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27.10.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Iniciativa leva hortas até escolas públicas em São Paulo e promove o contato de alunos com educação ambiental

ONG Cidades Sem Fome, que atua principalmente na Zona Leste, quer levar o projeto para outros cantos do Brasil

ONG Cidades Sem Fome, que atua principalmente na Zona Leste, quer levar o projeto para outros cantos do Brasil.

Enriquecer a alimentação de alunos das escolas públicas de São Paulo por meio de hortas é o principal desafio da Organização Cidades Sem Fome. O idealizador do projeto é o administrador Hans Dieter Temp, que encontrou na iniciativa uma maneira de colaborar para o desenvolvimento dos jovens dentro do ambiente escolar. A princípio, a ideia surgiu para resolver o problema da grande extensão de terra nas escolas. Esses espaços são vistos pelos administradores das instituições como um problema, pois acabam ficando “abandonados”, acarretando no acúmulo de lixo, o que pode gerar danos na saúde dos próprios estudantes.

De acordo com Hans, ao ir conhecendo a realidades dessas escolas, foi possível perceber que a presença do projeto ia muito além da questão educacional, sendo que a questão alimentar das crianças também passou a ser enxergada como fator de extrema importância. “Muitas famílias mandam os filhos à escola porque sabem que lá são oferecidas uma ou duas refeições no dia, e, que muitas vezes, são as únicas opções que elas têm”. Entretanto, com o aumento dos preços dos alimentos e da quantidade de alunos matriculados nas escolas públicas — gerando o aumento da demanda por alimentos — a qualidade da merenda escolar caiu.

O projeto já contribuiu para a construção de 38 hortas em escolas públicas, a maioria localizada na Zona Leste de São Paulo, mas existem algumas no interior do estado e outras no Paraná. A iniciativa também conta com uma unidade em Berlim, que funciona para captar recursos para os trabalhos no Brasil. A organização também aceita doações de qualquer valor em conta bancária brasileira, acesse o site do projeto e obtenhas as informações .

Com a chegada do projeto Hortas nas Escolas, a alimentação saudável começou a ser estimulada dentro dessas instituições. Um exemplo é a Escola Estadual Maria da Conceição, localizada em Itaquera, São Paulo. A diretora Eliane Ribeiro da Silva fala com muita alegria sobre a experiência de ter uma horta dentro do ambiente escolar. “Os alunos começaram a plantar, colher e levar para casa o que plantavam. Com isso, eles passaram a trabalhar melhor em equipe, a dar mais valor à natureza, entender o significado real da terra e, mais do que isso, passaram a se alimentar melhor”, diz.

Dentre todos os pontos positivos que a iniciativa trouxe para dentro da escola, vale ressaltar uma ideia interessante que partiu dos gestores: com a chegada da horta na escola, a diretora, com o apoio de professoras envolvidas com o projeto, criou o Hortifrutodário, que funciona como um método de ensino dentro do ambiente de plantação. Lá, as crianças aprendem a ler e escrever, a partir de seu contato com os legumes e as verduras. “A ideia surgiu para que nós pudéssemos trabalhar os nomes de verduras, frutas e legumes, fazendo com que as crianças melhorassem o aprendizado. Muitos alunos não eram alfabetizados, então, nós passamos a utilizar esse formato educacional. Unimos essas duas grandes oportunidades e deu muito certo”, explica Eliane.

Além de Eliane e de outros atores envolvidos, duas professoras colaboram ativamente para estimular os alunos dentro das hortas: as professoras Iara Domingues Moreira e Ana Judite da Cruz, que dão aula para o primeiro ano. “A ONG Cidades Sem Fome com certeza trouxe outra vida para a nossa escola. Eles entraram com o maquinário, trabalharam a terra, trouxeram o adubo para ser mostrado para as crianças”, diz Iara. Já a surpresa por parte dos alunos com a chegada da horta não é esquecida pela professora Ana: “Eles pensaram que era uma brincadeira, mas ao perceber do que se tratava, ficaram muito felizes. O Hans nos orientou como plantar e nos ensinou a fazer as mudinhas das plantas. Mas o mais interessante nesse projeto é o fato de estarmos conseguindo trabalhar a produção de texto na sala de aula, tendo como base o que vemos na horta”, finaliza.


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