Saltar para o menu de navegação
Saltar para o menu de acessibilidade
Saltar para os conteúdos
Saltar para o rodapé

Nos capítulos centrais da pesquisa Juventude Conectada estão descritos os vetores e eixos da pesquisa, além dos perfis de navegação dos jovens brasileiros. E é nessa parte central que encontramos também as variáveis que estruturam toda a pesquisa.
Classe econômica e gênero
A classificação socioeconômica não foi avaliada apenas como uma questão financeira, ligada à acesso e tecnologia, mas sim um conjunto de desigualdades culturais, históricas, sociais, educacionais, além de diferenças regionais e de infraestrutura.
Nem sempre a classe econômica é um fator importante. Muitas vezes a questão cultural e educacional precede a questão financeira e se transforma em variável mais importante quando se fala em comércio eletrônico, pagamento de contas online e serviços online.

Segundo a pesquisa, garotas e garotos tem o mesmo nível de engajamento em atividades de comunicação digital contrariando pesquisas anteriores, e uma das prováveis razões para tal é que a Juventude Conectada buscou estudar práticas digitais assíncronas (sem sincronia de tempo, como fóruns e mensagens de texto).
Interessante observar, portanto, que o conjunto de dados apurados nesta pesquisa tende a revelar novas facetas do jovem internauta do sexo masculino, que chega a superar as jovens em terrenos antes reconhecidamente dominados por elas, como os do relacionamento social e o das compras.
Faixa etária
Essa pesquisa foi feita com jovens até 18 anos por ser um ponto de transição social: abrir e gerir contas bancárias e cartões de crédito, dirigir e além de permissão para outras coisas.
Não há variações estatísticas tão intensas em relação a faixa etária, a não ser em fóruns, onde o predomínio geral é de jovens mais próximos aos 18 anos.
Nível de escolaridade
O ambiente escolar mostrou-se decisivo em relação ao acesso e à frequência do uso de redes sociais, e-mail e outras ferramentas de comunicação e games.
Por preferirem formas de comunicação mais ágeis, o texto dos jovens é cada vez mais breve e menos gramatical, contribuindo para a superficialização das ideias, mensagens e até expressão das próprias emoções. Sendo assim, a pesquisa confirma a tendência postada por outras sobre o declínio do e-mail como ferramenta prioritária de comunicação.
Na questão da diversão o estudo mostra que a escolaridade é decisiva “na capacidade de apreensão e desfrute das possibilidades oferecidas no e pelo mundo digital.” com exceção dos games, que são mais utilizados pelos mais jovens, sobretudo, pré-universitários.
Como ferramenta educacional, os jovens de ensino superior utilizam mais a internet do que os jovens do ensino médio. A mesma tendência é observada na realização de cursos online, na busca pelos mesmos e também na adesão ao comércio online.
Nível de ocupação
Escola e internet são assuntos que começam a se interligar cada vez menos pela proibição e mais pelo desenvolvimento de novas utilizações pedagógicas. Mas nem sempre são utilizadas só para isso, a dimensão extraescolares por meio de redes sociais.
Professores e diretores são uma grande referência nas redes sociais, suas postagens e posicionamentos são valorizados e o fato de tirarem dúvidas online é tido pelos estudantes como uma boa prática. Porém há uma clara divisão entre escolas públicas e particulares. Enquanto nas escolas particulares os jovens aproveitam melhor as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e citam mais os professores como elementos disponíveis nas redes, jovens da classe C e D geralmente associam a escola à diversão, mesmo com a proibição de utilização do celular, e também à formação para o mercado de trabalho em contraposição aos jovens de classe A e B, que enxergam a escola como um lugar de formação da cidadania.
Regional: infraestrutura e aspectos socioculturais
A comparação entre regiões trouxe o Nordeste como campeão em acesso às redes sociais, cerca de 66% desses jovens acessa ao menos uma das suas contas mais de uma vez ao dia.

Pilares da Pesquisa
#comportamento

O resultado da pesquisa mostra uma juventude diversa e de comportamentos variados que advém das categorias mediadoras: gênero, classe socioeconômica, nível de escolaridade, aspectos socioeconômicos e culturais da regionalização, graus de urbanização e metropolização entre outros.
Entre os temas mais pesquisados estão também os temas que mais produzem geração de conteúdo: Música, Cinema e/ou Vídeos e Esportes. Ainda no tema de assuntos mais pesquisados e compartilhados, a religião está à frente da política e assuntos como: decoração, política, culinária e dança são os menos atraentes para os jovens conectados.
Conectividade gera afetividade
Não há um consenso entre os jovens brasileiros acerca da afetividade pela internet. Apesar de a internet vencer as grandes distâncias das cidades, ela não garante contatos afetivos e a sociabilidade necessária, sendo considerada por muitos como superficiais, passageiros e inconstantes, porém, cabe ressaltar que a internet facilita contatos e a expansão do ciclo social de relacionamentos.
Os relacionamentos familiares acontecem entre várias gerações, isso costuma trazer alguns atritos que vão desde a inibição da publicação de certos conteúdos até a publicação de fotos de certos momentos “embaraçosos” para os jovens e o fim das “amizades” com parentes.
Privacidade e segurança de navegação
Cerca de 47% dos pesquisados concordam totalmente ou quase totalmente que é preciso se preocupar com a privacidade e segurança de dados na internet, sendo que grande parte desse percentual vem do Nordeste (63%). O risco de exposição da intimidade foi colocado em uma pergunta separada e revelou que as jovens são as mais preocupadas com o fato.
A Safernet, ONG que monitora crimes e violações de direitos humanos na internet, a maior parte, 77,14%, das vítimas de intimidade exposta indevidamente na internet são mulheres, e na maioria dos casos jovens de 13 a 15 anos.
Já em relação aos dados bancários a segurança é um fator chave para a maior parte dos entrevistados.
A prática de bullying
45% pesquisados crê que a internet facilita o bullying, porém se comparamos geograficamente é possível ver que os jovens do Nordeste são os que mais concordam com essa afirmação 48%, seguidos pelos jovens do Centro-Oeste 43% e em último lugar os jovens da região Sul,  onde apenas 23% concordam com a afirmação.
Porém, é possível salientar que a velocidade com que as informações se espalham na internet, sejam verdadeiras ou falsas, potencializam os danos pessoais e dão a falsa sensação de impunidade.
#educação



O panorama da educação brasileira infelizmente está estagnado, é o que aponta o relatório global de tecnologia da informação do Fórum Econômico Mundial e um dos fatores que contribuem para a situação é a qualidade do sistema educacional.
Apesar de um grande problema do Brasil encontrar-se nas escolas, há avanços em infraestrutura, principalmente no acesso à internet. Para que de fato haja superação na questão da educação é necessário o investimento em tecnologias da informação também.
Escola x internet: tensão crescente e desafios emergentes
Apesar de ser uma facilitadora dos estudos, a internet é também apontada pelos pesquisados como uma grande fonte de dispersão.
O “endeusamento” dos buscadores
Os buscadores adquiriram o status de fonte prioritária para pesquisas de conhecimento para estudantes, cerca de 59% deles deixou pra trás meios tradicionais como: livros, jornais, revistas e até bibliotecas.
#empreendedorismo

Recentemente muitos jovens pensam no empreendedorismo como forma de trabalho para suas vidas. O Data Popular calcula que há cerca de 1,5 milhão de jovens entre 16 e 24 anos que tem um negócio próprio e 22 milhões que desejam tê-lo, sendo a maioria, 50,5%, de mulheres.

Porém, quando o assunto é internet, apesar da confiança do jovem no papel de acelerar, apoiar e contribuir para projetos inovadores, muitos jovens não pretendem empreender utilizando a internet.

#ativismo

Junho de 2013 foi um mês especial para a política brasileira e para os jovens. Mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas em diversas cidades do país reivindicando melhorias no transporte, na saúde e na educação. Intelectuais e acadêmicos vem trabalhando para explicar o grande fenômeno que segundo Mônica Machado, da UFRJ, “Reproduzem a dinâmica em que estão imersos nas redes sociais”.
Muitos jovens acreditam que a internet foi responsável por isso, aumentando a participação de pessoas nas manifestações, cerca de 52% concordam total ou quase totalmente com afirmativa contra apenas 3% que acreditam no contrário.
Os jovens nas recentes mobilizações sociais
41% dos jovens disseram ter participado das manifestações motivados pelos amigos, isso mostra a forte conexão do jovem brasileiro com sua rede de compartilhamento, tanto física quanto digital. Professores também foram citados como fonte de influência, sobretudo na fase dos grupos focais.
Os três capítulos centrais da pesquisa Juventude Conectada ainda trazem muitos outros dados em gráficos e tabelas, você tem acesso à pesquisa completa aqui e verá a conclusão dessa série de matérias sobre a pesquisa nos próximos dias.

Juventude Conectada: comportamento, educação e outros indicadores
Juventude Conectada: comportamento, educação e outros indicadores