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26.05.2021
Tempo de leitura: 5 minutos

Professora ganha prêmio por abordar a pandemia usando a história dos Três Porquinhos

Para incentivar os alunos da Educação Infantil a ficarem em casa, a educadora rondoniense adaptou a narrativa da famosa história. Confira o plano de aula e inspire-se nesta ideia!

professora Drielly de Souza usou a história dos Três Porquinhos para ensinar sobre importância de ficar em casa na pandemia

Era uma vez uma professora chamada Drielly de Souza, de 27 anos, que contou à sua turma de Educação Infantil uma versão diferente da clássica história dos Três Porquinhos. Na sua versão, o Lobo Mau representa o coronavírus, os porquinhos fazem paralelo com os estudantes, e as casas nunca são derrubadas, independentemente do material usado em sua construção.

A história nasceu a partir da necessidade de conversar com os alunos sobre o novo contexto em que viviam. “Os pais relatavam que, mesmo explicando para as crianças, elas não entendiam porque precisavam ficar longe da escola. Por isso, pensei na possibilidade de resgatar uma historinha que eles já conheciam e mudar um pouco a narrativa”, conta a educadora, que leciona na rede municipal de ensino de Rondônia.

Assim, Drielly decidiu expandir a reflexão sobre a atividade. Depois de gravar um vídeo e enviar ao grupo do WhatsApp, criado para manter contato com as crianças e com os familiares, montou kits pedagógicos para que a turma pudesse trocar experiências.

“Pedi para que as crianças desenhassem suas residências e depois gravassem um vídeo mostrando seu espaço, sua rotina, e o que mais gostavam de fazer quando estavam em casa. Com essa narrativa autoral, as crianças puderam também se expressar e ouvir o que os outros colegas estavam sentindo”, relata.


O outro lado da história

O CEMEI Madre Tereza de Calcutá, onde leciona Drielly, está localizado em uma área estratégica para atender às diversas demandas do pequeno município de Ariquemes, no interior do estado. A escola recebe tanto crianças que vivem em situação de vulnerabilidade social como as que têm recursos suficientes para o ensino remoto e também aquelas que migraram com suas famílias da Venezuela para o Brasil.

Com sua estratégia para superar as dificuldades do ensino remoto, a professora não imaginava que conheceria um outro lado da história. A partir da interação com as famílias e com os vídeos enviados pelas crianças, notou que adaptar o conteúdo não era o único desafio.

“Percebi que nem todas as crianças contavam com infraestrutura adequada para permanecer em casa. A solidariedade despertada a partir de um único vídeo foi impressionante! Muitas famílias vieram me procurar, no privado, oferecendo doações e maneiras de ajudar os estudantes que mais precisavam”, compartilha a professora.

Essa corrente do bem arrecadou cestas básicas, kits de higiene e até mesmo brinquedos para as crianças em situação de maior vulnerabilidade. Drielly acrescenta que todo o corpo docente também se mobilizou para ajudar os estudantes a continuar seu desenvolvimento

 

De Ariquemes para o Brasil

A iniciativa de “Tia Dri”, como carinhosamente é conhecida, não fez sucesso apenas em Ariquemes.   Ela sagrou-se uma das vencedoras do Prêmio Educação Infantil: Boas Práticas de Professores Durante a Pandemia, promovido pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, em parceria com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e o Itaú Social.

“Nosso objetivo foi trazer luz a iniciativas inspiradoras e que fizeram a diferença para as crianças e as famílias nessa pandemia. É importante que a sociedade saiba o significado e a relevância da Educação Infantil por meio das histórias e práticas dos professores, crianças e famílias”, disse Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em entrevista para o Conviva Educação.

Outras 700 práticas de todo o Brasil participaram da premiação, que divulgou as 100 finalistas no dia 31 de março de 2021.  A versão dos Três Porquinhos ficou entre as cinco melhores práticas regionais e destaque na categoria nacional. Drielly recebeu R $1.000 como reconhecimento. Mas, para ela, o verdadeiro prêmio foi chamar atenção para o trabalho diário dos professores em sua comunidade.

“Poder sair do interior de Rondônia e mostrar a importância do nosso trabalho para o país todo é mais do que gratificante! Acredito que esse projeto tão simples ganhou repercussão para além da sala de aula por reconhecer a voz, os desejos e os desafios das crianças neste contexto tão único”, comenta Drielly.

A professora acrescenta, ainda, que o prêmio reconhece o papel da Educação Infantil no desenvolvimento das crianças, desconstruindo a visão de que na primeira infância o aprendizado fica em segundo plano. “É nesta fase que começamos a trabalhar o olhar das nossas crianças sobre si mesmas, sobre o outro e sobre o mundo”, conclui.

Leia mais: Guia Meu Nome é Coronavírus explica pandemia às crianças

Ao ser premiada como destaque entre as práticas pedagógicas nacionais, Drielly foi convidada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal para sistematizar um plano de aula que pudesse servir de inspiração para educadores no Brasil inteiro. Confira abaixo:


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