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27.01.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Modelos globais de gestão pública mostram a importância da inovação dentro e fora da escola

Conheça iniciativas que propõem ambientes educativos ainda mais criativos.

Em setembro de 2015, o Ministério da Educação (MEC) empreendeu a tarefa de mapear projetos educativos inovadores em território nacional. As 178 instituições, selecionadas entre 682 inscritas, possuem iniciativas como gestão criativa, transdisciplinaridade, protagonismo estudantil e atuação da escola dentro da comunidade onde está inserida. Identificando pioneiros em metodologia, o poder público cria referências para sua própria atuação e exemplos que podem ser seguidos por outras escolas.

Para que ambientes educacionais inovadores floresçam, não basta somente que a escola pense no futuro. Os sistemas ao seu redor têm de ser favoráveis e quem os constrói deve lutar para se distanciar de mais de 300 anos de metodologia estratificada. “O modelo educacional vigente não atende mais as demandas da sociedade, muito menos o perfil dos alunos. Além de currículos tradicionais, o estudante deve desenvolver o pensamento crítico, a criatividade, resolver problemas, trabalhar com o outro e transitar pela diversidade”, declara Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare.

Ações de mapeamento como a do MEC são fundamentais, a fim de modelar aquilo que ainda não existe. À gestão pública, cabe o papel de olhar para esses pontos inovadores e apoiá-los. E as referências, aponta Anna, não devem ser apenas nacionais, pois, se esse é o momento de imaginar, nada melhor do que absorver iniciativas de países melhores colocados no Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (PISA) e com ganas de mudar os modelos vigentes.

A comunidade norte-americana iZone é um dos exemplos mais citados quando se fala da simbiose entre gestão pública, privada e escola. O distrito, situado em Nova York, foi o primeiro do país a combinar o potencial dos colégios, a expertise de empresas tecnológicas e a mediação e facilitação por parte da prefeitura. Mais de 300 escolas renovaram sua grade curricular para personalizar o aprendizado. “É interessante a mistura de inteligências e saberes de quem está na escola e de pessoas fora dela. Foi isso que o iZone fez, chamando startups e ONGs, as escolas desenharam soluções para inovar seus ambientes”, explica Anna.

A gestão pública também precisa se comprometer com a formação dos professores. “O educador hoje é formado para transmitir, não para inovar ou criar”, continua a diretora. É preciso preparar esse educador para que possa mixar suas referências aos problemas particulares de onde atua e então criar soluções pedagógicas adequadas. Atividades, oficinas de formação e redes de partilha são algumas das ações que o poder público pode oferecer para encorajar a inovação.

Um dos entraves para a inovação escolar são as instâncias e os protocolos exigidos para retirar as ideias do papel e torná-las palpáveis. Anna acredita numa abordagem de convergência para vencer as burocracias: se não é possível ir contra, elas devem ser transformadas. Uma das saídas, aponta, é uma Base Nacional Comum, que redefina o que precisa ser aprendido na escola e ofereça diretrizes do que pode vir a ser uma lei inovadora. Se a base e a burocracia estiverem alinhadas, uma colaborará com a outra.

“Quando falamos de educação fora da caixa, também estamos dizendo fora da caixa que é o prédio escolar. Criamos melhor com o outro. Parando de pensar que estou inovando somente para minha escola ou minha sala de aula, você vai cria uma rede que ajuda a descartar a ideia de que não é possível uma escola diferente”, ressalta Anna Penido. Identificando e apoiando quem inova, os poderes públicos podem, então, tecer as redes que se espalham e compartilham ideias inovadoras, mudando não só como a escola é, mas como a sociedade pensa a escola.


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