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Estudantes deixam de ser apenas consumidores para se tornarem produtores de conteúdo e informação, de forma crítica e consciente. Conheça a iniciativa!

#EducaçãoMidiática

Imagem mostra grupo de crianças de costas usando aventais azuis onde se lê “Imprensa Mirim”, usando câmeras fotográficas. Duas delas está de frente segurando uma moldura como se fosse da rede social Instagram.

Pautas, apuração, furos de reportagem. Esses são alguns dos termos que fazem parte do vocabulário de um repórter. Mesmo para quem não pretende seguir na profissão, conhecer esses jargões ajuda a entender o que está por trás das notícias que consumimos diariamente. Em um contexto mundial onde as fake news e a educação midiática tem estado cada vez mais em pauta, aproximar o fazer jornalístico das escolas pode ser um caminho para desenvolver habilidades essenciais para o século XXI.

Antes mesmo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ser aprovada e trazer diretrizes para o letramento midiático, o jornalista e doutor em Ciência da Informação, Márcio Gonçalves buscou alternativas para essa aproximação com a escola. Preocupado com a segurança das informações que as crianças recebem pela internet, o professor universitário decidiu escrever artigos relacionados ao tema, voltados para a Educação Básica.

Em 2018, ele foi convidado para dar aulas de Mídias Digitais na escola Eliezer Max, no Rio de Janeiro. Desde então, desenvolve um projeto junto aos estudantes do Ensino Fundamental: a Imprensa Mirim. Nesse espaço, os jovens são responsáveis por produzir conteúdo, entrevistar pessoas, contar histórias e pesquisar sobre os temas das matérias.

Imagem mostra aluno tirando fotos com uma câmera posicionada sobre um tripé. Ele usa um avental onde se lê “Imprensa Mirim”.

“Como jornalista, me vi tendo que explicar para as crianças como funcionava a internet e suas dinâmicas. Então, percebi que eles estavam ansiosos para produzir e entender o processo de bastidores de uma notícia”, conta Márcio.

 Jornalistas mirins em campo

Depois de entender o que era uma pauta, como formular perguntas objetivas e críticas, aprender a editar imagens, áudios e vídeos de forma ética, os jornalistas mirins estavam prontos para ir a campo e fazer as primeiras matérias.

Com uniformes que os identificam, os estudantes circulam pela escola com suas câmeras, microfones de lapela e tripés — todos aproveitados do acervo da escola — para realizar as entrevistas que vão sustentar as pautas discutidas em sala de aula.

Os alunos do 1º, 2º e 3º ano só podem “cobrir” (jargão jornalístico para se referir ao registro de um acontecimento) eventos internos, que acontecem dentro da escola. Os jovens do 4º e 5º ano fazem a apuração em excursões e passeios fora do ambiente escolar, com acompanhamento do professor. Já os estudantes do 6º, 7º e 8º ano são treinados para projetos interdisciplinares, nos quais eles constroem sites, apresentações e reportagens para as outras disciplinas.

“O objetivo do projeto era justamente abrir os olhos das crianças e da escola para a importância de incluir camadas midiáticas em todas as disciplinas. É possível explicar um assunto através de uma reportagem, de um podcast, de um documentário e até de um post nas redes sociais”, compartilha o educador.

Formando cidadãos críticos e bem informados

Márcio Gonçalves acrescenta que algumas habilidades essenciais para o século XXI são trabalhadas nesse projeto: saber ouvir e interagir com o outro, formular perguntas objetivas através de reflexões críticas, pesquisar informações sobre o tema da pauta, entender processos de edição que respeitem princípios éticos.

“Não há necessidade de atribuir uma nota para que eu avalie a participação dos alunos na Imprensa Mirim. A avaliação é feita acerca do interesse, do engajamento e das sugestões que eles trazem. A gente ganha com as ideias, com os projetos e com a evolução oral desse estudante, que sabe se colocar diante do outro. São habilidades indispensáveis para a vida hoje”, reforça.

Em 2020, o educador se prepara para inaugurar o itinerário formador (espécie de plano de aula) com os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio, etapa voltada para o desenvolvimento de atividades focadas em produção de mídias. Além disso, Márcio, que também é um dos professores inovadores do Google, está liderando um projeto de alcance nacional: o Dia da Mídia na Escola, que será celebrada todo dia 28 de outubro. “Imagine uma comemoração, onde todos os educadores do Brasil trazem oficinas, palestras e eventos para reconhecer a mídia e a tecnologia como parte do contexto educacional?”, pergunta. A data marcará uma semana em que há um movimento global em torno da produção de eventos sobre o letramento digital e midiático.

Iniciativa para letramento midiático nas escolas

O projeto Ler e Pensar (LeP), criado em 1999, é mais uma iniciativa voltada para o letramento midiático nas escolas. Criado pelo veículo de comunicação paranaense Gazeta do Povo, em parceria com o Instituto GRPCOM, o objetivo do projeto é capacitar professores da rede pública de todo o Brasil no uso do jornal como instrumento de aprendizado em sala de aula.

Atualmente, a metodologia foi adaptada para as mídias digitais e oferece assessoria pedagógica aos educadores (formação continuada em EAD, eventos culturais, materiais didáticos, notícias separadas diariamente para serem trabalhadas em sala), além de visitas guiadas à Gazeta do Povo, com o intuito de apresentar os estudantes aos bastidores da notícia. O Ler e Pensar também ganha destaque semanal na Gazeta do Povo, divulgando as boas práticas dos participantes.

As inscrições para participar do projeto em 2020 estão abertas até dia 23 de março. Saiba mais aqui!

Educador cria ‘imprensa mirim’ para incentivar a produção de mídia nas escolas
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