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Levantamento realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) mostra que apenas 16% das crianças e adolescentes das classes D e E são de fato incluídas digitais.

#NovoEnsinoMédio#TecnologiaDigital

Imagem mostram adolescentes acessando computador e internet

Em média, 93% das crianças e adolescentes do Brasil com idades entre 9 e 17 anos têm acesso à internet. No entanto, a qualidade desse acesso varia muito entre as classes sociais de maior e menor renda. Estes e outros dados estão presentes na pesquisa TIC Kids, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e apresentada, no dia 16 de agosto, em evento realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O trabalho tem como objetivo, compreender de que forma essa população utiliza a Internet e como lida com os riscos e as oportunidades decorrentes desse uso. Para tanto, dividiu a investigação em cinco módulos: conectividade e dinâmicas de uso; oportunidades e práticas; riscos e danos; habilidades para o uso da Internet e mediação parental.

Esse estudo tem grande importância para a educação por ter como público-alvo a faixa etária dos estudantes dos ensinos fundamental e médio. O levantamento ouviu 2.651 pessoas de 9 a 17 anos, de todo o território nacional, entre outubro de 2021 e março de 2022.

 

TIC Kids: desigualdade social e desigualdade digital

O estudo do Cetic aponta que 93% das crianças e adolescentes brasileiros possuem acesso à internet. No entanto, enquanto a totalidade (100%) das classes A e B está incluída digitalmente, nas classes C e D esse percentual cai para 86%. Na classe C, esse número é de 96%.

No que diz respeito ao acesso a dispositivos, a desigualdade se mostra ainda mais profunda. 82% dos que fazem parte das classes A e B têm acesso a computador, frente a 45% das crianças e adolescentes da classe C e apenas 16% das classes D e E.

Esses dados confirmam o cenário apresentado no levantamento realizado em 2021, pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento): o celular é o equipamento mais utilizado pelos estudantes brasileiros (84%), mas cerca de 40% deles dividem esse dispositivo com outra pessoa. Esse mesmo estudo, no entanto, afirma que o celular não é um dispositivo adequado para realizar atividades educacionais.  “Equipamentos de pouco poder de processamento ou com telas pequenas e sem teclados — como celulares e tablets — podem ser úteis para pequenas tarefas (leituras rápidas, comunicações curtas e produção de vídeos e fotos). Entretanto, a criação e o acompanhamento de atividades complexas (como matemática ou redação) demandam o uso de computador”, adverte.

A importância da qualidade no acesso à internet e dispositivos

Drica Guzzi, líder da Zeitgeist – Pesquisa, Tecnologias e Educação, foi uma das convidadas a falar no evento de lançamento dos resultados da TIC Kids. Segundo ela, a pesquisa traz muitos insights e possibilidades de compreensão da realidade. “Se por um lado ela nos diz que 93% das crianças e adolescentes têm acesso à internet, por outro lado ela nos informa que esse acesso não é igual em várias dimensões. Não é igual em termos de qualidade de conexão, tipo de dispositivo, tipo, qualidade e quantidade de dados acessados. Então, ela mostra a importância de incorporarmos em nosso discurso a ideia de um acesso significativo [um acesso com qualidade], porque apenas o dado de quantos têm acesso [93%] não dá conta da realidade”.

Para Ciro Biderman, pesquisador da FGV, outro convidado a falar no evento, “a pandemia exigiu que a educação buscasse soluções para enfrentar a necessidade de aulas não presenciais. Essas soluções passaram por uma melhora na conectividade e na qualidade dos dispositivos presentes na escola, mas também passaram por uma formação dos professores para trabalhar em ambiente virtual. Ou seja, hoje temos uma estrutura já montada e que pode ser uma oportunidade para reduzir as desigualdades no que diz respeito ao acesso a tecnologias digitais.”

TIC Kids: WhatsApp, Instagram e TikTok são as mídias sociais preferidas de crianças e adolescentes no Brasil

Em 2021, o número de pessoas entre 9 e 17 anos conectadas à internet no Brasil era de 22,3 milhões. Destas, 88% utilizavam alguma mídia social. O WhatsApp é líder absoluto: 80% dos entrevistados afirmaram ter conta na plataforma. Instagram (62%), TikTok (58%) e Facebook (51%) também fazem sucesso nessa faixa etária.  Muito atrás aparece o Twitter, com 17%, número que não deixa de ser expressivo.

Habilidades Digitais

A pesquisa TIC Kids também procurou entender quais as habilidades digitais demonstradas pelas crianças e adolescentes brasileiros. Neste quesito, o estudo aponta que 85% sabem colocar senhas para que outra pessoa não acesse seu celular, 73% sabem verificar se uma informação na internet está correta, 85% sabem escolher que palavras usar para encontrar algo na internet e 67% sabem editar fotos ou vídeos postados por outra pessoa.

Pesquisa TIC Kids aponta desigualdades na inclusão digital de crianças e adolescentes no Brasil
Pesquisa TIC Kids aponta desigualdades na inclusão digital de crianças e adolescentes no Brasil