Conheça a pesquisa "CURRÍCULOS DE COMPUTAÇÃO: Levantamento e Recomendações"

Notícias

18.11.2015
Tempo de leitura: 4 minutos

No projeto Essa é Minha Vez!, meninas destacam a força do protagonismo juvenil no país

Representantes do Maranhão, Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Sul e Brasília promovem o debate em busca de um futuro mais igualitário.

A jovem Irlane Félix nasceu em Codó, no Maranhão. Já Luíza Xavier é da capital do Rio de Janeiro. Quando entregaram a Declaração das Meninas do Brasil, por elas redigida, durante a Assembleia Geral da ONU em setembro deste ano, elas eram muito mais do que duas. Suas vozes representavam uma legião de jovens do país que atua social e politicamente para a manutenção de um presente igualitário e democrático, em busca de um futuro que possa ser cheio de possibilidades.

Estavam, com razão, emocionadas. As duas jovens são as representantes eleitas do projeto Essa é Minha Vez!, realizado pela PLAN International, organização não-governamental que atua no desenvolvimento de crianças e adolescentes. O projeto This is My Moment (Essa é Minha Vez!) nasceu da necessidade de aumentar a representatividade de jovens do Brasil, Paquistão, Quênia e Filipinas, dentro dos novos acordos globais definidos pelas Nações Unidas. Essa agenda, conhecida como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tem como desafios estruturar internacionalmente os esforços em prol da erradicação da pobreza, da igualdade de gênero e de outros pontos de ordem econômica, social e ambiental.

Pela primeira vez em setenta anos a Cúpula das Nações Unidas abriu suas portas para os jovens. Foram quase 200 participantes de diversos países. A presença de Irlane e Luíza é um indicativo da preocupação do Brasil em auxiliar na consolidação e cumprimento dessas metas, como também uma amostra da força do protagonismo juvenil. “Pensar protagonismo juvenil é, primeiramente, não pensar nem falar pelos jovens”, conta Ana Nery Lima, assistente técnica do projeto Essa é Minha Vez!. “O nosso papel é ouvir e proporcionar novos espaços para que os jovens não estejam no lugar de ouvintes, de plateia, e sim como protagonistas do processo de pensar”, afirma.

A voz e a vez das meninas brasileiras

O processo de seleção das garotas que escreveram a Declaração das Meninas do Brasil foi feito em cinco estados, que representam suas respectivas regiões: Maranhão, Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Sul e Brasília. Em cada um deles, aconteceu uma oficina com oito jovens e, na metodologia da PLAN, era de suma importância ouvir delas como enxergam suas comunidades e as peculiaridades de onde vivem.

As meninas votaram entre si para eleger duas representantes de cada estado. As selecionadas se reuniram em um encontro em Brasília, onde foram separadas em grupos para escrever a Declaração, com enfoque maior na questão de gênero, um denominador comum na luta das participantes. Entre elas, Irlane e Luíza foram as escolhidas para entregar a Declaração na Cúpula das Nações Unidas, em Nova Iorque.

A experiência as transformou profundamente. “Foi marcante quando elas encontraram as meninas de outros países e perceberam que a maioria dos problemas que enfrentam é compartilhado, como a dificuldade de acesso à educação e a desigualdade de gênero. Todas ficaram surpresas ao descobrir: o que elas passam por aqui não é único.”

Desde que retornaram ao país, tanto Irlane quanto Luíza tem sido protagonistas na luta pela promoção da agenda de igualdade de gênero. Luíza foi convidada pelo Centro de Promoção de Saúde (CEDAPS) para dar palestras e presidir uma mesa para 60 lideranças de comunidades locais do Rio de Janeiro. Já Irlane participa ativamente de audiências públicas em Codó, incentivando o envolvimento das meninas dentro da pauta sobre o debate de gênero.

“Existe uma questão clichê, de que o jovem é o futuro. Sim, os jovens e as crianças são o futuro, mas também são o presente. Não podemos pensar que eles não possuem respostas para o agora. A partir da forma como enxergam o mundo, protagonizam soluções para o que os afeta”, finaliza Ana. Tal reflexão ecoa uma ideia do educador Braz Nogueira: “A criança é um ser competente” ­– e totalmente capaz de mudar o seu entorno e a situação atual de seu país.


Outras Notícias

Autoavaliação é ponto de partida do professor do século XXI

24/10/2025

Autoavaliação é ponto de partida do professor do século XXI

Ferramentas online ajudam professores a identificar seu nível de maturidade digital e trilhar formações alinhadas à BNCC Computação e às novas diretrizes do CNE

Tecnologia e inclusão abrem caminhos para a diversidade

03/10/2025

Tecnologia e inclusão abrem caminhos para a diversidade

Com programas afirmativos e novas políticas, empresas como a Vivo e coletivos impulsionam a presença de mulheres, pessoas negras e LGBTQIAPN+ no setor de TI

EPT: educação que prepara jovens para o mundo do trabalho, reduz evasão e promove inclusão

25/09/2025

EPT: educação que prepara jovens para o mundo do trabalho, reduz evasão e promove inclusão

Modalidade conecta escola e realidade profissional, mostrando que é possível construir uma trajetória de futuro com mais oportunidades

Pesquisa inédita apresenta caminhos para a implementação da BNCC Computação

19/09/2025

Pesquisa inédita apresenta caminhos para a implementação da BNCC Computação

Estudo revela que apenas 15% dos estados têm a Computação como componente obrigatório nos currículos e apresenta referências internacionais com recomendações para o Brasil

Novos cursos da plataforma Escolas Conectadas fortalecem competências digitais de educadores

16/09/2025

Novos cursos da plataforma Escolas Conectadas fortalecem competências digitais de educadores

Durante webinário promovido pela Fundação Telefônica Vivo, foram lançadas quatro novas formações gratuitas para professores, alinhadas à BNCC Computação

Tecnologia e matemática na educação são destaques no 9º Congresso da Jeduca

01/09/2025

Tecnologia e matemática na educação são destaques no 9º Congresso da Jeduca

Evento reuniu especialistas para debater IA, redes sociais e novas formas de ensinar matemática no Brasil