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26.06.2017
Tempo de leitura: 4 minutos

Projeto de ioga propõe autoconhecimento a pessoas em situação de rua no Rio

Coletivo surgiu há dez anos e começou distribuindo café da manhã às pessoas em situação de rua

Coletivo surgiu há dez anos e começou distribuindo café da manhã às pessoas sem abrigo

Privações e vulnerabilidades fazem parte da rotina dos moradores de rua. Na intenção de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, o projeto Yoga de Rua promove aulas gratuitas três vezes por semana, no Rio de Janeiro.

Tudo começa com um café da manhã, servido até 9h30, no Flamengo, na Glória e em Laranjeiras. Interação e conversa incentivam o vínculo entre os alunos e os professores. Em geral, as turmas variam de 15 a 27 pessoas e são abertas a todos interessados, embora sejam maioritariamente compostas por pessoas em situação de rua.

Para o professor Carlos Daniel Medeiros, de 47 anos, os alunos enxergam as aulas como uma terapia. “Eles se sentem mais descansados, pois sabem que tem alguém se importando com eles. Além disso, por meio da ioga, entendem que é possível ter outro estado mental e se conectam a algo que dá esperança e vigor, mesmo estando na rua”, disse.

Medeiros explica que são muitos os motivos que levam as pessoas às ruas, como crise econômica, questões psíquicas, situações familiares e drogas, mas o discurso do fracasso é sempre reincidente. “A prática corporal e mental da ioga mexe com a autoestima da pessoa, possibilitando que o aluno transmute o discurso do fracasso e seja benevolente com ele mesmo.”

O objetivo do projeto, no entanto, não é tirar as pessoas da rua, mas sim proporcionar o autoconhecimento e o contato com a mente. “A nossa hipótese é trazer paz interior para a pessoa, que vai se conectar e buscar soluções. Ela pode querer sair da rua ou não, mas muitas vezes está impedida por uma série de fatores psíquicos. Lógico que a pessoa está em sofrimento, mas vivemos em uma sociedade que traz cada vez mais problematizações e menos soluções.”

Após a aula, um relaxamento encerra o encontro e é seguido de um almoço ovolactovegetariano – sem carne, mas com ovo, leite e derivados. Segundo o professor, no início os alunos ficaram descontentes com a falta de carne, mas logo se acostumaram. Um grupo parceiro serve pratos como quibe vegano, feijões, soja e legumes, explicando como preparou o alimento e convidando os participantes a fecharem os olhos e a sentirem o sabor.

“Tudo passa por um estado de autoconsciência do momento presente. Notamos que as pessoas em situação de rua são muito desfocadas. Estão sempre olhando para os lados e muitas vezes não conseguem se equilibrar, mas com o tempo aprendem a focar e a se firmar em uma postura. Quando chega o momento da gastronomia, é a hora do ritual da gratidão e do contentamento.”

Mas não são apenas os alunos que ganham. Para Medeiros, as aulas são um ensinamento aos próprios professores por meio de uma verdadeira prática da filosofia indiana, que busca o autoconhecimento e os preceitos da solidariedade e da união, entendendo que não somos apenas indivíduos, mas fazemos parte de um todo.

Como surgiu

Criado por André Andrade, o coletivo surgiu há dez anos para distribuir café da manhã aos moradores de rua, mas em 2015 o grupo sentiu a necessidade de um trabalho mais profundo. Em 2016, retornou com a proposta Projeto Voar – Yoga de Rua, unindo o alimento e as aulas.

Atualmente com cerca de dez membros ativos, o projeto foi renomeado para apenas Yoga de Rua, se desvinculando do café da manhã e do almoço, servidos por parceiros.


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