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14.10.2022
Tempo de leitura: 6 minutos

Aprendendo a sonhar: 3 histórias de estudantes que construíram sonhos com o incentivo de professores

Educar também é tornar sonhos realidade. Em homenagem ao Dia dos Professores, entenda a importância dos professores para a construção dos sonhos por meio de histórias de estudantes que foram inspirados e incentivados por seus mestres

Imagem mostra uma professora negra em sala de aula, sorrindo para a foto. Ela usa blusa amarela e cabelos presos. Ao fundo, há uma lousa

Ainda que a profissão docente envolva muito preparo técnico para administrar conhecimentos e mediar aprendizagens, um dos impactos mais significativos dos professores na vida dos estudantes é a capacidade de incentivá-los a sonhar.

Assim, basta lembrar de icônicos personagens do cinema, como Mark Thackeray (Ao Mestre com Carinho), John Keating (Sociedade dos Poetas Mortos), Katherine Wattson (O Sorriso de Monalisa) e Mestre Miyagi (Karatê Kid). Todos eles ousaram ir além dos métodos de ensino tradicionais para estabelecer verdadeiros vínculos com os estudantes.

E os jovens, mais do que ninguém, reconhecem a importância dos professores em suas vidas para irem em busca de seus objetivos. De acordo com pesquisa de opinião realizada pelo Todos pela Educação com estudantes do Ensino Médio, 79% dos estudantes têm ou tiveram um professor que os ajudou a construir seus sonhos.

Nesse sentido, ao oferecer aos jovens a chance de serem protagonistas do próprio aprendizado, os professores trabalham competências como autoconhecimento, senso crítico, empatia, criatividade e autonomia. Assim, professores são responsáveis por acompanhar diariamente a formação de cidadãos, até que se tornem conscientes de seu potencial como agentes de mudança.

Para homenagear essa profissão que estrutura o caminho para todas as demais, apresentamos as histórias de três jovens que relatam a influência e importância dos professores em suas vidas.  Confira e entenda porque educar também é tornar sonhos realidade!

1- Programando o futuro 

Matheus Moreira, de 22 anos, é estudante de Matemática Aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Criado na comunidade de Cidade de Deus, no Rio de Janeiro (RJ), ele sempre foi apaixonado pelo universo dos números e da tecnologia. Em 2020, ele se tornou um dos cadetes da 42 Sâo Paulo, onde ainda aprende sobre Programação.

Atualmente, ele está envolvido em suas áreas de interesse, por conta do incentivo que recebeu dos professores para acreditar no seu potencial. Além de estudar Matemática, ele atua como Analista de Desenvolvimento de Sistemas na Vivo.

“Durante minha jornada, tive contato com diversos professores. E através de cada um deles eu desenvolvi valores, adquiri conhecimentos e defini meus sonhos. No Ensino Fundamental, aprendi muito com a professora Vera Lúcia. Foi ela quem despertou minha paixão pela matemática. Ela também inscrevia a escola em competições que foram essenciais para o fortalecimento do meu pensamento lógico. Graças a ela, comecei a pensar sobre o curso universitário que eu gostaria de fazer e com o que eu gostaria de trabalhar. Na mesma época, a professora Ana Maria Piovesan me indicou para participar de um processo seletivo do projeto ISMART, que mudou completamente minha vida. Já no Ensino Médio, o professor Fernando Rocha me incentivou a estudar ferozmente para os vestibulares. Por meio dele, conheci o curso de Matemática Aplicada da UFRJ, e resolvi ingressar. Agora, na universidade, os professores Milton Ramirez e Bernardo Freitas me apresentaram o mundo da programação, no qual eu descobri uma nova paixão e uma ideia de profissão que eu gostaria muito de seguir. Eu poderia citar muitos outros professores que com pequenos gestos fizeram grandes mudanças no molde do ser humano que eu queria me tornar. Tenho uma gratidão enorme por cada um que passou pela minha vida.”

2- Voltar a estudar e a sonhar 

Ewellyn Vieira é estudante do 9º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Mailson Delane, em São Paulo (SP). Ela foi uma das 5 milhões crianças e adolescentes privadas do direito à educação durante a pandemia. Com dificuldades de avançar no Ensino Remoto, a jovem de 14 anos abandonou os estudos em 2020 e se tornou parte de um cenário de evasão escolar.

No entanto, ela voltou à escola em 2022, apoiada pelo programa Busca Ativa Escolar, do Unicef e da Undime. Desde então, a estudante sabe qual é a importância dos professores para que ela possa realizar o sonho que tem.

“Meus professores sempre me disseram que eu poderia ser o que eu quisesse, desde que eu refletisse bem sobre as possibilidades e me esforçasse para encontrar o caminho até lá. Por isso, na minha opinião, a importância dos professores é para nos capacitar e nos incentivar para a vida. Sou muito grata a todos eles. Mas sobretudo à professora Cris e ao professor Fábio, que me marcaram muito. Assim, se eu pudesse dizer algo para eles, diria que são pessoas essenciais não só na minha vida, mas na vida de todos os outros estudantes. Meu sonho é ser veterinária, e sei que os professores estão aqui para me ajudar a realizá-lo. Por isso, ter voltado para a escola foi muito importante.”

3- Comunicar para transformar 

A primeira pessoa que percebeu que Nani Santiago tinha habilidade para a Comunicação foi a professora Vanderli, quando estava no 4º ano do Ensino Fundamental. De fato, em sua jornada, outros professores também fizeram a jovem acreditar em seu potencial e nos seus projetos, como cursar a graduação de Comunicação Social. Atualmente, Nani é analista de Comunicação na Fundação Telefônica Vivo.

“Fui uma boa aluna na infância. Mas não conseguia me concentrar nas aulas. Conversava demais e acabava dispersando a atenção dos meus colegas de turma. Assim, quando eu estava no 4º ano do Ensino Fundamental, a professora Vanderli me propôs um trato: comentar resumidamente sobre os meus aprendizados no fim de cada aula, para toda a classe. Por fim, outros professores também adotaram a ideia e meu rendimento na escola mudou completamente. A forma com que os professores me percebiam e se comunicavam comigo, para além da minha dispersão, me ajudou a chegar onde estou agora. O tempo passou e eu cursei Recursos Humanos. Também cheguei a cursar Psicologia. Eu sabia que queria lidar com pessoas e trabalhar com Comunicação, mas não sabia exatamente com o quê. Por meio da minha nota no Enem e da política de cotas ingressei na faculdade de Comunicação Social, e concluí o curso. Como eu era um pouco mais velha do que os demais estudantes da turma e tinha que trabalhar, os professores me incentivavam a não desistir. Eu sempre mantive uma boa relação e contato com eles. Além da professora Vanderli, lá do Ensino Fundamental, tive outros professores que também foram marcantes e que não posso ignorar a influência. Certamente, foi essencial encontrar pelo caminho professores que me fizeram ter a sensação de pertencimento e pontuaram meu potencial. Hoje, por meio da Comunicação, trabalho com educação e com o apoio de políticas públicas.”


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