Profissionais foram apresentados a ferramentas do Pense Grande que podem ser úteis dentro de espaços educativos e suas comunidades
Profissionais foram apresentados a ferramentas que podem ser úteis dentro de espaços educativos e suas comunidades
“Quero estar mais próxima aos jovens que ensino”. Foi essa a razão que levou a orientadora Margarete Moreno Grigalevicius a participar da Formação Pense Grande, de empreendedorismo em sala de aula, que aconteceu dias 9 e 10 de outubro no Impact Hub, espaço de coworking em São Paulo.
Oferecida pelo Pense Grande, programa da Fundação Telefônica Vivo de difusão da cultura do empreendedorismo social para jovens brasileiros, a formação foi um convite a educadores das Escolas Técnicas Estaduais de São Paulo (ETECs), como Margarete, à experimentação de como a Metodologia Pense Grande funciona na prática e pode ajudá-los a se conectarem com a realidade de seus estudantes.
Em 2017, o Programa Pense Grande iniciou uma parceria com o Centro Paula Souza, responsável pelas ETECs. A iniciativa faz parte do eixo Formar do programa, e visa o desenvolvimento de competências empreendedoras que possam impactar os jovens pessoal e profissionalmente. São mais de 20 atividades, incluindo visitas técnicas, webconferências e outras ações formativas. As oficinas devem ser retomadas no primeiro semestre de 2018.
Atividades em grupo
O primeiro dia centrou na aproximação e tradução de temas da área do empreendedorismo, como incubação, aceleração e pitches (apresentações de até 5 minutos de um projeto). O conteúdo foi ministrado pelas profissionais da Impact Hub Petrina Santos e Thaina Monteiro.
Em sequência, os educadores foram apresentados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, diretrizes da ONU trabalhadas pelo Pense Grande nas ETECs. Eles escolheram quais dos temas faziam mais sentido de acordo com sua realidade escolar e que poderiam servir de base para a criação de um projeto. Após intensa discussão, optou-se por trabalhar saúde, ética, gênero e educação para debater uma temática frequentemente retomada pelos estudantes: depressão e suicídio.
“Como o jovem está vocalizando bastante a questão de depressão e suas consequências, como a automutilação, resolvemos montar o projeto SEGE (sigla para Saúde, Educação, Gênero e Ética)”, conta Margarete, da ETEC São Mateus. O plano é que cada escola monte um espaço de acolhimento onde os alunos seriam facilitadores. “Aprendemos como montar o projeto e sair da ideia engessada no papel com atividades criativas, como o teatro. Fomos desafiados a pensar qual seria o público, qual material precisaria ser usado, enfim, as estratégias para viabilizar um projeto”, conta a orientadora.
No segundo dia de formação, os convidados se dividiram em grupos e apresentaram suas ideias no formato de pitches. A educadora Katia da Conceição Ribeiro, da ETEC Uirapuru, conta que a formação ajudou-a a ter coragem de impactar seu espaço pedagógico e, por consequência, sua comunidade no extremo oeste de São Paulo. “A formação me fez ter vontade de conversar com pessoas da minha escola e colocar um projeto em prática utilizando ferramentas que já temos disponíveis, como os próprios laboratórios de informática”, conta.
Ao fim do encontro, os educadores se uniram para fazer uma avaliação de suas performances e como o curso havia colaborado com suas práticas pedagógicas. Muitos comentaram que estavam se sentindo munidos de novas ferramentas para usar dentro da sala de aula. Outros afirmaram querer utilizar a metodologia Pense Grande para criação de projetos paralelos dentro de seus ambientes, inspirando não somente os alunos, mas também a si próprio, na mobilização por temas que sejam relevantes tanto para os jovens quanto para a comunidade.