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13.10.2020
Tempo de leitura: 4 minutos

O que é o Ideb e quais os estados que mais se destacaram em 2019

Entenda como é feito o cálculo do IDEB e confira os resultados de 2019 do principal índice de avaliação da Educação Básica do Brasil

Imagem mostra uma jovem sentada em uma carteira na sala de aula. Ela está escrevendo em um caderno e há um livro aberto na sua frente. Ao fundo se vê uma imagem mais desfocada outros jovens sentados.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é o principal termômetro de qualidade do ensino brasileiro. Formulado, em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC, ele mede a qualidade do aprendizado nacional e estabelece metas para a melhoria do ensino.

Como é feito o calculo do IDEB?

O  cálculo é feito a partir de dois aspectos: a taxa de aprovação escolar, obtida a partir do Censo Escolar, e a média de desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Esta prova testa o conhecimento dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática. O Ideb é medido ao final de três ciclos da Educação Básica, analisando os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental (do 1º ao 9º ano), e ao final do Ensino Médio.

A cada dois anos, o MEC estabelece metas intermediárias para atingir o objetivo final, que consiste em alcançar 6 pontos até 2021 (em uma escala que vai de zero a dez), tanto em escolas públicas quanto particulares. O intuito é atingir o mesmo nível de qualidade educacional médio dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

As metas estabelecidas pelo Índice são diferentes para cada estado, escola e rede de ensino. Elas são feitas conforme as expectativas que o Inep tem de cada região, levando em consideração as suas especificidades.

Em setembro deste ano, o MEC divulgou os resultados do Ideb 2019. Veja a seguir, quais foram os principais destaques e quais conclusões sobre a evolução da Educação Básica brasileira.

O Ideb de 2019 
Na edição de 2019, divulgada neste ano, o Brasil bateu a meta para os anos iniciais do Ensino Fundamental. No entanto, entre o 5º e 9º ano desse círculo e no Ensino Médio os alunos não atingiram o mínimo proposto. Os dados mostram que o nível de qualidade do Ensino Médio brasileiro continua abaixo do esperado pelo Ministério da Educação.

Embora não tenha alcançado a meta prevista, o Brasil teve o maior avanço na série histórica do Ensino Médio, já que desde 2005 estava estagnado nessa etapa.

Segundo Caio Sato, coordenador do núcleo de inteligência do Todos Pela Educação, o Ideb do ano passado apresentou três perspectivas diferentes. “A primeira é uma perspectiva otimista dos anos iniciais do Ensino Fundamental, por conta da confirmação da trajetória ascedente que vinha acontecendo nos últimos anos. A segunda é uma perspectiva de alerta para os anos finais do Ensino Fundamental, que tem avançado aquém do esperado. E a terceira é que o Ensino Médio, foi uma etapa de grande novidade, pois houve um crescimento razoável, mas ainda é a etapa que mais deixa a desejar”, analisa.

De forma geral, os avanços que ocorreram no Ideb 2019 foram impulsionados pela rede pública de ensino, que passou de 3,5 para 3,9 – um aumento de 0,4 ponto – , enquanto na rede privada, a nota passou de 5,8 para 6 – um acréscimo de 0,2.

“A rede privada, no âmbito nacional, não cumpriu com a média esperada em nenhuma das etapas. E a rede pública, em várias etapas, conseguiu cumprir”, acrescenta Caio. Ele lembra ainda que a rede pública tem o maior número de estudantes brasileiros, e que qualquer movimentação nesta rede tem um impacto significativo na média nacional.

Infográfico mostrando a evolução do Ideb em 2019 nos Anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), nos Anos finais do Ensino Fundamental (5º ao 9º ano) e no Ensino Médio

Diferenças regionais 

É possível identificar diferenças no desenvolvimento educacional entre as regiões do país. Goiás, por exemplo, foi o único estado a alcançar a meta de qualidade do Ideb no Ensino Médio, enquanto que o Ceará apresentou o melhor desempenho nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos quais a rede municipal tem maior participação. Veja abaixo mais detalhes sobre o desempenho dos estados.

Infográfico mostrando um panorama geral do Ideb com as seguintes informações: Nos anos iniciais do Ensino Fundamental - 21 estados atingiram ou superaram a meta - 6 ficaram abaixo da meta Nos anos finais do Ensino Fundamental - 7 atingiram ou superaram a meta: - 20 ficaram abaixo da meta. No Ensino Médio - Apenas o Estado de Goiás atingiu a meta. - Os outros 26 ficaram abaixo da meta.
Infográfico mostrando os estados e índices que se destacaram no Ideb com as seguintes informações: Goiás - foi o único estado a bater a meta estabelecida para o Ensino Médio. Também foi o e estado com maior Ideb no Ensino Médio na rede pública (4,7). Ceará – teve a maior evolução histórica do Ideb nos anos iniciais do Ensino Fundamental, passando de 2,8 para 6,3 entre 2005 e 2019. O estado tem ainda o maior Ideb nos anos finais do Ensino Fundamental na rede pública (5,7). Espírito Santo – Apesar de não ter alcançado a meta, o estado, ao lado de Goiás, alcançou as maiores médias do país para o Ensino Médio. Na rede pública, o Ideb foi de 4,6 o equivalente a 98% da meta, que era de 4,7. Na evolução total, em todo o estado (rede pública e privada) o Ideb alcançou nota 4,8. Piauí - Teresina é a capital com o melhor resultado da educação pública do Ensino Fundamental do país. A cidade atingiu a nota de 7,4 – nos anos iniciais – e 6,3 nos anos finais do Ensino Fundamental. Alagoas - Ao lado do Ceará, se destaca com um dos maiores avanços em relação aos anos iniciais do Ensino Fundamental (rede pública e privada). Passando do patamar de 2,5, em 2005, para um índice de 5,9 no ano passado. São Paulo - Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, avaliando somente a rede pública, o estado apresentou o melhor resultado do país, com Ideb de 6,5.
Infográfico mostrando os pontos de convergência nas regiões que mais se destacaram em 2019: - Continuidade de políticas educacionais; - Gestão multifocada em resultados de aprendizagem; - Ampliação do ensino integral; - Investimento em infraestrutura; - Currículos que desenvolvem o lado emocional dos estudantes.

Caio Sato ainda lembra que os destaques “são regiões em que o Estado, centralizado na figura das Secretaria Estaduais de Educação, tiveram protagonismo em apoiar os municípios também. Este é o caso, por exemplo, do Ceará, que virou um forte tutor na qualidade da educação dos municípios”, finaliza.


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