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28.07.2017
Tempo de leitura: 5 minutos

Projeto Litro de Luz leva iluminação sustentável a comunidades do Brasil

A partir da invenção de um brasileiro em 2002, a ideia se espalhou pelo mundo e hoje muda a vida de muita gente

Projeto Litros de Luz leve iluminação para regiões carentes de eletricidade

A partir da invenção de um brasileiro em 2002, a ideia se espalhou pelo mundo e hoje muda a vida de muita gente
Dizem que as melhores ideias são as mais simples. Mas quem iria imaginar que a mistura de água com água sanitária, em uma garrafa de plástico, resultaria em uma lâmpada capaz de refletir luz dentro de casa, solucionando o problema de falta de energia? A inovação do brasileiro Alfredo Moser surgiu na época dos apagões, em 2002, e foi parar na internet.
Em um clique direto das Filipinas, Illac Diaz, da My Shelter, fundação que desenvolve projetos sustentáveis de baixo custo, descobriu a ideia que solucionaria um problema enfrentado pela população local, após um terrível terremoto, em 2011. Em uma nova versão, ele decidiu incorporar uma placa solar ao projeto, possibilitando que a lâmpada fosse também eficiente no período da noite.
Os anos se passaram e o movimento foi se espalhando pelo mundo inteiro, chegando a cerca de quinze países. Em 2015, Vitor Belota retomou a ideia no Brasil e passou a reproduzi-la em larga escala, fundando o projeto Litro de Luz. A primeira iniciativa levou a lâmpada diurna a Camboriú, em Santa Catarina. Já a segunda avançou na ideia e desenvolveu um poste solar com bateria e lâmpada, na cidade do Rio de Janeiro.

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A solução da lâmpada diurna, inventada Alfredo Moser, consiste em encher garrafas PET com água e água sanitária ou cloro e instala-las no telhado. A luz solar incide sobre o líquido e, por refração na água (fenômeno que ocorre quando a luz troca seu meio de propagação e muda de direção) ilumina o ambiente. A garrafa fornece a mesma quantidade de luz que uma lâmpada de 55 watts, e não produz emissão de carbono.

A solução da lâmpada diurna, inventada Alfredo Moser, consiste em encher garrafas PET com água e água sanitária ou cloro e instala-las no telhado. A luz solar incide sobre o líquido e, por refração na água (fenômeno que ocorre quando a luz troca seu meio de propagação e muda de direção) ilumina o ambiente. A garrafa fornece a mesma quantidade de luz que uma lâmpada de 55 watts, e não produz emissão de carbono.

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Atualmente o grupo conta com 150 voluntários em todo o país e já realizou 15 trabalhos nos Estados do Amazonas e da Paraíba, e em Florianópolis, Brasília e Rio de Janeiro. De acordo com a Diretora de Marketing Pâmela Lopes, os voluntários disponibilizam quatro horas semanais de trabalho. Eles atuam tanto na instalação dos postes, quanto em outras áreas, de acordo com as habilidades de cada um, como nos times de marketing, finanças e tecnologia.
As próximas ações serão realizadas em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, e no Quilombo Kalunga, na divisa entre Tocantins e Goiás. Pâmela conta que muitas comunidades sem acesso adequado à energia elétrica entram em contato com o projeto. Só em 2017, foram 100. “Geralmente, nas comunidades urbanas, as pessoas só tem acesso à energia dentro de casa. Da porta para fora, é escuro. Já as ribeirinhas não tem acesso a nada.”
Quando a comunidade é contemplada, o projeto Litro de Luz inicia a atuação no local, três meses antes da instalação dos postes, com mapeamento das necessidades e integração com os moradores. “Analisamos se existe real necessidade de iluminação, se a comunidade é engajada e se vai participar. O mais legal é que não levamos o poste pronto. Nós construímos juntos.”
Nas oficinas, os moradores aprendem todo o processo, desde cortar o cano de PVC, até construir o circuito com fio, que liga a bateria ao LED. “Uma semana antes, cavamos todos os buracos onde vão ficar os postes. No dia da instalação, chegamos à comunidade às 7h e servimos café da manhã. Começamos a montagem dos postes, que é finalizada após o almoço, por cada morador, em dupla com um voluntário”, explica Pâmela.
Após a instalação, a equipe de tecnologia e operações confere o trabalho realizado. “No encerramento, reunimos todo mundo e agradecemos. Na última comunidade que fui em maio, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, um menino de 12 anos me deu uma lanterna de presente e disse que não precisaria mais dela, pois agora tem luz em casa. Foi emocionante.”
Pâmela também se comoveu ao se lembrar da viagem a uma comunidade ribeirinha amazônica, sem acesso a energia elétrica, a 18 horas de barco de Manaus. “No encerramento, um menino de 7 anos chorou, dizendo que agora ele poderia ler à noite, estudar e ser quem ele quisesse.”

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Grupo faz oficina em comunidade ribeirinha no Amazonas

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Após as instalações, uma equipe da área de desenvolvimento social fica responsável por realizar visitas de manutenção e estabelecer contato com a comunidade. Apesar da assessoria, a ideia é que os próprios moradores consigam fazer os ajustes mais simples. De tão engajados, alguns se tornam inclusive embaixadores do projeto.
“Chegamos a conhecer um garoto, que decidiu estudar para ser eletricista. Ele disse que se não fosse o Litro, ele nunca teria aberto os olhos para outras possibilidades. A ideia é transformar mesmo. Se colocássemos apenas um poste, não teria esse impacto. Queremos ensinar às pessoas que elas podem fazer coisas que nunca imaginaram e que são inteligentes”, disse Pâmela, orgulhosa.

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Sistema com Led e circuito alimentado por bateria garante iluminação noturna

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