Conheça a pesquisa "CURRÍCULOS DE COMPUTAÇÃO: Levantamento e Recomendações"

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08.08.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Tecnologia ajuda a criar novos espaços de conexão de estudantes com o meio ambiente

Tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem ser aliadas da educação ambiental, na medida em que conectam estudantes com a natureza.

Tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem ser aliadas da educação ambiental, na medida em que conectam estudantes com a natureza.
Já se sabe que o uso das tecnologias de informação e comunicação, conhecidas como TICs, pode representar um grande avanço e modernização nas aprendizagens, reforçando práticas mais dinâmicas, colaborativas e inovadoras, contribuindo inclusive para a transformação da educação. O que surpreende é que este tipo de recurso também se aplique à educação ambiental – dimensão da educação que, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais, “deve imprimir um caráter social ao sujeito em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos”. E, ainda, “visa potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental”.
Como as tecnologias poderiam servir a este processo, sem abrir mão de um imprescindível contato com o real? Para o pesquisador Jorge Cavalcanti, orientador da área de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação no Projeto Escola Verde, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), o valor do uso das TICs na educação ambiental, em particular, está ligado à possibilidade de transpor para as telas dos dispositivos situações cuja realidade estaria muito distante dos alunos. Um exemplo é a simulação de eventos que na prática poderiam oferecer algum risco para os estudantes ou representar um custo muito alto para as unidades de ensino.
Com caráter de pesquisa-ação, o Projeto Escola Verde busca identificar os principais desafios da aplicação da educação ambiental dentro do ensino fundamental, médio e superior na região do Vale do São Francisco, executando projetos que contribuam para unir o universo tecnológico à rotina dos estudantes. Os estudantes são capacitados e estimulados a produzir conteúdos digitais associados à temática ambiental, para uso nas formações e nas redes sociais do projeto.
Para Cavalcanti, o uso das TICs precisa ser moderado e equilibrado com outras atividades lúdicas e tradicionais, de modo a não provocar uma “dependência tecnológica” nos usuários. “O contato com a natureza deve ser incentivado e pode ser incrementado com o uso das TICs como forma de registrar e otimizar esses contatos”, esclarece.
Algumas ações recentes, organizadas pela equipe de pesquisa, dão conta deste aspecto:

Professores e alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Luis Cursino da Franca Cardoso foram às ruas do município de Juazeiro (BA) para conversar com moradores e distribuir mudas para a arborização das residências no entorno. Professores e alunos do ensino médio do Colégio Estadual Rui Barbosa se reuniram para a sensibilização quanto à manutenção e ampliação da área arborizada da escola. Em Petrolina (PE), também houve uma movimentação com a Escola Estadual Eduardo Coelho para promover a arborização das casas do bairro São José. Foram utilizadas mudas nativas e frutíferas, tais como mulungu, angico, umbuzeiro, pau ferro e pinheiro, doadas por uma empresa.

Embora reconheça que, se não fossem os caminhos abertos pelo universo digital, teríamos ainda uma presença diminuta da educação ambiental nas escolas, a cientista social Christine Castilho Fontelles, consultora de educação do Instituto Ecofuturo, acredita na importância de pensar o uso da tecnologia como um meio e não como um fim. “Sobretudo quando falamos de conexão com ambientes naturais, não dá para dar conta de promover esta experiência que é sensorial por meio de telas digitais, mas usar o digital para levar até o natural: suas matizes, seus aromas, sua presença”, destaca.
“Do ponto de vista da conexão com o ambiente, é preciso que se esteja lá. É importante criar raízes”, interpreta Christine, que acredita no potencial da tecnologia para criar espaços de reconexão com esses ambientes. Em estabelecer essas pontes consistiria o papel da escola e dos educadores, afinal, cuidamos apenas do que conhecemos.


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