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03.12.2020
Tempo de leitura: 7 minutos

Tecnologia assistiva: 11 ferramentas que dão acessibilidade a pessoas com deficiência

A tecnologia assistiva busca eliminar barreiras entre pessoas com deficiência e o seu entorno, garantindo mais qualidade de vida, independência e inclusão social. Conheça algumas ferramentas!

Imagem mostra uma menina com aparelho de surdez ao lado de uma mulher que segura um tablet nas mãos

Segundo a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, “as pessoas com deficiência têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”. Logo, o que determina a deficiência não é o limite individual, mas sim a união entre impedimentos e as barreiras que existem no entorno.

A tecnologia assistiva (TA) é o ramo que visa eliminar essas barreiras, para aumentar a participação, inclusão social, autonomia, qualidade de vida e independência das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Diversos profissionais se debruçam em desenvolver aparatos tecnológicos, plataformas e aplicativos para garantir a aplicação da TA e facilitar a vida de quem tem deficiência. Várias dessas soluções fazem parte do nosso dia a dia, como os semáforos sonoros, rampas de acesso, ou o corretor automático do teclado – que ajuda, por exemplo, quem tem dislexia. Softwares ampliadores de tela e os elevadores nos ônibus são outros exemplos.

Desde 2010, a partir do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, são disponibilizadas para as escolas públicas de ensino regular um conjunto de equipamentos de informática, mobiliários, materiais pedagógicos e de acessibilidade para a organização do espaço de atendimento educacional especializado. Através destes recursos como teclado com colmeia – que facilita a digitação de pessoas com mobilidades reduzidas-, lupa eletrônica e alfabeto em Braille, o acesso à aprendizagem das crianças com deficiência é assegurado.

Muitas vezes, as estratégias que auxiliam estes alunos não dependem necessariamente de uma tecnologia complexa. Adaptar o espaço, usar canetas mais grossas, aplicar material de apoio ou até mudar a cultura escolar, já tornam o espaço acessível e inclusivo.

A acessibilidade por meios digitais 

Marcelo Sales, UX designer e especialista em acessibilidade digital, defende que é equivocado considerar que aplicativos inclusivos são usados somente por pessoas com deficiência. Todos os produtos digitais precisam ser pensados em termos de inclusão para garantir uma cultura não excludente.

No YouTube, por exemplo, é possível assistir a vídeos em qualquer idioma habilitando as legendas automatizadas. “Esse é um exemplo onde eliminamos barreiras de comunicação, não necessariamente com foco apenas em PCDs. Acessibilidade digital é sobre eliminar barreiras, sejam elas de comunicação ou funcionalidades”, comentada.

Ele conta que existem Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG ), baseadas em quatro princípios fundamentais: perceptível, operável, compreensível e robusto.

“Todo conteúdo precisa estar perceptível aos olhos e ouvidos, precisa ser operável por mouse, teclado ou voz; a informação tem que ser clara, e previsível, de forma a evitar ambiguidades. Os sites e apps precisam ser robustos para funcionar em qualquer lugar, e com qualquer tecnologia assistiva, como um leitor de tela – muito utilizado por pessoas com deficiência visual”, complementa Marcelo.

Ao falar sobre deficiências, é importante ter em mente o conceito de multiplicidade. As pessoas com deficiência não seguem um padrão e têm necessidades distintas. Por isso, reunimos abaixo uma lista de aplicativos e sites que agem de forma a ampliar a mobilidade, comunicação e habilidades de aprendizado:

Hand Talk

O aplicativo é um tradutor simultâneo de idiomas e utiliza uma persona 3D, chamada Hugo, para realizar a tradução digital e automática para os surdos que utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libras), e também para aqueles que querem se comunicar mesmo não tendo conhecimento sobre Libras.

Be My Eyes

O aplicativo permite que qualquer um possa “emprestar” sua visão através da câmera do celular, conectando pessoas com deficiência visual a voluntários. Por meio da fala e imagem, problemas cotidianos, como verificar a data de validade de uma caixa de leite, podem ser resolvidos rapidamente.

Guia de Rodas  

O app mapeia estabelecimentos comerciais com acessibilidade para pessoas que utilizam cadeira de rodas ou tenham mobilidade reduzida. A ideia é que os usuários observem o ambiente e relatem a existência de rampas ou a largura da porta, disponibilizando a informação para todos.

TapTapSee

O aplicativo utiliza a câmera do dispositivo (tablet ou celular) e as funções do VoiceOver para tirar uma foto ou gravar um vídeo de qualquer coisa e identificá-lo em voz. É desenvolvido para pessoas com deficiência visual e muito útil para ler rótulos de produtos, bula de remédio, entre outras atividades do dia a dia.

Seeing AI

Outro aplicativo gratuito que utiliza a câmera do smartphone e inteligência artificial para descrever pessoas, textos e objetos para quem não enxerga ou tem baixa visão. Usa a visão computacional e redes neurais para identificar objetos, cores, textos, cenas e até mesmo características físicas e expressões faciais de uma pessoa. Pode ser utilizado para organizar documentos em pastas e reconhecer as legendas das fotos nas redes sociais.

Head mouse

Mouse virtual desenvolvido especificamente para pessoas com problemas de mobilidade. Pessoas que não tenham movimentos nos braços podem usar o computador e navegar pela internet. É acionado com movimento, como por exemplo, o piscar dos olhos.

eSSENTIAL Accessibility

Tecnologia assistiva para computadores pessoais que auxilia os usuários com dificuldades de controlar o mouse, de usar o teclado ou de ler na tela. Funciona como um navegador com recursos de acessibilidade, permitindo, por exemplo, controlar o cursor com movimentos do rosto e comandos de voz.

SofiaFala

O software ajuda a aprimorar a comunicação verbal daqueles que têm dificuldade no desenvolvimento da fala, como pessoas com síndrome de Down. Capta sons e imagens, produzidos durante a execução do exercício fonoaudiológico, e depois os analisa, oferecendo dois tipos de respostas sobre a performance do usuário: uma lúdico-educacional, com orientações para o paciente e/ou o responsável pelo treino; outra, com dados métricos e estatísticos para o fonoaudiólogo avaliar, acompanhar e orientar a evolução clínica do usuário.

Expressia

Aplicativo de comunicação que apoia o diálogo de pessoas não verbais. É possível criar cartões com figuras, fotos, texto, voz e músicas, e agrupá-los em pranchas temáticas de acordo com o contexto da comunicação. Em seguida é preciso tocar nos cartões em sequência para compor frases e expressar ideias e pensamentos. Também pode ser utilizado por profissionais com alunos ou pacientes. A função Estimulação Cognitiva cria atividades personalizadas de associação, ordenação ou contação de histórias.

TelepatiX

O app ajuda na comunicação de pessoas com limitações de movimento severos, através de um alfabeto percorrido por uma varredura sequencial de linhas e colunas. O próprio usuário consegue escolher a velocidade dessa varredura. Tocando em qualquer parte da tela, a pessoa seleciona linhas e colunas com as letras. A seleção também pode ser feita pelo piscar dos olhos por meio da utilização de outros acessórios. O app sugere palavras a cada letra escolhida e, depois de escrever, é possível ter a frase lida.

AVA

O aplicativo realiza a transcrição de áudio para textos. A ideia é possibilitar que pessoas com perda auditiva possam participar de conversas com ouvintes, acompanhando as falas de cada um por meio dos textos. É necessário apontar o celular para quem está falando e as frases irão aparecer na tela.


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