Refletir sobre o passado e apontar as possibilidades da sociedade é a proposta da exposição “Tão longe, tão perto”, organizada pela Fundação Telefônica.
Fundação Telefônica e Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) apresentam a mostra “Tão longe, tão perto”, As Telecomunicações e a Sociedade
Refletir sobre o passado e apontar as possibilidades do futuro das telecomunicações é a proposta da mostra “Tão longe, tão perto” – As Telecomunicações e a Sociedade, exposição organizada pela Fundação Telefônica, com curadoria do físico e professor da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Peter Schulz. A mostra, que acontece entre 21 de março e 23 de maio no Museu de Arte Brasileira da FAAP, em São Paulo, possibilitará abrir para o público paulista, pela primeira vez, o acervo do Núcleo Memória Telefônica e, ao mesmo tempo, estimular o visitante a expressar suas expectativas em relação às telecomunicações e como estas podem contribuir para melhorar sua vida no futuro.
O “futuro do passado” e o “futuro contemporâneo”, visões do futuro ontem e hoje, pontuam as bases conceituais da mostra. Assim, a exposição revela como as invenções muitas vezes aconteceram bem antes de sua concretização na sociedade, e como alguns experimentos antigos abriram caminhos para as novas tecnologias. Também revela como o presente já está construindo o futuro das descobertas científicas, que serão assimiladas ou não, conforme os anseios sociais – comportamental e econômico – de cada época.
A exposição parte da primordial voz humana e avança até as principais inovações tecnológicas que promoveram o encurtamento das distâncias geográficas e, ainda hoje, redefinem relacionamentos sociais e estruturas urbanas. A interatividade do visitante com experimentos científicos, equipamentos, aparelhos e um fórum central que prevê a sua manifestação quanto ao futuro das tecnologias são questões relevantes da abordagem curatorial, que trata ainda dos três pilares da comunicação: o conceito de rede, a convergência tecnológica e a inovação.
Entre aparelhos, centrais telefônicas, as primeiras listas, fotos de época e documentos históricos, serão exibidas cerca de 100 peças, que ajudam a compor o painel da evolução da telefonia e das diferentes formas de comunicação das sociedades. “É uma grande oportunidade para o público conhecer um pouco mais da história das telecomunicações no país e refletir sobre como a evolução tecnológica nesta área poderá influenciar a vida no futuro”, afirma Antonio Carlos Valente, presidente do Grupo Telefônica no Brasil. “Nosso objetivo é que a exposição promova um debate com a sociedade sobre o impacto das telecomunicações no seu dia a dia”, afirma Sérgio Mindlin, diretor-presidente da Fundação Telefônica.
Com coordenação geral da Expomus e apoio da Lei de Incentivo à Cultura, a mostra “Tão longe, tão perto” já passou pelo Museu da República, em Brasília, de agosto a outubro de 2009.
Uma viagem pelo universo das comunicações
Composta por núcleos temáticos, a exposição começa pela Linha do Tempo, que perpassa toda a mostra. Ela resgata a época em que a fala era um dos poucos instrumentos do homem para estabelecer vínculos sociais, passa pelos primeiros códigos sonoros e visuais, como o uso de tambores e sinais de fumaça.
Para vencer rapidamente longos caminhos e receber e enviar mensagens ao mesmo tempo, novos veículos tornaram-se essenciais. Assim, surgiram o telégrafo óptico, o elétrico e o fax, que foi patenteado em 1843. A invenção do telefone, creditada ao italiano Antonio Meucci, em 1860, e registrada por Graham Bell 16 anos depois, revolucionou a comunicação e foi o ponto de partida para novos desenhos da estrutura social e urbana. A expansão das redes de telefonia, o surgimento do rádio, microondas, satélites, fibra ótica, celular, internet, todas essas inovações possibilitaram as conexões humanas, cada vez mais rápidas, eficientes, econômicas e presenciais.
No Núcleo Arte e Cultura Popular, o visitante poderá constatar por meio de vídeos, áudios e documentos, entre outros meios de comunicação, como as culturas são influenciadas pelas inovações tecnológicas, gerando diferentes manifestações estéticas na música, na poesia, na literatura, nas artes visuais. O núcleo terá um projeto de net-arte, especialmente criado para a mostra, pelos artistas Giselle Beiguelman e Rafael Marchetti. Denominado Tele_bits 2.0, trata-se de um ensaio visual dinâmico e on-line sobre a relação das telecomunicações com o cotidiano, mediado pela ação do público.
O Núcleo Ciência e Tecnologia ressalta que todos os inventos tecnológicos são de autoria coletiva. Nele, o público conhecerá experimentos simples, que podem ser facilmente reproduzidos e que demonstram princípios básicos da comunicação, como funcionam um microfone e um autofalante, por exemplo. A ideia é mostrar ao visitante de que forma dados e voz atravessam grandes distâncias. No Núcleo Comunicação e Educação, serão lembradas as profissões que surgiram com as novas tecnologias e as que virão por aí, além da retomada da importância da educação à distância e suas possibilidades.
O centro da exposição é um Fórum no qual o visitante pode expressar suas considerações sobre o futuro das telecomunicações e seu impacto na sociedade, escrevendo sobre uma mesa touchscreen, de próprio punho, uma mensagem que será projetada ao lado de frases de grandes pensadores.
Haverá ainda o Espaço Educativo, onde educadores coordenarão brincadeiras e oficinas que destacam princípios da comunicação. O projeto educativo, que oferecerá visitas orientadas e temáticas sob agendamento, distribuirá materiais para alunos e professores e estará preparado para o atendimento a públicos especiais.
A visita se encerra no Espaço da Fundação Telefônica, uma área que apresenta a instituição através de seus projetos e programas.
Destaques do Acervo
A Fundação Telefônica é responsável pela manutenção e divulgação de um grande acervo histórico da telefonia no Brasil. A mostra “Tão longe, tão perto”, cria a oportunidade de apresentar parte desse conjunto ao público.
Entre os aparelhos telefônicos, destaque para o “Ericsson de parede”, de 1884, um dos primeiros modelos a chegar ao Brasil em escala comercial; ou o “Pé de Ferro”, de 1892, pioneiro por permitir que se falasse e ouvisse numa mesma peça. Há ainda um fax utilizado em 1950, um videofone da década de 70 e um dos primeiros modelos de celular, fabricado nos anos 90. Também estarão no museu uma mesa operadora com mais de 100 anos, a Central Automática Passo a Passo Strowger, conhecida como “Velha Senhora”, de 1928, que ainda funciona.
Entre os documentos históricos, uma seleção de revistas Sino Azul, uma pioneira publicação institucional da extinta Companhia Telefônica Brasileira (CTB), precursora da Telesp, que circulou de 1928 a 1989; reproduções de patentes de algumas das principais invenções tecnológicas; uma lista telefônica de 1911 de São Paulo, além de fotos históricas que registraram a rotina de trabalho de funcionários da CTB.
O curador
Estreando na função de curador, Peter Alexander Bleinroth Schulz é doutor em Ciências pela Unicamp e pela Universidad Autônoma de Madrid. Atua como professor de graduação e pós-graduação em Física e é pesquisador na área de Física da Matéria Condensada. Teve diversos artigos publicados e acaba de lançar o seu primeiro livro, “A Encruzilhada da Nanotecnologia: Inovação, Tecnologia e Riscos”.
Sobre a Fundação Telefônica
A Fundação Telefônica gerencia a maior parte da Ação Social e Cultural do Grupo Telefônica no mundo, demonstrando o compromisso da empresa com as sociedades junto às quais atua. A instituição está presente na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Peru, Equador e Venezuela e também desenvolve programas junto a operadoras locais da Telefônica em El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Panamá e Uruguai. No Brasil, foi criada em 1999 e atua para o desenvolvimento social, através da consolidação dos direitos das crianças e dos adolescentes. Desde o início de sua atuação, mais de 500 mil pessoas já foram beneficiadas direta ou indiretamente pelos projetos que desenvolve, por meio dos programas EducaRede, Pró-Menino, Arte & Tecnologia e Voluntários Telefônica.
Exposição “Tão Longe, Tão Perto”
Local: Museu de Arte Brasileira FAAP
Endereço: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis – São Paulo
Fone: (11) 3662-7000
Abertura: 21 de março – até 23 de maio de 2010
Horários: terça a sexta-feira, das 10h às 20h ; sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.
Visitas orientadas: (11) 3662-7200
Entrada franca
Acesso e atendimento a portadores de necessidades especiais
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