Educadora capixaba defende que, com planejamento, qualquer um pode ir além do óbvio em sala de aula
Com planejamento, se pode ir além do óbvio em sala de aula
Na adolescência, é comum que os jovens não saibam qual vestibular prestar. Mas isso não aconteceu com Mariana Karoline Dias Coelho Estevam. Encantada com a rotina dos educadores de sua escola, não teve dúvidas de que queria o curso de pedagogia. Hoje, após trilhar caminhos tanto como educadora como coordenadora, a pedagoga – que nasceu em Minas Gerais, mas trabalha no Espírito Santo – sabe que sua profissão requer um aprendizado contínuo e que a tecnologia hoje é um caminho fundamental para adquirir novos conhecimentos.
Mariana começou sua trajetória como educadora em duas escolas com perfis muito diferentes na cidade de Capim Branco (MG). Na zona urbana, ensinava em um colégio da periferia, com o desafio não somente de manter os jovens interessados, mas também de ajudá-los em questões que traziam de suas comunidades. Na zona rural, lidava com uma escola de infraestrutura simples e alunos que se encantavam com qualquer inserção de tecnologia no cotidiano. “Tudo que você leva é novidade. Quando uma tecnologia nova chega, eles logo vão mostrar para suas famílias, que muitas vezes não tiveram acesso nem ao nível mais básico de educação”, conta Mariana.
Ao se mudar para o Espírito Santo e começar a lecionar na Escola Estadual de Ensino Fundamental Vargem Grande, seu desafio foi o de ensinar a matéria Alfabetização e Letramento (ALE) do 1º ao 5º ano. Matéria específica do estado capixaba, a ALE é uma extensão de Língua Portuguesa e estimula as habilidades de escrita e leitura. E, no caso de Mariana, também foi um estímulo para que a professora trabalhasse de maneira diferente: em vez de transmitir o conteúdo da forma tradicional, testou ensinar por projetos, inserindo recursos tecnológicos para que os alunos se envolvessem com o que aprendiam.
Com essa vocação para inovar, ficou entusiasmada quando a Secretaria de Educação (SEDU) convidou educadores para conhecer o projeto Escolas Conectadas, plataforma de aprendizado on-line da Fundação Telefônica Vivo. Na época em que entrou em contato com o recurso, já era coordenadora pedagógica e queria que seus colegas educadores desfrutassem dele da melhor maneira. “Eu quis acessar o maior número de cursos possível para orientar meus colegas. Não somente a acessar a plataforma, mas também a fazer bom uso dela. Nem sempre os professores têm o apoio que precisam para utilizar a tecnologia em sua formação”, diz Mariana.
Ela fez 20 cursos oferecidos pela Escolas Conectadas. Entre as experiências que gosta de lembrar, está o módulo Água: Gotas de Conscientização, que realizou em 2016. “Como os alunos com quem eu desenvolvi o projeto pertenciam à zona rural, eles compreendiam muito bem a importância de valorizar a água”, diz. “Nós passamos um período de estiagem na região e as crianças relatavam as dificuldades com os animais em casa, a tristeza por rios perto de suas moradias terem secado. Aproveitamos o momento para fazer registros fotográficos e um trabalho de conscientização, que envolveu também a participação da comunidade”, relata.
Hoje, Mariana não está mais dentro da sala de aula. Responsável pela coordenação pedagógica da Escola Professora Ascendina Feitosa, ela se empenha em fazer os educadores perceberem que a tecnologia e as ferramentas digitais podem ser grandes aliadas para atrair a atenção dos alunos. “Depende apenas da capacidade de planejamento do educador, seja a tecnologia ainternet, rádio, uma apresentação de PowerPoint ou qualquer outro material que permita trabalhar com criatividade. Podemos até fazer com que o aluno continue seu aprendizado em casa, utilizando o celular”, completa.