça para contarem os jogos ou brincadeiras que aprenderam, dizendo como e onde eram brincadas. À medida que falam, registre na lousa os nomes das brincadeiras. Pergunte quais delas já conheciam e quais são novas para eles. Aproveite para conversar um pouco sobre a idéia de que brincadeira é coisa séria e que todas as crianças devem ter tempo, condições e meios para brincar. Relembre as histórias de crianças que trabalham, contadas em aulas anteriores, indagando se, nas condições em que vivem, podem exercer plenamente seu direito ao lazer e ao brincar.

Sugira, então, montarem um álbum com brincadeiras do passado e do presente. Organize-os em grupos, dê a cada pessoa do grupo uma folha de sulfite e peça para escreverem ou desenharem brincadeiras, tanto as que eles fazem quanto as contadas pelos adultos; devem anotar o nome da brincadeira e a idade da pessoa que ensinou. Terminando, junte todas as folhas e, com a classe, classifique-as em dois grupos: brincadeiras do nosso tempo e brincadeiras do tempo dos nossos pais e mães. Façam uma capa – e está pronto o álbum.

Em classe mesmo ou na hora do recreio, peça para escolherem no álbum uma ou mais brincadeiras que acharem interessantes. Estimule-os a brincar, em casa e no pátio da escola, sempre que for possível. O álbum de brincadeiras pode ser exposto na escola e divulgado para outras crianças da comunidade.

CRIANÇA NÃO TRABALHA
CRIANÇA NÃO TRABALHA