A educadora Edilene Silveira utiliza plataformas multimídia como blogs para fazer seus alunos aprenderem ciências biológicas de uma maneira especial.
A educadora Edilene Silveira utiliza plataformas multimídia como blogs para fazer seus alunos aprenderem ciências biológicas de uma maneira especial.
Quando os alunos da professora Edilene Silveira entram na sala, já não esperam uma aula tradicional. Em vez de conteúdos passados na lousa ou leitura de livros, os ensinamentos sobre anatomia dos anfíbios ou o funcionamento das células chegam para os adolescentes por um meio com o qual têm familiaridade. É com blogs que a professora da Escola de Educação Básica de Santa Catarina (EEB), em São Francisco do Sul (SC), optou por interagir com uma geração conectada e que está disposta a aprender utilizando tecnologia.
Ainda que hoje pareça fácil dialogar com alunos, em uma vocação natural para a educação inovadora, Edilene nem sempre quis ser professora. No começo da carreira, ela estava interessada em cursar ciências biológicas e entrar para a área de pesquisa, mas foi por acaso que ela caminhou para a licenciatura, área em que atua há mais de 15 anos. Edilene ensina ciências biológicas para alunos de ensino médio e também prepara professores do Instituto de Ensino Superior Santo Antônio (INESA), em Joinville (SC).
Procurando sempre otimizar as muitas tarefas que realiza e o modo como ensina, Edilene não ficou imune à tecnologia como estímulo aos processos educativos: “Os livros didáticos nem sempre estão de acordo com o que você quer ensinar. Sendo assim, eu resolvi montar o meu próprio material e disponibilizá-lo online para os alunos”, explica. Ela é criadora dos blogs Biologia com Professora Edilene e Ensino de Ciências com a Professora Edilene, e é por meio deles que os estudantes aprendem o conteúdo, tendo acesso a ele dentro e fora do ambiente escolar.
Os resultados da pedagogia digital se refletem no interesse dos alunos, pois é na matéria de Biologia que eles alcançam as melhores notas nos simulados do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Ainda que tenham dificuldade de aprendizado, Edilene percebe neles um nítido progresso durante os três anos de curso. “Eles chegam como analfabetos funcionais, com dificuldade de leitura, interpretação pessoal e de resolver cálculos básicos. Percebemos que, com o passar do tempo, eles melhoram muito. Vários alunos já me disseram que gostam de aprender desse jeito, na frente do computador”, complementa Edilene.
Quando entrou em contato com a plataforma Escolas Conectadas, da Fundação Telefônica Vivo, a educadora viu a oportunidade de continuar sua formação. “Queria fazer todos os cursos. De cada um eu tiro alguma coisa, seja conhecimento teórico, seja também com ideias para praticar no meu cotidiano escolar”, diz.
Edilene engajou-se em cursos como Escola para Todos, Escrita Criativa, Pomar Doméstico, Produção Colaborativa de Conhecimento e Quadrinhos Digitais. Ela destaca os cursos sobre classes multisseriadas; mesmo que em sua escola as turmas sejam divididas por série, a educadora complementa que aprendeu muito com metodologias que envolvem lecionar para alunos de diferentes idades.
Com toda a experiência que acumulou trabalhando em plataformas multimídias, Edilene não consegue mais desvincular sua metodologia da internet e do uso de ferramentas como o computador e o celular. “Se podemos canalizar a energia que a nova geração tem em usar a tecnologia para os estudos, seu uso só poderá ser positivo”, ela conclui.
As iniciativas inovadoras de Edilene têm resultado em diversos prêmios e reconhecimentos, como apresentar um projeto ambiental no Xº Seminário Freireano, que aconteceu este ano em Joinville (SC). O evento reúne a comunidade da área da educação para debater os ensinamentos do educador Paulo Freire.