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06.04.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Laboratório de criatividade: conheça o Fab Lab da Cidade Tiradentes (SP)

Conheça o Fab Lab da Cidade Tiradentes, o primeiro laboratório público de tecnologia e criatividade de São Paulo

Laboratório introduz cultura maker a regiões periféricas da cidade, trazendo inovação e perspectivas

Primeiro Fab Lab público de São Paulo introduz cultura maker às regiões periféricas.

O distrito Cidade Tiradentes, localizado na Zona Leste de São Paulo, é um bairro jovem tanto em formação como em idade populacional. Com um número de habitantes estimado em 220 mil, o bairro de 32 anos concentra uma população ávida por tecnologia e também por reivindicar políticas públicas que melhorem a região. Graças à participação popular, o bairro foi o primeiro da cidade a receber um Telecentro, centro gratuito de informática. Neste polo de agitação política e interesse digital, inaugurou-se o primeiro Fab Lab Livre SP público do Brasil.

É com muito orgulho que João Armindo fala sobre a iniciativa, que funciona dentro do Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Morador do bairro e líder de comunidade, ele sempre atuou para que as políticas públicas do local estivessem atadas à inovação tecnológica, acreditando na sua capacidade de diminuir abismos sociais e oferecer perspectivas à juventude. “O trabalho para o jovem da periferia é muitas vezes preconceituoso, o inserindo em um mercado que abaixa sua autoestima. A tecnologia pode trazer para a população outras escolhas”.

O Centro Cultural Garagem Fab Lab foi escolhido por estar no coração do bairro e ter um fluxo de crianças que sempre participam de atividades nas bibliotecas e centros de informática. A implantação do sistema ficou sob os cuidados do Instituto de Tecnologia Social – ITS BRASIL.

Luiz Otávio de Alencar, responsável pela rede dos Fab Lab em São Paulo – 12, no total – tinha em mente que os Fab Lab públicos e gratuitos deveriam ser espaços de convergência com a comunidade, estruturado de maneira diferente de outros modelos. “O acadêmico é usado pelos alunos e professores, com objetivo restrito. No privado, o usuário paga pela hora de uso. É uma pessoa que tem conhecimento prévio e precisa apenas utilizar o espaço.”

A concepção de um Fab Lab público passa pelas particularidades de atender uma população que não tem contato prévio com a cultura maker ou com a fabricação digital. “Temos de ter um viés mais educacional”, explica Isaac Loureiro, líder do laboratório.

O espaço trabalha com iniciação à tecnologia e uma agenda de oficinas ligadas à criação. No salão principal, ficam localizados os computadores para acesso a softwares livres como o FreeCAD ou Scratch. Há também impressoras 3D, que utilizam o princípio da cola quente para criar maquetes ou objetos. Em uma sala menor, ficam os maquinários de impressão, próprios para montar peças variadas (de skates a tampas de mesas).

Isaac vê no laboratório um espaço de aprendizado onde as hierarquias estão diluídas, pois tanto o oficineiro quanto quem faz a oficina pode aprender. “Não começamos uma aula dizendo ‘vamos fazer uma cadeira’. Perguntamos o que o aluno quer fazer, e, por exemplo, se for um skate, vamos entender juntos como construí-lo”. Ele também comenta a riqueza de conhecimento que os autodidatas do bairro trazem, como marceneiros não de formação, mas de mão na massa, que sabem exatamente o que é preciso para produzir uma peça de qualidade.

Não é utopia pensar que, com seu público jovem, criativo e interessado, Cidade Tiradentes pode se tornar um polo tecnológico da cidade, tendo o Fab Lab como espaço para esse desenvolvimento. Se a curiosidade continuar a brilhar olhos de cada criança que fizer uma oficina ou construir um objeto, no futuro teremos adultos imaginativos e criativos, atuando para transformar sua comunidade através da democracia e da tecnologia. E tudo isso em um bairro que há pouco tempo nem constava no mapa de São Paulo.


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