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Em homenagem à data, listamos onze momentos que fortaleceram a representatividade e a luta por igualdade de direitos das mulheres.

#Educação

Dia Internacional da Mulher: 11 fatos recentes que mantêm viva a luta por igualdade

As origens do 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, remontam à luta por direitos sociais. Oficializada em 1975 pela ONU, a celebração tem origens que remontam a reivindicações históricas por melhores condições de trabalho, maior representatividade e até mesmo combate à guerra e à fome. As estatísticas mostram o quanto ainda é preciso avançar com políticas públicas e educacionais contra desigualdade e opressões de gênero.

“A violência contra a mulher é uma pandemia tão devastadora quanto o coronavírus”, disse em entrevista a diretora da ONU Mulheres, a sul-africana Phumzile Mlambo-Ngcuka. Segundo a líder global, as mulheres foram as mais prejudicadas durante a pandemia e não somente pela violência de gênero: elas correspondem a dois terços dos trabalhadores que perderam seus empregos, continuam sendo as mais sujeitas a evadirem das escolas e são minoria nas decisões governamentais. Em outubro de 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego entre as mulheres chegou a 16,9%, superior à dos homens, de 11,7%.

Contudo, se as estatísticas apontam ainda um abismo entre gêneros, é preciso reconhecer algumas conquistas. O Chile terá a primeira Constituição do mundo a ser construída de forma igualitária. Serão eleitos 155 constituintes, metade homens e metade mulheres, que deverão escrever a nova Carta Magna. Na Colômbia, foram definidas eleições com paridade de gênero. E na Argentina, as mulheres conquistaram o direito a um aborto seguro – o que inclui não apenas acesso médico, mas também apoio e acesso a informações para decidir. No Brasil, foi também o ano em que houve maior representatividade feminina entre os candidatos nas eleições municipais de 2020.

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, separamos onze conquistas recentes que contribuem para uma maior representatividade e igualdade das mulheres. Confira abaixo:

 

15 DE FEVEREIRO DE 2020

Imagem de Ngozi Okonjo

Pioneirismo na Organização Mundial do Comércio

Ngozi Okonjo-Iweala foi eleita diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela substitui o brasileiro Roberto Azevêdo, que ocupou o cargo por sete anos.

Duas vezes Ministra das Finanças em seu país, chegou a ser número 2 no Banco Mundial, onde ajudou a levantar US$ 50 bilhões para os países mais pobres. “Eles precisam de algo diferente, não pode ser um negócio normal para a OMC, [eles precisam] de alguém disposto a fazer as reformas e liderar”, declarou à BBC sobre sua posse.

 

28 DE FEVEREIRO DE 2020

Imagem de Jaqueline Goes

Sequenciamento do coronavírus no Brasil

Jaqueline Goes foi uma das responsáveis por liderar a equipe, formada por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), pelo primeiro sequenciamento do Sars-Cov-2 no país. Feito a partir de amostras do primeiro paciente: um homem atendido três dias antes em São Paulo (SP), o estudo ganhou ainda mais relevância por ter sido feito em 48 horas.

Aos 30 anos, e com 22 artigos publicados em revistas científicas internacionais, ela é voluntária no #TeamHalo, iniciativa da ONU que combate desinformações sobre a pandemia de coronavírus.”Existe o estereótipo de que o cientista é o homem branco, mais velho, idoso ou de meia-idade, que passou por muita coisa e agora, sim, está autorizado a receber reconhecimento. Eu sou jovem, mas tenho 11 anos de pesquisa científica. Sempre falam: ‘nossa, como você é jovem’. Não se fala isso para homem, só pra mulher”, disse em entrevista ao UOL.

25 DE MAIO DE 2020 

Movimento Black Lives Matter

Nessa data, a frase “Não consigo respirar”, dita por George Floyd, ganhou o mundo após vídeo registrar a abordagem policial na qual ele foi morto, causando indignação e protestos que se espalharam de Minneapolis (EUA) para o mundo.

O movimento Black Lives Matter, fundado por três mulheres: Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi ganhou ainda mais relevância, liderando manifestações contra o racismo nos Estados Unidos e sendo citado em diversos atos em diferentes países.

Para se ter uma ideia, em 2020, a procura pelo tema “racismo” aumentou 40% entre os brasileiros no Google, em comparação com o ano anterior. Globalmente, as consultas ao tema tiveram uma alta de 70% frente ao mesmo período.

3 DE SETEMBRO DE 2020

Passo para igualdade no futebol

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou que mulheres e homens vão receber as mesmas cotas de diárias e premiações quando atuarem pela Seleção Brasileira, igualando a remuneração entre homens e mulheres.

No mesmo dia do anúncio, Aline Pellegrino foi apresentada como coordenadora de competições femininas e Duda Luizelli como coordenadora da seleção brasileira feminina. Junto com a técnica Pia Sundhage, elas compõem o comando da seleção feminina. A atacante Marta, eleita seis vezes a melhor do mundo, é uma das mais engajadas na luta por igualdade no futebol e ficou conhecida por protestos na Copa do Mundo de 2019.

 

28 DE SETEMBRO DE 2020 

Foto de Ingrid Silva

Eternizada em museu

As sapatilhas e a meia calça usadas pela bailarina Ingrid Silva na temporada entre 2013 e 2014 tornam-se peças do acervo do Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana, em Washington. Hoje primeira bailarina do Dance Theatre of Harlem, em Nova York, ela mesma costumava pintar o equipamento, utilizando base para o rosto, por não encontrar sapatilhas no tom de sua pele.

“Pensando aqui quando esta criança nascer, eu vou falar: vamos no museu, aprender sobre história Negra, e lá vou apontar pra ela: ‘Está vendo isso aqui, é a sapatilha da mamãe’”, afirmou em seu perfil no Instagram na época do anúncio, quando estava grávida.

NOVEMBRO 2020 

Maior participação feminina em eleições no Brasil

As eleições municipais de 2020 marcaram número recorde de candidaturas de mulheres: 526 mil registros, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O percentual de mulheres foi de 34% do total, sendo que em anos anteriores jamais havia superado 32%.

Ao mesmo tempo, segundo reportagem do Estado de Minas, as mulheres representam apenas 13% na concorrência pelas prefeituras. Além disso, levantamento da ONU mostra que o Brasil ocupa um dos últimos lugares em paridade política de gêneros entre os vizinhos da América Latina.

 

07 DE DEZEMBRO DE 2020

Igualdade de gênero nos Jogos Olímpicos

O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou o programa para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e, pela primeira vez na história dos jogos, haverá total equidade de gênero na distribuição das vagas nas competições. Do total dos 10.500 atletas que disputarão uma medalha, 50%  serão de participação feminina e outros 50%,  masculina. Além disso, haverá novas disputas com provas mistas, que passam de 18 para 22 em comparação a Tóquio 2021.

 

30 DE DEZEMBRO DE 2020

Foto de Djamila Ribeiro

A autora mais lida no Brasil

A filósofa, pesquisadora e mestra em Filosofia Djamila Ribeiro é autora do Pequeno Manual Antirracista, que figurou como o mais vendido do Brasil em 2020. A mesma publicação ganhou o Prêmio Jabuti 2020 na categoria Ciências Humanas.

Considerada pelo governo francês como Personalidade do Amanhã, a filósofa é uma das vozes mais relevantes na luta contra o racismo no país e comentou em entrevista recente à revista Forbes: “Não é preciso ser negro para se engajar na luta antirracista”.

20 DE JANEIRO DE 2021

Foto de Kamala Harris

A mulher mais poderosa da política dos EUA

A senadora Kamala Harris tornou-se a vice-presidente dos Estados Unidos em cerimônia de posse da chapa com o presidente Joe Biden. Filha de pai jamaicano e mãe indiana, ela é a primeira imigrante, primeira mulher e primeira negra a ocupar o cargo, um dos mais importantes da política no país.

“Estou aqui hoje por causa das mulheres que vieram antes de mim”, escreveu, em seu Twitter no dia da posse, como legenda de um vídeo com trechos do seu discurso de vitória.

 

25 DE FEVEREIRO DE 2021

Foto de Carolina de JesusCarolina Maria De Jesus ganha Título Doutora Honoris Causa

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concedeu o título de Doutora Honoris Causa à escritora Carolina Maria de Jesus, como uma homenagem póstuma, aprovada por unanimidade, pelo Conselho Universitário da instituição.

Mulher negra, moradora da favela e catadora de papel, é considerada uma das escritoras mais importantes do país. Seu primeiro livro, Quarto de Despejo, vendeu cerca de 3 milhões de livros e foi traduzido em 13 idiomas. Escrita em forma de diário, a obra conta a história de uma mulher que mora na favela do Canindé, em São Paulo, e precisa alimentar seus filhos, mostrando uma realidade de desigualdades sociais e extrema pobreza.

 

28 DE FEVEREIRO DE 2021

Foto de Chloé Zhao

Conquista histórica no Cinema

A edição do Globo de Ouro 2021 ficará marcada na história. Em 1984, Barbra Streisand foi a primeira mulher premiada na categoria de Melhor Direção do Globo de Ouro, pelo filme Yentl. Quase 40 anos depois, a chinesa Chloé Zhao ganha o mesmo prêmio pelo longa Nomadland, que retrata o meio de vida nômade no interior dos Estados Unidos.

Ao ser contemplada, a diretora falou sobre compaixão: “Compaixão é a quebra de todas as barreiras entre nós — uma ligação de coração para coração. Sua dor é minha dor; é misturada e compartilhada entre nós. É por isso que me apaixonei por contar histórias”.

Dia Internacional da Mulher: 11 fatos recentes que mantêm viva a luta por igualdade
Dia Internacional da Mulher: 11 fatos recentes que mantêm viva a luta por igualdade