Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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01.02.2018
Tempo de leitura: 3 minutos

Projeto integra estudantes brasileiros e bolivianos

Iniciativa de estudantes brasileiros e bolivianos da EMEF Dom Infante Henrique, em São Paulo, e promove aulas de espanhol e cultura boliviana

Foto mostra sala de aula a partir dos fundos, com alunos sentados em carteiras, de costas, e duas alunas de origem boliviana de pé, na mesa onde fica a professora, de costas pra lousa e de frente pros colegas, durante apresentação

Iniciativa Si, yo te entiendo é de alunos da EMEF Dom Infante Henrique, em São Paulo, e promove aulas de espanhol e cultura boliviana

Durante o intervalo da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Dom Infante Henrique, no Canindé, na região central de São Paulo, as cenas são clássicas: lanches, conversas e brincadeiras entre os alunos. Há, no entanto, algo diferente. De um lado, ficam as crianças brasileiras. Do outro, imigrantes bolivianos.

Identificando a segregação, alunas sugeriram à escola um projeto para combater o preconceito e promover a integração entre os alunos. Denominado Si, yo te entendo (sim, eu te entendo, em português), ele consiste em aulas de espanhol e cultura boliviana.

A iniciativa contribuiu para a elevação da autoestima  de estudantes brasileiros e bolivianos ao propiciar valorização cultural latino-americana e resgatar a identidade dos alunos.

Segundo a educadora Jéssica Silva Salomão, a escola já desenvolvia projetos para minimizar preconceitos em relação aos imigrantes, quando a aluna Tais Jaimes Lopes, de 12 anos, propôs uma nova ação, no final de 2016.

“A Tais me contou que observava que as crianças ficam em grupinhos separados, durante o intervalo. Ela identificou que a língua talvez fosse um impeditivo, podendo ser um instrumento de aproximação”, diz a professora de inglês.

Encantada com a ideia, no início de 2017, Jéssica começou a escrever um projeto, ao lado da professora de história Rosely Marchetti Honório. As alunas Mariana Victoria Calle Quispe e Jaqueline Clara Larico Huanca se juntaram ao time.

As meninas são descendentes de bolivianos e dominam o idioma espanhol. “Apesar disso, fizemos uma programação de aula e um cronograma. Realizamos todo um trabalho para prepará-las”, conta.

A divulgação do projeto causou forte comoção por toda a escola. Além das 30 vagas preenchidas, foi criada uma fila de espera com 100 alunos. Até o fim do ano passado, as aulas eram realizadas às segundas-feiras, no contraturno, das 12h às 12h45. “Foi muito bacana, pois a língua realmente serviu como elemento de aproximação. Na Páscoa, por exemplo, pesquisamos como a data é comemorada nos dois países”.

O sucesso foi tão grande que o aluno Carlos Javier Mamani Yauli se candidatou a professor do projeto, após ter a oportunidade de trazer a família para apresentar uma dança típica boliviana.

“Foi lindo perceber que nossos alunos querem se envolver na solução dos problemas e protagonizar. Foi estruturante, porque isso vai influenciar na vida deles, proporcionando outros olhares. A transformação foi muito grande para todos”, comenta Jéssica.

Criativos da Escola

O sucesso do projeto resultou em uma premiação. Si, yo te entiendo foi um dos vendedores do Criativos da Escola de 2017, do Instituto Alana. “Somos parte do Design for Change, um movimento global, presente em 65 países”, diz Gabriel Salgado, assessor do prêmio.

O movimento incentiva a elaboração de projetos tendo em vista o protagonismo de adolescentes e jovens, em uma metodologia dividida em quatro verbos: sentir, imaginar, fazer e compartilhar.

“A premiação é uma maneira que encontramos para valorizar e mapear os projetos protagonizados por adolescentes, que sigam os princípios da empatia, criatividade, protagonismo e trabalho em equipe. O Si, yo te entiendo é um deles”, afirma Salgado.


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