Notícias

11.07.2018
Tempo de leitura: 4 minutos

Programa da UNESCO promove reflexão sobre questões globais em escolas

Desde 1997 no Brasil, o PEA (Programa de Escolas Associadas) cria uma rede de escolas que trabalham a favor da cultura de paz

Alunos de escola que participa do PEA, da Unesco, posam em frente ao Museu Afro Brasil

“A guerra nasce na mente dos homens e é lá que deve ser combatida.” O conceito levou a UNESCO, agência especializada das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura, a criar o PEA (Programa de Escolas Associadas).

Presente em 180 países, o PEA se envolve nos objetivos da organização internacional, criada após a Segunda Guerra Mundial, com a missão de promover a paz mundial.

Fundado em 1953 no mundo, o programa chegou ao Brasil em 1997 e tem a ideia de criar uma rede internacional de escolas que trabalhem pela cultura de paz. Atualmente 8.500 instituições participam do programa no mundo.

.De acordo com Myriam Tricate, coordenadora nacional do PEA e diretora do Colégio Magno – Mágico de Oz, em São Paulo, as escolas são estimuladas a realizar projetos ligados a um tema anual, proposto pela UNESCO.

“Somos a segunda maior rede de escolas do mundo, com 364 escolas associadas, atrás apenas do Japão. Aqui no Brasil, trabalhamos muito com a mobilização das escolas, promovendo também a troca entre as públicas e privadas, para que não haja divisão”.

A diversidade é uma característica bastante marcante da rede do Brasil, que envolve escolas urbanas, indígenas e do campo, em diversos Estados, promovendo a troca entre todas elas em um encontro anual.

Para Myriam, é justamente a troca que enriquece o programa, inclusive com escolas de outros países. “Realizamos viagens para o exterior e conhecemos outras redes, como a do Japão e a do Canadá. As experiências ampliam muito a nossa consciência”.

De acordo com pesquisa realizada em 2017, 91,2% das escolas participantes acreditam que o programa teve impacto na qualidade pedagógica. Do total, 91,8% acreditam que a escola mudou para melhor, após a adesão ao PEA.

Boa prática

Foi o que aconteceu com o Centro Educacional ETIP, em Santo André, região metropolitana de São Paulo, que participa do programa há três anos. Segundo a Coordenadora Pedagógica Rosangela Santos Silva, após a adesão do projeto, o envolvimento dos alunos e professores aumentou.

“Aderimos ao PEA, pois reconhecemos que o papel da escola vai além de viabilizar a construção dos saberes. É só a partir das ações refletidas e valores bem constituídos que formaremos cidadãos críticos e capazes de argumentar e cooperar com base na realidade”, disse Rosangela.

O que são os ODS

Em setembro de 2015, durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, foi lançada a Agenda 2030 – um plano de ações para as pessoas, o planeta e a prosperidade, buscando também fortalecer a paz universal com mais liberdade.

Países do mundo inteiro se comprometeram a tomar medidas urgentes necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável, cumprindo 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – os ODS.

São 169 metas que visam estimular ações dos países até 2030, em áreas de grande importância, como erradicação da pobreza e redução das desigualdades.

Atualmente, o ETIP realiza um projeto baseado no tema anual do PEA, escolhido pela UNESCO:  17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU. Todas as séries debatem de forma interdisciplinar sobre afrodescendência.

Os professores de cada disciplina escolhem diferentes ODS para abordar o tema em sala de aula, a exemplo da Redução de Desigualdades e Paz, Justiça e Instituições Eficazes. Até as excursões da escola foram pautadas no projeto, com saídas para o Museu Afro Brasil, Museu da Imigração do Estado de São Paulo e Memorial da América Latina.

“Ao trabalharmos os temas da UNESCO, contribuímos para a ampliação da visão de mundo dos alunos”, disse Rosangela. Segundo ela, a partir de visões locais, amplia-se a visão global e internacionalizada, que favorece a compreensão dos fatos que acontecem no mundo.

O sucesso foi tanto que Rosangela levou o projeto para a segunda unidade do ETIP em Santo André, conhecida como Master, onde atua como Diretora Pedagógica. A unidade trabalha pelo primeiro ano com o PEA e já sente avanços.

Além de falar sobre afrodescendência, a unidade também teve como tema o Patrimônio Material e Imaterial da Humanidade, para o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio.

“Os professores pesquisam e inovam bastante e os alunos têm a oportunidade de exercitar suas atitudes de empreendedorismo. Ter uma atitude empreendedora significa não ficar parado, criar as melhores chances para si e para a sua comunidade e desenvolver suas melhores habilidades”, disse Rosangela.


Outras Notícias

Especialista explica como a IA generativa pode ser usada na educação

10/06/2025

Especialista explica como a IA generativa pode ser usada na educação

O pesquisador Fábio Campos, do Transformative Learning Technologies Lab, da Universidade de Columbia (EUA), fala dos benefícios e desafios do uso da IA e dá exemplos de como ele pode ser aplicada em sala de aula

Tecnologia em sala de aula: conheça histórias inspiradoras de quatro professores da rede pública

28/05/2025

Tecnologia em sala de aula: conheça histórias inspiradoras de quatro professores da rede pública

Docentes dos estados do Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais e Pará contam como incorporaram ferramentas digitais para tornar os conteúdos educacionais mais atrativos, interativos e dinâmicos

Fundação Telefônica Vivo e MEC: parceria estratégica fortalece formação docente continuada no uso pedagógico das tecnologias digitais 

22/05/2025

Fundação Telefônica Vivo e MEC: parceria estratégica fortalece formação docente continuada no uso pedagógico das tecnologias digitais 

O AVAMEC, plataforma de aprendizado contínuo do Ministério da Educação (MEC), agregou no seu portfólio 24 cursos da Fundação Telefônica Vivo focados no desenvolvimento de competências digitais para docentes e gestores

Piauí investe em Inteligência Artificial (IA) na educação pública e colhe bons resultados

15/05/2025

Piauí investe em Inteligência Artificial (IA) na educação pública e colhe bons resultados

Com aulas de IA, estudantes criam soluções reais para suas comunidades e se destacam em competições nacionais e internacionais

Pesquisa aponta que apenas 44% das redes estaduais de educação têm disciplinas que abordam cultura e cidadania digital

14/05/2025

Pesquisa aponta que apenas 44% das redes estaduais de educação têm disciplinas que abordam cultura e cidadania digital

Relatório da Safernet mostra que é preciso ampliar oferta de aulas que promovam o uso seguro e consciente da tecnologia nas redes estaduais para atender a BNCC

Competências digitais: a importância do uso qualificado da tecnologia na prática pedagógica

07/05/2025

Competências digitais: a importância do uso qualificado da tecnologia na prática pedagógica

Mais do que a utilização de ferramentas, o desenvolvimento de competências digitais apoia a inserção dos docentes na cultura digital e melhora o processo de ensino e aprendizagem