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O Comitê de Voluntariado da Fundação Telefônica Vivo de Sorocaba (SP) idealizou ação que teve a participação de adolescentes da Associação Criança Feliz e filhos dos colaboradores da Vivo

#Voluntariado

As perdas que a Covid-19 causou não são ainda maiores devido à dedicação extrema dos profissionais da saúde, que tiveram grande protagonismo desde o início da pandemia. Mas, diferente dos super-heróis dos filmes e quadrinhos, eles não são invencíveis e, como humanos, adoecem, ficam tristes e cansados.

Com o objetivo de apoiá-los, incentivá-los e agradecer por todo o trabalho que vem sendo realizado, o Comitê de Voluntariado da Fundação Telefônica Vivo de Sorocaba (SP) organizou uma ação que envolveu crianças e adolescentes que escreveram cartas à mão endereçadas aos profissionais do hospital Unimed, localizado na região.

Marcos Vinicius Dota de Souza, vice-embaixador do Comitê Sorocaba (SP), foi quem teve a ideia da atividade. “Tinha visto uma iniciativa parecida com idosos em casas de repouso. Como desde o início do ano tínhamos feito apenas ações de arrecadação, de chocolates na Páscoa e agasalhos, no início do inverno, fiz a proposta de uma campanha que não tivesse valor monetário, apenas emoções”, conta. “Não envolve dinheiro, envolve dizer o quanto alguém é especial”, completa Marilene Leal da Silva, também embaixadora do Comitê.

Inicialmente, as cartas solidárias foram pensadas para serem elaboradas apenas pelas crianças que integram a Associação Criança Feliz. O convite acabou sendo estendido para os filhos dos colaboradores da Vivo.

“Vocês sempre serão lembrados como heróis, pois se muitas pessoas hoje podem abraçar e beijar seus entes queridos foi graças a vocês”, escreveu um dos pequenos.

“Sem vocês, tudo estaria muito pior. Não desistam e continuem com este trabalho maravilhoso”, pede a criança na mensagem.

As cartas foram coletadas durante os meses de maio e junho e entregues aos profissionais da saúde no dia 21 de julho. Por causa do distanciamento social imposto para conter o coronavírus, as crianças não puderam entregá-las presencialmente.

Ao todo, foram mais de 80 mensagens escritas à mão. Para que todos os funcionários que trabalham no hospital – médicos, enfermeiros, auxiliares, assistentes, as pessoas da limpeza, recepcionistas e funcionários de serviços gerais -, pudessem ler os recados de apoio e agradecimento, a solução foi criar cartazes com as cartinhas, que foram pendurados pelos corredores da unidade. Assim, quem passasse pelo local poderia conferir as palavras de motivação e de carinho, enviadas pelas crianças.

Vinicius explica que o Comitê queria unir forças para mostrar que o bem pode vir de todos os lados. “As crianças representam a esperança de um futuro melhor”, afirma.

A enfermeira Simone Lopes Rodrigues Moro foi uma das profissionais que recebeu as cartas e comentou sobre o gesto das crianças.

O que achou das cartas recebidas?
Eu achei demais, formidável, sensacional, são palavras que nos fortalecem a continuarmos nessa dura batalha contra o coronavírus. Os desenhos e as frases foram animadoras, confortantes e nos deixaram mais fortes. As crianças nos sensibilizam, além de terem idéias formidáveis. Devemos escutá-las sempre.

“Não desista de nós”. Foi a frase mais escrita, e nos motiva, pois temos essa vontade com todos os pacientes que chegam a nós: devolvê-los aos seus familiares. Uma frase que uma criança escreveu e eu adorei foi: “COM AMOR CUIDA, COM AMOR CURA.”

Muitas crianças se referiam aos profissionais da saúde como “heróis”, você também enxerga desta forma?
Sim. Pois na ficção os heróis se arriscam para salvar vidas, esse tem sido nosso trabalho. Percebo um filme passando em minha mente desses momentos vividos nessa pandemia. A correria, dedicação, aflição, choros, preocupações com nossos pacientes, nossos colegas, nossa família. Aprendemos que com um simples segurar nas mãos do paciente, acalma, diminui esse medo dessa doença do mal… Agora o melhor som que ouço desde o início dessa loucura toda, é o som das palmas dos pacientes.

Colaboração e amadurecimento das crianças

Kaira Cubi, gestora da Associação Criança Feliz, explica que a instituição promoveu oficinas com os jovens para que escrevessem as cartas. “Tivemos desenhos também para aqueles mais tímidos”, diz. Cerca de 25 jovens da organização participaram da ação.

Ela conta que quando uma iniciativa exige maior colaboração ou participação ativa dos jovens, a instituição enfrenta resistência por causa de timidez ou vergonha. No fim, acabam se rendendo, como foi nessa campanha, em que contribuíram muito mais do que era esperado. “Todos os adolescentes envolvidos ficaram animados em poder retribuir o que tem sido feito por esses profissionais. Foi muito importante e necessário que dispusessem um pouco do tempo para prestar essa dedicatória”, afirma.

Segundo a gestora, ações como essa fazem com que os jovens desenvolvam empatia e solidariedade pelo próximo. “Nosso trabalho também consiste em fortalecer e criar cidadãos para conviver em sociedade de forma mais harmoniosa e com respeito”, diz Kaira.

Vinicius defende que a atividade mostrou para as crianças a gravidade da pandemia. “Foi muito importante para a conscientização, assim como para o amadurecimento delas.”

Já Mari lembra que o Comitê “cuida de pessoas”. Para ela, arrecadar comida ou roupas é extremamente importante, no entanto, não se pode esquecer de cuidar da saúde mental de todos. “No hospital, as pessoas estão psicologicamente abaladas”, afirma a embaixadora, que tem parente trabalhando na ala Covid. Apesar de muitas pessoas estarem flexibilizando o isolamento social, a realidade diária dos profissionais da saúde ainda tem muitos desafios. “Os dias continuaram difíceis, por isso, teve muita gratidão por parte dos profissionais e do núcleo do hospital que topou a parceria”, finaliza Vinicius.

Crianças homenageiam profissionais da saúde com cartas de agradecimento
Crianças homenageiam profissionais da saúde com cartas de agradecimento