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O Nordeste é a região que mais explora a mão de obra infantil no país. A pobreza de boa parte de seus moradores empurra os menores para o trabalho. Em Pernambuco, por exemplo, 270 mil crianças e adolescentes são explorados em diversas atividades econômicas, em vez de se dedicarem aos estudos. Em metade da região metropolitana do Recife, a média de trabalho é de 39 horas por semana, segundo o IBGE.

Para ajudar no sustento de suas famílias, crianças do interior de Pernambuco deixam de estudar para se dedicar à colheita de mariscos. A comunidade Ilha de Deus, bairro pobre da zona sul do Recife, reflete bem essa realidade. Lá, meninos e meninas catam frutos do mar, debaixo de sol forte, para sobreviver.

A colheita é realizada durante horas em período de maré baixa, mas rende pouco às famílias. O quilo do marisco é vendido de R$ 3 a R$ 5, no máximo, com renda exclusiva para as famílias. Por isso, todos, dos mais velhos aos mais novos, sem exceção, precisam ajudar.

O trabalho duro, no entanto, coloca em risco a saúde das crianças, pois a casca do sururu (nome nordestino para este tipo de marisco) é muito fina e cortante, podendo perfurar a pele.

A colheita de mariscos é comum na região que sofre com a falta de emprego. Cercada de mar, os mariscos servem de alimento e como forma de gerar renda. Situações como essa mantém o Nordeste como região com uso de mão de obra infantil.

 

Nordeste é região que mais explora o trabalho infantil
Nordeste é região que mais explora o trabalho infantil