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Em Recife, estudantes de escolas públicas que concluíram o ensino médio nos últimos cinco anos podem participar de seleção para formação em tecnologia e imersão em empresas do setor; Serão 550 vagas em 2023.

#NovoEnsinoMédio#TecnologiaDigital

Imagem panorâmica mostra o Porto Digital, no Recife

A Secretaria de Educação da cidade de Recife (PE), em parceria com o Porto Digital, criou um programa que garante a continuidade dos estudos de alunos que concluíram o ensino médio em escolas públicas. A iniciativa se chama Embarque Digital e tem como foco a formação de profissionais na área de tecnologia digital a partir da imersão dos estudantes na realidade de empresas do setor.

Segundo Guilherme Vila Nova, gerente geral de comunicação da secretaria de Educação de Recife, o Embarque Digital nasceu em 2021 com o objetivo de garantir maior empregabilidade à juventude da cidade, sobretudo aos grupos mais vulneráveis. Além disso, o programa também busca fortalecer o polo de tecnologia da cidade. Atualmente são mais de 1000 vagas abertas aguardando profissionais que tenham essa qualificação, segundo informações do Porto Digital.

Dessa forma, o programa abre novas vagas todos os semestres, conforme a disponibilidade nas instituições de ensino e nas empresas participantes. Serão 350 vagas a partir de janeiro de 2023 (ainda sem data definida) e mais 250 no segundo semestre. A meta é formar mais de dois mil jovens até 2024. As inscrições serão anunciadas em breve no site oficial do programa.

Diversidade na área de tecnologia digital

Quem quer participar do Embarque Digital precisa não apenas residir em Recife como também ter cursado e concluído todo o ensino médio na rede pública. As inscrições valem para quem finalizou a educação básica nos últimos cinco anos, mas a maioria dos inscritos acabam de se formar nessa etapa da educação.

Além disso, os interessados precisam ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre os anos de 2021 e 2017, ou o Sistema Seriado de Avaliação (SSA), entre os anos de 2017 e 2020. As notas desses exames serão utilizadas no processo de seleção, com 50% das vagas destinadas a estudantes negros ou pardos. Ser mulher é um dos critérios de desempate.

Marcela Valença, superintendente de Pessoas do Porto Digital, enfatiza que o Embarque Digital foi pensado para preencher lacunas de desigualdade social de cor e gênero. Logo, a maioria dos selecionados para o programa pertencem aos grupos sociais mais vulneráveis de Recife.

Nesse sentido, 66% dos cerca de 800 estudantes que integram o programa são autodeclarados pretos e pardos. As mulheres representam 34% do total de inscritos. Além disso, 32% dos estudantes integram famílias com renda de até um salário mínimo mensal.

Diálogo entre poder público e empresas

Um dos diferenciais do projeto é o diálogo entre o poder público municipal, empresas e instituições de ensino superior. Esses três agentes se uniram para formular o currículo para as duas modalidades de curso técnico em nível superior do programa: Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Sistemas para Internet.

Além da secretaria de Educação de Recife e das empresas do Porto Digital, quatro universidades fazem parte do Embarque Digital – Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Faculdade Senac Universidade Tiradentes (Unit), Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau) e Faculdade Imaculada Conceição do Recife (FICR).

De acordo com Marcela Valença, outro diferencial da formação é a Residência Profissional Tecnológica em alguma das empresas do Porto Digital: “nós pensamos nessa imersão, inspirados no modelo de residência da área da saúde. A diferença é que os cursos do Embarque Digital têm 30 meses de duração, e o estudante inicia essa residência já no primeiro dia”.

No modelo de formação desenhado para o programa, as disciplinas teóricas são realizadas nas instituições de ensino. Já o aprendizado prático acontece dentro das empresas. “As parceiras, muitas delas startups, acolhem esses estudantes em suas equipes. Ao longo da formação, os alunos são colocados em diversas posições dentro dos times de trabalho. Podem até liderar alguns projetos. Eles precisam superar desafios em cada posição que ocupam”, explica Marcela. Ela também enfatiza que o processo faz com que os jovens aprendam a cultura do mundo corporativo na prática.

Embarque Digital integra estudantes a um dos maiores polos de tecnologia do Brasil
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