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07.04.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Modelo de cidadania digital, jogo online apoiado pela UNESCO leva direitos humanos às escolas

Em formato de pergunta-resposta, recurso didático ensina os direitos do cotidiano.

Em formato de pergunta-resposta, recurso didático ensina os direitos do cotidiano.

São muitas as esferas dos direitos humanos presentes no nosso dia a dia. Os direitos à água, ao transporte, à iluminação da rua fazem parte desse conjunto – mas passam, por vezes, despercebidos. O jogo “Diário de Amanhã”, apoiado pela UNESCO e recém-lançado pelo Senac e pela instituição Palas Athenas, chega para ajudar alunos e educadores a se aproximarem do assunto de maneira mais lúdica e didática.

De acordo com a coordenadora da área de tecnologias sociais e desenvolvimento humano do Senac, Regina Paulinelli, a iniciativa foi pensado com o intuito de facilitar o entendimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento-base da legislação, porém bastante denso. A meta é alcançar o maior número de escolas e estudantes com um formato criativo e mais simples, em forma de pergunta-resposta. “As pessoas acreditam que a violação de um direto é uma coisa que acontece em lugares afastados, distantes de nós. A realidade não é essa. O desafio era o de trazer situações mais comuns do cotidiano para dentro da sala de aula”, explica Regina.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é a realização de uma conquista para a história dos direitos humanos. Proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, foi elaborada por representantes de origens jurídicas e culturais distintas. A DUDH, documento mais traduzido do mundo, tem versões em 360 idiomas, defendendo a igualdade entre as pessoas e os direitos individuais do ser humano. A garantia dos direitos humanos é feita por meio da lei, em formato de tratados e leis internacionais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi pensada à época da Segunda Guerra Mundial, para prevenir que outras atrocidades voltassem a acontecer.

A proposta é que, ao iniciar o jogo (desenhado em formato de jornal), o professor faça a divisão da turma em cinco equipes, que escolherá avatares e nomes. Feito isso, um vídeo de apresentação histórica sobre a Declaração dos Direitos Humanos se inicia e surgem perguntas e múltipla escolha para as respostas. A segunda etapa, em forma de manchete de jornais e notícias, apresenta uma sequência de 12 missões. “Usou-se a referência de manchete para chamar a atenção para a violação do direito que está sendo noticiada. Desta forma, os alunos precisam impedir que determinada situação de violação ocorra”, explica a coordenadora.

Até a terceira semana de março, o jogo já contava com 769 acessos, dividido entre todas as regiões do Brasil – e também já aplicado em Portugal. Com acesso gratuito e ilimitado, os educadores preenchem um cadastro simples e podem jogar offline. De acordo com Regina, unir as duas formas é uma maneira de facilitar o acesso de pessoas que residem em locais afastados, com menos conexão. “Nós esperamos que o jogo seja compartilhado, com o intuito de alcançar outros territórios, levando o debate e a reflexão sobre os direitos humanos”, diz.

O professor Ricardo Roitburd, do Senac Bertioga (Litoral de São Paulo), já é um entusiasta da plataforma: garante que o “Diário do Amanhã” tem mudado a rotina e o aprendizado dos alunos. “O retorno tem sido positivo e de criar expectativa para aulas futuras no mesmo formato”, assegura.

Roitburd leciona para cerca de 40 alunos com idade entre 14 e 49 anos, nos cursos de organização de eventos, auxiliar administrativo e monitor ambiental. Ele explica que durante suas aulas procura mostrar o jogo como uma forma de discutir os direitos humanos. “Não faço nenhuma explicação prévia, uso o jogo como um ativador dos debates. Depois discuto sobre os problemas da comunidade e a influência dos direitos humanos na vida dos alunos”.

“As situações apresentadas, potencialmente reais que conectam a realidade do aluno com a sala de aula, abrem um canal de comunicação amplo, em que o professor pode abordar temas sensíveis como bullying, preconceito, abuso, entre outros”, conclui Roitburd.


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