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Os campeonatos que acontecem em todo o mundo estimulam o aprendizado dos jovens e reconhecem projetos brasileiros na área de tecnologia e inovação

Na imagem, diversos jovens brasileiros posam para foto durante campeonato de robótica. Eles estão com os braços levantados e seguram uma bandeira do Brasil e outra do SESI São Paulo.

Para alcançar transformação social a partir da ciência e da tecnologia é preciso criar mais do que apenas robôs. Essa é a visão compartilhada pela FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology), uma fundação internacional sem fins lucrativos, que desenvolve as maiores competições de robótica educacional do mundo. Cerca de 70 mil pessoas se reúnem para celebrar as inovações produzidas por jovens de todas as idades.

Com o objetivo de inspirar a juventude a seguir carreiras nas áreas da ciência, tecnologia, matemática e engenharia, a FIRST criou torneios com desafios globais lançados anualmente, e divididos entre cate gorias para cada nível do ensino básico. Dentre os 1400 times classificados para participar do First Championship 2019, dez equipes representaram o Brasil no mundial e seis delas conquistaram prêmios importantes no cenário da robótica.

No Brasil, duas instituições são responsáveis por apresentar essa especialização para estudantes de escolas públicas e particulares: O Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Dentre as dez equipes classificadas no campeonato, oito são vinculadas às instituições e trabalham a robótica no contraturno escolar.

“É gratificante saber que estamos trabalhando com pessoas que querem fazer a diferença no mundo. Nas competições, vejo o quanto o Brasil é respeitado. Vejo a robótica e esses jovens como protagonistas da nossa história”, diz Dennis Santana, professor de robótica do Sesi Americana (SP) e mentor da  Red Rabbit, primeira equipe brasileira a ganhar , em 2018, o campeonato World Festival da FIRST.

Equipes brasileiras posam para foto em um ginásio. Ao centro, está a bandeira do First Championship 2019.

Profissionalismo e valores

Não basta apenas apresentar um bom conhecimento técnico sobre robôs, para se inscrever e competir na FIRST os times têm que se adequar aos valores da organização. A ideia é trabalhar para transmitir conhecimento e aproximar a tecnologia de comunidades sem acesso à educação, a fim de criar possibilidades de contato, garantir qualidade de vida e direitos básicos.

Além disso, o que a FIRST chama de gracious professionalism – profissionalismo gracioso em tradução livre- representa a cordialidade, o respeito mútuo entre as equipes e o compromisso de oferecer auxílio umas as outras. Enquanto se preparam para a temporada que começa na primeira semana de janeiro e vai até o final de abril, os estudantes também se envolvem em projetos sociais, voluntários e mentorias em outras categorias e competições.

“Tudo o que desenvolvemos gira em torno dos valores da FIRST, mas nem todos os nossos projetos estão ligados à competição: vamos a hospitais, escolas públicas, levamos kits de robótica para os lugares que visitamos. Principalmente depois da temporada, pensamos em novos usos para o que produzimos”, conta Aline Zarpelão (16), estudante da escola particular Marista Pio XII em Novo Hamburgo (RS) e líder da equipe Under Control.

O prêmio mais prestigiado da competição, o Charms Award, reconhece a equipe modelo mais engajada com valores como espírito empreendedor, envolvimento dos projetos com a comunidade e o trabalho colaborativo.

Mais do que robôs

Para além das colocações e títulos, o que mais chama atenção na trajetória destes jovens é a maneira como passam a enxergar as oportunidades de aprendizado. Os próprios princípios da competição estimulam conhecimentos que ultrapassam os códigos e mesclam habilidades interdisciplinares.

“A maioria das pessoas que entram em contato com a robótica percebem que ela é muito mais do que apenas robôs”, conta Luigi Kühnrich (13), integrante da equipe Red Rabbit. “Aprendemos a trabalhar em equipe, a gerenciar nosso tempo, a encontrar métodos diversificados de pesquisas e a resolver os problemas de cada temporada”, afirma.

Estudante no SESI Americana, no interior de São Paulo, Luigi passou a integrar a equipe em 2017, no torneio de FLL (First Lego League), especialmente dedicada ao Ensino Fundamental. Depois da vitória na categoria em 2018, este ano o time voltou a disputar e ficou em primeiro colocado no Prêmio Design do Robô.

“A robótica se tornou o meu estilo de vida, pois consigo colocar em prática todos os valores que o torneio me passa. Meu desempenho na escola melhorou, hoje sei que quero ser engenheiro e é uma honra ajudar a mostrar para o mundo que o Brasil também pode ser o país da robótica!”, conclui Luigi.

Jovens brasileiros são destaques em robótica educacional
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