A partir de princípios do empreendedorismo, inovação social e educação, jovens cruzam seus potenciais às demandas do país.
A recepção pela manhã já indicava o clima do 3º Encontro Jovens Transformadores (EJT), realizado no último fim de semana (7 e 8 de novembro), em São Paulo. O grupo de hip hop Matéria Rima descontraía a chegada da turma com um rap pioneiro, lançando mão da cultura jovem urbana para falar de educação e histórias de superação.
“Reunimos esses jovens para discutir os grandes desafios do país e a responsabilidade da sua geração na solução desses problemas”, explica Anderson Pereira, fundador e organizador do EJT. Independentemente da área de atuação, eles compartilham o mesmo mindset [mentalidade]: não pretendem terceirizar a responsabilidade de construir um Brasil melhor. Querem fazer parte, discutir e saber o seu papel.”
A fim de cumprir seus objetivos, o evento foi dividido em três momentos:
“Inspiração”, em que os jovens assistiram a palestras e conheceram as histórias de líderes inspiradores; “Interação”, no qual participaram de debates, mesas redondas e conversas sobre diferentes temas; e “Mão na Massa”, no qual foram provocados a criar algo prático a partir de workshops e atividades. Um dos resultados, por exemplo, foi o Manifesto do Jovem Transformador.
A abertura ficou por conta de um bate-papo com o vereador Ricardo Young. Ele falou sobre a sua experiência em três universos distintos: a iniciativa privada (na gestão da escola de idiomas Yázigi Internexus), o terceiro setor (na projeção internacional do Instituto Ethos e a fundação da sua divisão educacional) e, atualmente, o setor público, como vereador na cidade de São Paulo.
Assim como o mundo para os jovens, os temas abordados nos painéis estão sempre em transformação. “Eles foram evoluindo ao longo das edições”, esclareceu Anderson Pereira. “Propósito era uma sala que não existia e começou neste ano. Achamos interessante trazer o debate para que os jovens mergulhassem em seus próprios caminhos. Eles ouviram palestras fantásticas, participaram de debates e de oficinas, onde puderam realizar atividades que os ajudassem a descobrir seus potenciais e de que forma se encaixavam nas necessidades do mundo.”
Além deste, outros grandes pilares foram reconhecidos como essenciais ao desenvolvimento de um jovem transformador, como carreira, empreendedorismo, educação, sustentabilidade, inovação social e política.
“A carreira, ligada à iniciativa privada, diz respeito às possibilidades de transformar o mundo a partir da corporação onde se atua, e como alinhar o propósito pessoal com a atuação profissional. O empreendedorismo está em sintonia com a vontade da maioria dos jovens dessa geração [leia pesquisa sobre o tema]. Política mostra como o jovem engajado atua no setor público, quais são seus desafios e oportunidades, os caminhos de entrada. Inovação social trata dos negócios sociais e do terceiro setor, inclusive dentro de grandes corporações”, detalha Pereira.
Lideranças jovens fizeram a curadoria de cada área: Caio Dib, fundador da rede Caindo no Brasil, que colhe boas práticas de educação no país, preparou a agenda de educação; Tiago e Anamaíra, da Fundação Estudar, ONG que se dedica a despertar e a desenvolver o potencial de jovens talentos, ficaram responsáveis pelo tema carreiras, e assim por diante para as diversas áreas. Ao receber a programação, os jovens se distribuíram entre os temas que gostariam de acompanhar e, ao longo do dia, trocaram de sala conforme seus interesses pessoais.
“Foi o maior encontro que já aconteceu”, afirmou o organizador, confirmando o número de 300 pessoas impactadas. É importante ressaltar, em sua opinião, que, ao mesmo tempo em que é a mais preparada, esta geração vive uma realidade completamente diferente. Para ele, após o evento, continua ressoando a frase que Ricardo Young dirigiu aos jovens participantes: “Vocês são uma geração que irá protagonizar um mundo cuja complexidade ninguém jamais experimentou”.